Elá! Até me assustei com a quantidade de comentários!
E tudo de adoração aos dois lindos?
Até consegui convencer a Viviana a ler?!
Cruzes, Credo!
Ok... Para a semana vou ter mesmo que pensar no vosso caso, certo?
Já vos disse alguma vez que as comentadoras deste blogue são
do melhor que há?
Exigentes… mas espetaculares!
Obrigada a todas.
Para já, e porque esperaram muito, vêm aí dois capítulos do Father Mine. Haja fôlego.
E só não fiquei no
capítulo quatro, porque os vossos instintos assassinos haviam de chegar a mim e
transformavam-me num morCeGuinho morto… lindo, mas morto… e eu não posso viver
sem mim…
Para todas as comentadoras passadas, presentes e futuras.
Capítulo Quatro
Havia muitas coisas boas em ser
mãe.
Ter uma criança no colo e
embalá-la até adormecer era sem dúvida uma delas. Dobrar as suas pequeninas
roupas também. E dar de mamar. E vê-la a olhar para ti feliz e cheia de admiração
quando acaba de acordar.
Bella mudou de posição na
cadeira de baloiço do berçário, aconchegou o cobertor por baixo do queixo da
filha e deu-lhe um carinho na bochecha.
Uma das coisas más da
maternidade era a intuição feminina que ficava completamente amplificada.
Sentada na segurança da mansão
da Irmandade, Bella sabia que alguma coisa não estava bem. Apesar de saber que
estava em segurança e o berçário parecer um saído de um artigo intitulado “A
Família Perfeita Mora Aqui”, era como se uma corrente de ar atravessasse o
quarto a cheirar a bicho morto. E Nalla também se tinha apercebido. A criança
estava anormalmente quieta e tensa, os olhos amarelos abstratos como se à
espera que um barulho se calasse.
O problema com a intuição ligada
ou não à maternidade era, como é óbvio, o ser uma história sem palavras, nem
localização temporal. Apesar de preparar as pessoas para as más notícias, não
havia nomes nem verbos para acompanhar a ansiedade, também não havia data nem
hora. Assim, ela sentava-se com a ameaça encostada à nuca como um pano molhado
e frio, o cérebro tentava racionalizar porque é a única coisa a fazer. Talvez a
Primeira Refeição não lhe tivesse caído bem. Talvez fosse só ansiedade a
flutuar à vontade dela.
Talvez…
Diabo, talvez a pressão no
estômago não fosse sequer intuição nenhuma. Talvez fosse por ter tomado uma
decisão que não lhe caía bem.
Era capaz de ser isso. Depois de
ter pensado e esperado e preocupado e tentado arranjar uma maneira de resolver
os problemas com o Z, tinha de ser realista.
Ela confrontou-o… E não obteve
resposta que prestasse do lado dele.
Nem “quero que ambas fiquem”,
nem “eu vou tratar disto”.
O que lhe disse foi que ia sair
e lutar.
O que já era uma espécie de
resposta, não era?
Olhando para o berçário, fez uma
lista do que tinha de meter na mala… não era preciso muito, só um saquinho para
a Nalla e uma malinha para ela. Conseguia arranjar mobiliário novo com
facilidade…
E para onde ia?
Uma das soluções mais fáceis era
ir para uma das casas do irmão. O Rehvenge tinha bastantes, e só tinha de
pedir. Caramba, era irónico. Depois de lutar para se livrar dele, agora estava
a ponderar voltar.
Ponderar, não. Decidir.
Bella inclinou-se para o lado,
tirou o telemóvel das calças de ganga e marcou o número de Rehv.
Depois de tocar duas vezes, a
voz grave e familiar respondeu.
- Bella?
Havia barulho de música e
pessoas a falar atrás, o som de uma multidão a lutar por um espaço.
- Olá.
- Está? Bella? Espera, deixa-me
chegar ao escritório.
Depois de uma pausa barulhenta,
o ruído foi cortado depressa.
- Como vais tu e o teu pequeno
milagre?
- Preciso de um sítio para
morar.
Silêncio total. Depois o irmão
perguntou,
- Para três ou para dois?
- Dois.
Outra longa pausa.
- Tenho de matar esse burro?
O tom frio e cruel assustou-a um
bocado, uma lembrança de que o seu querido irmão não era macho de brincadeiras.
