Já tinha saudades de parar e fazer
coisas de que gosto!
É duro ser um bichinho lindo!
Vou-vos contar a minha história:
primeiro saí do calor para me enfiar numa braseira, passei um fim de semana a ressequir
as asas. A seguir, fujo de lá e descubro que me estava a enfiar no inferno; depois,
a cria pequena passa toda a semana com febres altíssimas.
E o que tinha? Deus vos responda!
O trabalho que deixei por fazer,
achou que não devia fazer-se sozinho e reproduziu-se. A cria mais velha, de
invejosa, seguiu o caminho do irmão.
E o que faz um morceguito nestas
circunstâncias? Esquece-se que existe, entra em vida suspensa, hiberna para o
mundo e enlouquece.
Juro-vos que vi com ar guloso uma
corda e uma figueira, mas o meu pescoço tenro, macio e, no mínimo, espetacular
era bom demais para se perder.
E o morcegão pai das crias? Boa
pergunta. Esvoaçava-se pela gruta, empatava tudo, sujava o que podia e
reclamava com a vida, por ter as crias a choramingar e sem saber o que lhes
fazer.
No meio disto tudo, a vaga de
calor que desaparecia por todo o lado, permanecia encrustada na minha terra.
(Hoje, às 9h00, e que está fresquinho, estão 27 graus. Nem quero saber como vai
estar a tarde!)
O disco do meu PC teve que ser
reformatado, enfiei tudo em pastas, transladei tudo para o disco externo e
depois fui procurar as minhas traduções. Descobri que tenho pastas fantásticas
com nomes fabulosos: Coisas, Koizas, Vários, Tralha… com ficheiros com o nome:
asneiras, mim, eu, morcego, mcg, bu, jjku (jjku?),
sdrg, gg…
PQP!
Onde c… enfiei a m… das coisas?
Ainda não sei.
Socorro!
Mas como tristezas de morCeGo, não
apagam dívidas, vamos a excertos interessantes da J R Ward às suas personagens! (traduções de ontem à noite)
Espero que gostem.
Ah, e o livro da Payne está à
venda a partir de hoje! Yes!
ZSADIST
[V praticamente não
fala, enfia-a num carro e leva-a às compras]
Pensei que estava a ser cuidadoso
com a forma como tocava nas roupas de bebé por serem o que eram, mas, na
verdade, ele trata todas as mercadorias com o mesmo respeito. Parece um
assassino em série, a expressão tão negra como os negros olhos, mas as mãos
nunca são ásperas. Se pega nalguma coisa de uma prateleira, de uma pilha ou de
uma montra e não quer, devolve-a ao sítio onde estava. Se encontra uma camisola
amarrotada ou um livro mal colocado na prateleira por outro cliente, ou uma
t-shirt torta numa cruzeta, ele põe tudo direito.
Z tem um coração bondoso, é igualzinho
ao Phury.
(…)
Fomos calados pelo caminho de
regresso, até chegarmos ao mhis que
rodeia as instalações. Enquanto a paisagem se turva novamente, olho para Z.
J R: Obrigada por me teres levado.
Houve uma pausa, uma que demorou
muito tempo, achei que não haveria resposta. Então, ao chegarmos aos portões da
mansão:
Z: (olha e acena com a cabeça uma vez) Obrigado por teres vindo.
BUTCH
[A dada altura da entrevista]
Butch: Estou apaixonado pela Marissa. Mas sem o V estaria morto, e
não é só por causa da coisa da cura.
JR: (olhando-o) E foi isso o que mais te surpreendeu?
Butch: É assim, a relação com o V? Não encaixa em lado nenhum, e
não tem de encaixar… apesar de às vezes desejar que encaixasse. Sinto que ele não
seria tão importante se fossemos só irmãos ou melhores amigos, ou uma merda
assim. Já é difícil ser vulnerável perante uma pessoa, como com a esposa. Mas
ter este tipo solto no mundo, a debater-se e a enfrentar lessers… Eu preocupo-me com o facto de poder perder os dois, e
odeio isso. V sai às vezes sozinho e eu não posso ir com ele, estou sempre a
verificar o telefone até ele chegar salvo a casa. Há noites em que eu e a Jane
nos sentamos no sofá do Fosso a olhar para a parede. (Pausa.) É uma merda dizer
a verdade. Mas eu preciso que os dois estejam bem.
(…)
Butch: A propósito, não é um caso escabroso de incesto.
JR: (olhos abertos) Desculpa?
Butch: Eu e o V sermos assim. Quer dizer, já éramos assim antes do
Omega… tu sabes, aquela merda. É claro que o Vishous é o filho da Virgem
Escrivã e eu sou… sou o que sou graças ao irmão Dela, mas não há nada de
manhoso.
(…)
Butch: Ele [Vishous] está
à tua espera na cave.
JR: Não estou ansiosa pelo encontro.
Butch: (sorri) Nem ele. Mas pensa assim, podia ser pior. Podias ter
de escrever outro livro sobre ele.
JR: (ri-se) Podes crer.
VISHOUS
[Sente-se inquieta, trocam poucas palavras, não consegue fazer nenhuma das
perguntas que queria colocar. V está a fazer adagas novas para Tohr – sabe que
ele vai recuperar - e ela observa-o. No
final diz o que se transcreve.]
Para mim, V é como um diamante.
Impressiona, fascina, dá vontade de ficar a olhar para ele durante horas, mas ele
nunca se aproximará ou dará as boas vindas. Tal como ele, os diamantes não
existem para serem cintilantes e reluzentes, ou para alguém os comprar e colocá-los
na mão de outrem – isso são apenas as consequências que advêm da incrível
pressão a que as moléculas foram submetidas. Todo o brilho vem da dureza deles
e dele.
E tanto uns como o outro
continuarão por aí muito depois de nós desaparecermos.
Já vos disse que só suporto o Butch por causa do V?
É verdade.
E o meu Z? *suspiro* … *outro suspiro*
Quanto ao livro agora traduzido em Portugal, o conteúdo destas duas últimas entrevistas vai-se confirmar. Ai o meu Vishous maravilhoooooooso...