Dia de Portugal, de Camões, das
comunidades portuguesas e do fim da história de Zsadist. *pranto*
Nada de desanimar, nem de ficar
triste!
Pensem assim, a segunda-feira
começa terça – o que já é bom – e eu amanhã volto com coisas fixes – o que é
muito bom – e prometo que nos havemos de divertir à brava – o que é ótimo!
Quanto à Alex, cheira-me que os
fins de semana dela são violentíssimos. Pois, correm rumores que anda a fazer
vida noturna ao mais alto nível. O Blay mandou-me uma mensagem,
preocupadíssimo, porque se consta que ela anda a passar muito tempo com o
Zypher. Não sabem quem é? É um daqueles vampiros novos com maus fígados, mas de
aspeto salivante que, no mínimo, é da família do Rhage: não há fêmea que lhe
escape… não sei porquê…
Querida Alex, deixa o inimigo em
paz, sua traidora!
Não me venhas com tretas de que o
estás a tentar converter.
E não, passar o dia com ele no
quarto sabe-Deus-a-fazer-o-quê não é avaliar o inimigo. É taradice!
Olha, o V diz para ires ao chinês
comprar velas e que deixes de rir como uma idiota!
Dedicado a toda a gente que, neste
momento, queria estar no lugar da Alex. (mim!mim!)
Epílogo
Seis meses depois…
- E o que é que se passa para
haver tanto barulho, linda?
Bella entrou no berçário e encontrou
Nalla de pé no berço, mãos agarradas à grade, a carinha vermelha e tensa de
chorar. Tinha sido tudo atirado ao chão: a almofada, os peluches, o cobertor.
- Parece que o teu mundo está a
acabar outra vez. – Disse Bella ao pegar na sua chorosa filha e a olhar para os
escombros. – Foi alguma coisa que eles disseram?
A atenção só fazia com que
chorasse mais e com mais força.
- Então, então, tenta respirar…
dá-te mais volume… ok, acabaste de comer, por isso eu sei que não tens fome. E
não estás molhada. – Mais choro. – Acho que sei o que se passa…
Bella olhou para o relógio.
- Olha, vamos tentar, mas não sei
se são horas.
Dobrando-se, apanhou a mantinha
cor-de-rosa preferida de Nalla, embrulhou-a nela e foi para a porta. Nalla
acalmou-se um bocadinho ao sair do berçário e ao descer o corredor das estátuas
até à grande escadaria, e a viagem pelo túnel até ao centro de treinos também foi
relativamente sossegada… mas quando entraram no escritório e viram que estava
vazio, o choro recomeçou.
- Calma, vamos ver se…
Fora, no corredor, um grupo de alunos
pré-transição saía do vestuário e seguiam em direção ao parque de
estacionamento. Era bom vê-los, e não só porque Nalla ia provavelmente ter o
que procurava: depois dos ataques à glymera,
as aulas dos futuros soldados tinham parado. No entanto, agora, a Irmandade
estava de volta ao trabalho com a geração seguinte – só que desta vez nem todos
eram aristocratas.
Bella entrou no ginásio através de
uma porta das traseiras e corou com o que viu. Zsadist estava mais à frente, a
treinar num saco de areia, os murros poderosos a levar a coisa a recuar até
ficar num ângulo apertado. O tronco nu era impressionante debaixo das luzes, os
músculos esculpidos na perfeição, os anéis dos mamilos brilhavam, a forma de
lutar era perfeita até para olhos destreinados.
De um dos lados, um aluno estava
absolutamente especado, uma camisola a pender numa mão pequena. O rosto
mostrava uma combinação de medo e de espanto ao ver Zsadist treinar, os olhos
do miúdo muito abertos, a boca num pequeno O, o maxilar a cair.
No instante em que o choro de
Nalla ecoa no espaço, Z vira-se.
- Desculpa incomodar-te, - disse
Bella por cima do choro. – Mas ela quer o papá.
A cara de Z derreteu-se num
verdadeiro brilho de amor, a concentração intensa a desaparecer-lhe dos olhos e
a ser substituída pelo que Bella chamava a visão-Nalla. Deslocou-se até meio do
caminho, por cima dos colchões azuis, deu um beijo nos lábios de Bella e pegou
na criança ao colo.
Nalla acalmou logo no colo do pai,
a abraçar o pescoço grosso e a encostar-se ao peito enorme.
Z olhou para trás para o aluno do
outro lado do ginásio. Numa voz grave disse:
- O autocarro está quase a chegar,
filho. É melhor despachares-te.
Quando se voltou novamente, Bella
sentiu o braço do seu hellren a abraçar-lhe
a cintura, e foi encostada com força a ele. Ao beijá-la outra vez, disse:
- Preciso de um duche. Queres
ajudar?
- Oh, sim.
Os três deixaram o ginásio e
regressaram à mansão. A meio caminho, Nalla adormeceu, pelo que quando chegaram
ao quarto, foram ao berçário, deitaram-na no berço, e aproveitaram o chuveiro
que estava muito quente – e não só por causa da temperatura da água.