- Não, meu Deus.
- Fala, minha irmã. Diz-me o que
se está a passar.
A morte era uma encomenda negra
que vinha de muitas formas, pesos e tamanhos. Mesmo assim, quando chegava à tua
porta, não era preciso verificar o remetente nem abrir para se saber o que era.
Sabia-se e pronto.
Quando Z caiu no caminho
daqueles dois minguantes, ele sabia que a encomenda tinha chegado, e a única
coisa que lhe ocupava o pensamento é que não estava pronto para a receber.
Claro que não era o tipo de
coisa que se recusasse.
Acima dele, desenhados num
brilho fraco de uma qualquer luz, os minguantes estacaram como se a última
coisa que esperassem ver fosse a ele. Foi quando sacaram das armas.
Z não teve uma última palavra;
teve uma última imagem, uma que eclipsava a ação dos dois canos prontos a
disparar-lhe na cabeça à queima-roupa. No pensamento viu Bella e Nalla na
cadeira de baloiço no berçário. Não era uma imagem da noite anterior, em que
houve Kleenexes e olhos raiados de
vermelhos e o gémeo com olhar sério. Era de há umas duas semanas, quando Bella
esteve a fitar a cria nos braços com tanto amor e ternura. E como se tivesse
sentido a presença dele à porta, ergueu os olhos e, por um instante, o amor que
trazia no rosto envolveu-o a ele também.
Os dois disparos fizeram-se
ouvir e o mais estranho é que a única dor que sentiu foi a picada nos ouvidas.
Seguiram-se dois ruídos
abafados, a ecoar nas riquezas roubadas.
Z ergueu a cabeça. Qhuinn e
Rhage estavam mesmo atrás de onde os minguantes tinham estado, e baixavam as
armas. Blay e John Matthew estavam com eles, também com as armas na mão.
- Estás bem? – Perguntou Rhage.
Não. A resposta era um não filho
da puta e peludo.
- Sim. Sim, estou bem.
- Blay, regressa comigo ao
túnel, - disse Rhage. – John e Qhuinn fiquem aqui com ele.
Z deixou cair a cabeça e ouviu
os dois pares de botas a sair. No estranho silêncio que se seguiu, uma onda de
náusea estendeu-se sobre ele e começou a tremer por todo o lado, as mãos a
abanar como bandeiras ao vento quando as levou à cara.
A mão de John tocou-lhe no braço
e ele sobressaltou-se.
- Estou bem… Estou bem…
John sinalizou Vamos tirar-te daqui.
- Como… - clareou a garganta. –
Como é que eu sei que isto está mesmo a acontecer?
Desculpa? Como é que sabes?...
Os dedos de Zsadist passavam
pela testa como se analisasse o sítio para onde os matadores tinham apontado as
armas.
- Como é que eu sei que isto é
real? E não um… Como é que eu sei que não morri?
John olhou por cima do ombro
para Qhuinn como se não fizesse ideia de como responder e precisasse de
auxílio. De seguida deu um murro no seu próprio peito emitindo um barulho
sólido.
Eu sei que estou aqui.
Qhuinn inclinou-se e fez o
mesmo, um som grave e pesado a sair-lhe do peito.
- Eu também.
Zsadist deixou cair novamente a
cabeça, o corpo a tremer tanto dentro da própria pele que os pés faziam
sapateado no chão duro.
- Eu não sei… se isto é verdade…
ó, merda…
John fitava-o como se medisse a
agitação crescente e tentasse vislumbrar o que diabo devia fazer.
Abruptamente, pegou na perna
partida de Z e endireitou-lhe a bota virada para trás.
Z levantou-se imediatamente e
ladrou,
- Foda-se.
Mas era bom. A dor funcionou
como uma vassoura a varrer-lhe o cérebro, limpando-lhe as teias de delírios,
substituindo-as por uma clareza concentrada. Ele estava bem vivo. Estava mesmo.
E imediatamente a seguir a essa
constatação, pensou em Bella. E Nalla.
Tinha de lhes ligar.
Z virou-se para chegar ao telemóvel,
mas a visão ficou turva por causa do que estava a fazer à perna.
- Merda. Tiras-me o telemóvel? Está
no meu bolso de trás.
John com cuidado, virou-o ao
contrário, tirou o RAZR e deu-lho.
Então não achas que isso se vai
resolver? – Perguntou Rehv.
Bella abanou a cabeça em resposta
à pergunta do irmão, depois lembrou-se de que ele não a podia ver.
- Não, não me parece. Pelo menos
nos próximos tempos.
- Merda. Bem, estou aqui para te
apoiar, tu sabes. Queres ficar com a mahmen?
- Não. Quer dizer, fico feliz com
as visitas dela, mas preciso de um espaço só meu.
Porque esperas que ele vá ter contigo.
- Não vai. Desta vez é diferente. Nalla…
tornou tudo diferente.
A criança espirrou e agarrou-se
mais ao boneco preferido debaixo do braço. Bella segurou o telemóvel de
encontro ao ombro e alisou-lhe o cabelo macio que estava a crescer. As ondas, quando
crescessem, seriam multicoloridas, cabelos loiros, ruivos e castanhos todos
misturados, como o pai teria se não se rapasse.
Rehv ria desajeitadamente, ela
perguntou:
- O que foi?
- Depois destes anos todos a
esforçar-me para te manter na propriedade, agora sou eu que não quero que
deixes a mansão da Irmandade. A sério, não há nada mais seguro… mas eu tenho
uma casa no rio Hudson que está bem. É perto da de um amigo meu, não é nada de
especial, mas tem um túnel a unir as duas casas. Ela mantem-te a salvo.
Depois de lhe dar a morada,
Bella murmurou,
- Obrigada. Vou meter umas
coisas na mala e pedir ao Fritz para me levar lá daqui a uma hora.
- Vou-te encher o frigorífico
agora mesmo.
O telemóvel fez sinal de mensagem
a chegar.
- Obrigada.
- Disseste-lhe…
- Z sabe. E não, não o vou proibir
de ver a Nalla se ele quiser, mas é ele que tem de vir ter com ela.
- E tu?
- Eu amo-o… mas isto está a ser
muito difícil para mim.
Acabaram a conversa pouco
depois, e Bella tirou o telefone do ouvido. Viu que tinha mensagem de Zsadist: DESCULPA-ME. EU AMO-TE. POR FAVOR PERDOA-ME – NÃO POSSO
VIVER SEM TI.
Ela mordeu o lábio e pestanejou
com força. E respondeu-lhe.
Capítulo Cinco
Z olhava para o visor do telemóvel,
a rezar por uma resposta de Bella. Teria telefonado, mas a voz estava tão
tremida que tinha medo de a alarmar. E entrar numa coisa muito emotiva não era
boa ideia, considerando que estava em propriedade minguante e que tinha uma
perna partida
Rhage e Blay regressaram do túnel.
- … é por isso que não entraram na
casa, - estava Rhage a dizer. – A entrada para o armazém faz-se pelo coberto
das traseiras. Estavam a verificar primeiro o sistema de segurança, nada
preocupados com a infiltração na casa.
Z clareou a voz e murmurou,
- O alarme ainda está a piscar, Se
não for desligado, mais irão…
Rhage levou a arma à luz vermelha
e puxou o gatilho, deixando a coisa em pó.
- Talvez funcione.
- Tu és cá um técnico, Hollywood,
- murmurou Z. – Só tu e o Bill Gates.
- Ou isso. Precisamos de te tirar
a ti e ao civil daqui…
O telemóvel de Z vibrou e viu a
mensagem de Bella a prender a respiração. Depois de a ler duas vezes, fechou os
olhos com força e fechou o telemóvel.
Ó, Deus… não.
Levantando o tronco do chão de terra,
fez um esforço para se pôr de pé. O disparo de dor que subia da perna ajudava-o
a distraí-lo da visão da poça de sangue que tinha por baixo.
Que…
caralho…
estás a fazer…
John fazia sinais e os outros três
perguntavam “Que estás a fazer?”
- Preciso de ir para casa. –
Desmaterializar-se estava fora de hipótese por causa da perna… que lhe estava a
dar vontade de vomitar de cada vez que a mexia. – Preciso de ir…
Hollywood enfiou a sua
perfeitamente bela cara à frente de Z.