Quando terminaram, Nalla estava
acordada outra vez, mesmo a tempo da hora do conto.
Enquanto Bella secava o cabelo com
uma toalha, Z foi ter com ela, pegou na bebé, e pai e filha instalaram-se na
grande cama. Bella entrou pouco depois e deixou-se ficar encostada à porta a
olhar para os dois. Estavam confortavelmente encostados um ao outro, tão perto
que era como se fossem um. Z estava com calças de pijama xadrez Black Watch e camisola preta sem mangas.
Nalla num fatinho cor-de-rosa pálido com “Menina do Papá” escrito a branco.
- Oh, os sítios onde irás!” Lia Zsadist
com o livro no colo. - De Dr. Seuss.
Z lia, Nalla batia nas páginas com
a mão de vez em quando.
Era uma nova rotina. No final de
cada dia, quando Z regressava a casa da patrulha ou das aulas, geralmente
tomava banho enquanto Bella amamentava Nalla, depois, ele e a filha iam para a
cama juntos e ele lia-lhe até ela adormecer.
Então, ele levava-a com cuidado
para o berçário… e voltava para a hora do mahmen-e-papa , como ele lhe chamava.
Tanto a leitura como o modo como
ficou à vontade a pegar em Nalla eram milagres, e a mão de Mary esteve presente
em ambos os casos. Z e a fêmea encontravam-se uma vez por semana na cave à
frente da fornalha. Os dois falaram com Bella acerca das sessões e Z, às vezes,
falava do que tinham discutido, mas o grosso ficava na cave – embora Bella
soubesse que algumas coisas que partilhavam eram horríveis: Ela sabia porque,
depois, Mary ia frequentemente direta ao quarto ter com Rhage e só saía passado
muito muito tempo. Mas estava a funcionar. Z estava tranquilo mas de maneira
diferente, numa nova maneira.
Isso via-se com a Nalla. Quando
ela lhe agarrava os pulsos ele já não os afastava, e deixava-a bater-lhes ou
beijá-lo nas mãos. Também a deixava trepar pelas costas arruinadas e esfregar a
cara nelas. E juntou o nome da filha à pele, gravado amorosamente pelos Irmãos
por baixo do de Bella.
Também se via porque os pesadelos
desapareceram. De facto, já tinham passado meses desde a última vez que ele se
levantou repentinamente da cama cheio de suores frios de medo.
E também se via no sorriso. Que era
maior e mais frequente que nunca.
De repente, a visão de ele a pegar
na filha fê-la sensibilizar-se, e, como se tivesse pressentido as lágrimas, o
olhar de Z virou-se para ela. Continuou a ler mas com cara de preocupação.
Bella atirou-lhe um beijo, em
resposta ele fez sinal com a mão no colchão perto dele.
- Então… põe-te a caminho! – Terminou
ele assim que Bella se aconchegou perto dele.
Nalla emitiu um som de felicidade
e bateu na capa do livro acabado de fechar.
- Estás bem? – Sussurrou ao ouvido
de Bella.
Ela pôs-lhe a mão na cara e levou
a boca dele à dela.
- Sim. Muito bem.
Beijaram-se e Nalla voltou a bater
no livro.
- Tens a certeza de que estás bem?
– Perguntou Z.
- Oh, sim.
Nalla agarrou no livro e Z riu-se,
retirando-lho com cuidado.
- Ei, que fazes tu, pequenina?
Queres mais? Tu és de mais… tu… ó, não… o beicinho não… ó, não – Nalla deu uma
gargalhada. – Malandra! Queres mais, e sabes que vais ter o que queres por
causa do Beicinho. Jesus, tens o teu pai na palma da mãozinha, não tens?
Nalla chilreou assim que o pai
abriu novamente o livro e a história começou a sair novamente da boca de Z, com
voz sonora:
- Parabéns! Hoje é o teu dia…
Bella fechou os olhos, encostou a
cabeça ao ombro do hellren e ouviu a
história.
De todos os lugares onde tinha
estado, este era o melhor. Aqui. Com aqueles dois.
E sabia que Z sentia o mesmo.
Via-se em todas as horas que passava com Nalla e em todos os dias que procurava
Bella através dos lençóis quando estavam sozinhos. Via-se no facto de ter
voltado a cantar, e de ter começado a armar confusão com os Irmãos, não para
treinar, mas para se divertir. Via-se no novo sorriso, aquele que ela nunca
tinha visto e que morria por ver outra vez.
Via-se na luz que tinha nos olhos
e no coração.
Ele era… feliz com a vida que
tinha. E a ficar cada vez mais feliz.
Como se lhe lesse os pensamentos,
Z agarrou-lhe uma mão com a sua enorme e apertou-a.
Sim, ele sentia exatamente o
mesmo. Este também era o seu lugar preferido.
Bella ouvia a história e
deixava-se embalar, tal como a filha, segura na certeza de que tudo estava como
devia estar.
O macho tinha regressado para
elas… e tinha vindo para ficar.
Fim
Minhas queridas, espero que tenham gostado.
Para mim foi um prazer revisitar esta história.
E já tenho mais coisas preparadas... he he he...