- Importaste de relaxar? Estás em
choque…
Z agarrou-lhe no antebraço e
apertou-o para calar o Irmão. Falou devagar, e quando terminou, Rhage só
conseguia pestanejar.
Pouco depois, Rhage disse
calmamente,
- O que se passa é que tu tens uma
fratura exposta, meu irmão. Prometo que te levamos de volta, mas temos de te
levar a um médico. Morto é como tu não queres estar, percebeste-me?
Quando uma tontura veio como uma onda vinda não
se sabe de onde, Z teve a sensação de que o Irmão tinha razão. Mas, foda-se!
- Para casa. Quero…
O corpo ruiu. Dobrou-se sobre si
mesmo como um castelo de cartas.
Rhage amparou-o e virou-se para os
rapazes.
- Vocês os dois, levem-no pelo
túnel. Depressa. Eu cubro-vos.
Zsadist resmungou quando mudou de
mãos e era transportado como a carcaça de um veado encontrado morto no meio da
estrada. A dor era a terrível, fazia o coração palpitar e a pele arrepiar-se,
mas era bom. Precisava da manifestação física da emoção encarcerada no meio do
peito.
O túnel tinha cerca de quarenta
metros e era alto o suficiente para um hobbit
ficar de pé… a viagem de saída foi tão engraçada como ser dado à luz.
Qhuinn e John iam dobrados, a
fazer todos os esforços para o segurar enquanto arrastavam o rabo dali para
fora, dois adultos num espaço à escala de uma criança. O corpo de Z tremia e o
pé fodido balançava como um sino, o que o mantinha consciente era a mensagem de
Bella: DESCULPA. EU AMO-TE, MAS ELA E EU TEMOS DE
IR. DOU-TE A MORADA QUANDO NOS MUDARMOS LOGO À NOITE.
Lá fora o ar estava frio e Z inspirava-o
para os pulmões na esperança de acalmar o estômago. Foi levado diretamente para
o Hummer e colocado atrás juntamente
com o civil que tinha desmaiado. John, Blay e Qhuinn amontoaram-se lá dentro e
houve uma série de contratempos.
Finalmente, Rhage saiu disparado
de dentro da casa, mostrou três dedos e um punho e sentou-se ao lado do
condutor. Enquanto o Irmão mandava mensagens no telemóvel, Qhuinn carregou no
acelerador e uma vez mais mostrou ter dois dedos de testa: tinha sido esperto a
ponto de ter estacionado de traseira, pelo que estava virado de frente para a
estrada e saíram de lá rapidamente.
Rhage consultou o relógio enquanto
seguiam aos solavancos.
- Quatro… três… dois…
A casa explodiu atrás deles numa
bola de fogo, às réplicas a lançar ondas de choque pelo ar.
Exatamente quando uma carrinha
cheia de inimigos se atravessou no caminho e lhes bloqueou a passagem.
Bella voltou a verificar os dois
sacos e tinha quase a certeza de que tinha tudo o que precisava para os próximos
tempos. No que tinha alças verdes tinha roupa para ela, o carregador do
telemóvel, a escova dos dentes, e dois mil dólares em dinheiro. O das alças
azuis tinha as roupas de Nalla, biberões e fraldas, toalhetes, creme de muda de
fraldas, cobertorzinhos, um urso de peluche e o livro Oh, the Places You’ll Go! [Oh,
os sítios para onde vais] do Dr. Seuss
O título do livro preferido de
Nalla, numa noite como aquela, era um murro no estômago. Era mesmo.
Quando bateram à porta, Bella
respondeu.
- Entra.
Mary, a shellan de Rhage, enfiou a cabeça na abertura. A cara séria, os
olhos cinzentos tristes ainda antes de ver os sacos.
- Rhage mandou-me uma mensagem. Z
foi ferido. Eu sei que te vais embora, e o motivo não é da minha conta. Pelo
que Rhage disse, Z vai precisar desesperadamente de se alimentar.
Bella endireitou-se devagar.
- Ele está… está… muito ferido? O
que…
- Não sei mais nada para além de
que eles vêm para casa o mais rápido que puderem.
Ó, Deus… Eram as notícias que
tinha sempre temido. Z ferido no terreno.
- Quando é que eles chegam?
- Rhage não disse. Sei que têm que deixar um civil ferido na nova
clínica do Havers, mas isso é em caminho. Também não tenho a certeza se Z vai
ser tratado lá ou cá.
Bella fechou os olhos. Z tinha-lhe
mandado a mensagem já ferido. Tinha-a contactado quando estava em sofrimento… e
ela esbofeteou-o a dizer-lhe que o ia abandonar na companhia dos seus demónios.
- O que é que eu fiz? – Disse baixinho.
- Desculpa? – Perguntou Mary.
Bella abanou a cabeça tanto a
responder a si própria como à outra fêmea.
Foi até ao berço, olhou para a
filha, Nalla dormia com a grande e profunda exaustão das crianças, o pequeno
peito a subir e descer com determinação, as mãos cor-de-rosa bem fechadas, as
sobrancelhas unidas como se estivesse concentrada em crescer.
- Ficas com ela? – Perguntou Bella.
- Claro que sim.
- Há leite naquele frigorífico
ali.
- Eu fico aqui. Não vou a lado
nenhum.
No caminho da casa verde, Z sentiu
o safanão da travagem brusca de Qhuinn. O SUV manteve-se firme às leis da
física aguentando a massa, colocando um ponto final na aceleração mesmo antes
de embater na frente da carrinha que se atravessava no caminho.
Saíram canos de armas de todas as
janelas do modelo preferido das mães da Sociedade dos Minguantes como se aquela
merda fosse uma diligência, e as balas estavam possuídas a acertar na carroçaria
de aço blindado do Hummer e a fazer
ricochete nas janelas de acrílico de dois centímetros de espessura.
- É a segunda vez que saio com o
carro, - cuspiu Qhuinn – e estes filhos da puta estão a transformá-lo num
queijo suíço? Não, caralho. Segurem-se.
Qhuin atirou-os ao fazer marcha
atrás, recuou cinco metros, meteu a primeira e colou o acelerador ao fundo.
Virando o volante para a esquerda, deu a volta à carrinha, fez voar pedaços de
terra que embateram nos dois carros.
Aos saltos como num barco com mau
tempo, Rhage foi ao casaco e tirou uma granada de mão. Abriu a janela à prova
de balas o suficiente, tirou a segurança com os dentes e atirou o explosivo
redondo. Graças a Deus que a porcaria da coisa embateu no tejadilho da carrinha
e rolou para debaixo dela.
Os três minguantes saltaram
daquela merda como se a coisa estivesse a arder.
Dez segundos depois estava, as
chamas a iluminar a noite.
Foooooooda-se, se Z achou a viagem
pelo túnel horrível para a perna, aquilo não tinha sido nada se comparada com
os solavancos que os levavam para longe dos matadores. Quando chegaram à
estrada principal, depois de terem atropelado pelo menos um minguante, Zsadist
estava quase a desmaiar.
- Merda, está a entrar em choque.
Z apercebeu-se sem interesse que
Rhage se tinha voltado para trás e que estava a olhar para ele e não para o
civil.
- Estou nada, - murmurou a rolar
os olhos. – Estou só a fazer um intervalo.
Os espetaculares olhos azuis de
Rhage estreitaram-se.
- Caralho. De. Fratura. Exposta. Estás a esvair-te em sangue.
Z ergueu os olhos para os de
Qhuinn no espelho retrovisor.
- Desculpa pelos tapetes.
O macho abanou a cabeça.
- Não te chateies. Por ti era
capaz de reduzir o carro a pó.
Rhage pôs a mão no pescoço de Z.
- Caramba, estás branco como a
neve e quase tão quente como ela. Vais ter de ser tratado na clínica.
- Em casa.
Em voz baixa, Rhage disse-lhe:
- Eu mandei uma mensagem a Mary
para não a deixar sair, ok? A Bella vai lá estar independentemente do tempo que
demorarmos a chegar à mansão. Ela não sai enquanto tu não chegares.
Um silêncio palpável instalou-se
no Hummer, como se todos estivessem
ocupados a fazer de conta que não tinham ouvido Rhage.
Z abriu a boca para discutir.
Mas desmaiou antes de atirar mais
objeções.
Aguentaram até ao fim? Uau...
Vocês surpreendem-me todos os dias *vénia, vénia*
Chama-se a isto paixão!
(No meu caso, chama-se doença grave e incurável...)