Bom dia, criaturas amantes de
coisas maravilhosas, tipo gajos bons! :D
Não tenho nada para dizer, por
isso vou disparatar.
Boas leituras.
Beijos bons. - Um especial para a minha amada
humana ;) Ainda me vão prender por causa
desta merda… o meu morcegão que saiba… pede-me logo o esvórcio e põe-me umas
cuecas num saco plástico à porta da gruta!... He he he…
SPOILERS
PARA ALGUNS
Lover
Reborn
[Autumn, levada pelo raio de luz,
vai ter a uma imensidão branca e vê uma porta]
Quando uns braços a enlaçaram pela
cintura a arrastá-la para trás, ela atacou, com as presas de fora mordeu o
grosso braço…
- Foda-se! Au!
A voz indignada de Lassiter
interrompeu-a, acalmando-lhe o corpo até que retomou a respiração.
A porcaria da porta estava
absolutamente ilesa. Indiferente. Inexpressiva.
- Estupores, - gritou. –
Estupores!
O anjo virou-a e abanou-a.
- Ouve-me… tu não estás a ajudar.
Tens de te acalmar, caralho.
Ela recompôs-se, com muita força
de vontade. E começou a chorar.
- Porquê? Porque é que nos estão a
fazer isto?
Voltou a abaná-la.
- Ouve-me. Eu não quero que abras
essa porta… Fica aqui. Quieta. Vou fazer o que puder, ok? Não tenho grande
influência, se calhar nem tenho nenhuma… Mas vou tentar, caralho. Tu ficas aqui
onde estás, e pelo amor de Deus, não
abras aquilo. Assim que o fizeres, entras no Fade e eu não posso fazer merda
nenhuma. Estamos entendidos?
- O que é que vais fazer?
Olhou para ela por um longo tempo.
- Talvez esta noite, finalmente, vá
ser um anjo.
- O que… Não percebo…
Lassiter segurou-lhe o rosto com
ambas as mãos.
- Vocês os dois fizeram tanto por
mim… diabo, estivemos todos num in
Between. Por isso, vou oferecer tudo o que tenho para vos salvar aos dois…
veremos se é o suficiente.
Ela segurou-se à mão dele.
- Lassiter…
Deu um passo atrás e acenou-lhe
com a cabeça.
- Fica aqui e não tenhas grandes
esperanças. Eu e o Criador não temos a melhor das relações… É provável que até
seja incinerado à vista. Nesse caso, sem ofensa, mas estás fodida.
Lassiter virou-se e caminhou na
brancura, o enorme corpo a desaparecer.
Fechando os olhos, Autumn enrolou
os braços à volta do corpo e rezou para que o anjo fizesse um milagre.
Rezou com tudo o que tinha…
Se há coisa que eu gosto é da linguagem angelical do Lassiter… He he
he… Expressivozinho, não é?
[Algum tempo depois…]
- És … és mesmo tu?
Em resposta, ela atirou os braços
à volta dele e abraçou-o com força, ele não conseguia respirar… e graças a
Deus. Porque isso significava que ela estava ali, não é? Tinha de estar… não é?
- Lassiter… Lassiter conseguiu… O
Lassiter salvou-me.
Tentou acompanhar o que ela dizia.
- O que… O que é que tu… Não
percebo nada do que…
A história acabou por sair várias
vezes, de diferentes modos, porque a cabeça dele não conseguia compreender
nada. Qualquer coisa sobre ela ir para o Fade, e o anjo aparecer e dizer-lhe…
- Ele disse que ia dar tudo que
tinha para nos salvar. Tudo…
Tohr afastou-se e tocou no rosto
de Autumn, no pescoço, nos ombros. Ela estava ali como ele estava. Ela estava
tão viva como ele. Ela tinha sido salva… por aquele anjo?
Lassiter tinha dito que seria
livre se tudo funcionasse.
A única explicação possível foi
ele ter trocado o futuro dele… pelo deles.
- Aquele anjo… - sussurrou. –
Aquele estúpido anjo…
E a forma delicada como tratam o Lssiter… Um mimo…
[Qhuinn e Blay]
Blay não baixou os olhos.
E pela primeira vez… Qhuinn também
não.
Não sabia se a emoção era por
causa do primo – possivelmente era – mas ele aceitava-a: devolveu o olhar a Blaylock
e deixou sair tudo o que tinha no coração para o rosto.
Deixou a merda toda sair.
Porque havia uma lição a tirar da
cerimónia do Fade desta noite: podia-se perder aqueles que se amavam num piscar
de olhos – e ele era capaz de apostar que, quando isso acontece, não se pensa
nos motivos que os separava. Pensava-se nos motivos que os mantinham juntos.
E, é claro, como se gostaria de
ter mais uma oportunidade. Mesmo quando se tem séculos…
Quando somos jovens, pensamos que
o tempo é um fardo, algo para despachar o mais rápido possível para que se
cresça. Mas é um engano… Depois somos adultos e apercebemo-nos que os minutos e
as horas são a coisa mais preciosa que se tem.
Ninguém vive para sempre. E é a
merda de um crime desperdiçar o que nos dão.
Já chega, pensou Qhuinn. Já chega
de desculpas e de subterfúgios, e tentar ser outra pessoa, ser um outro
qualquer.
Mesmo que fosse rejeitado, mesmo
que o precioso ego pequenino e o burro do coraçãozinho fosse estilhaçado em
milhões de cacos, era altura de parar com a estupidez.
Era hora de ser macho.
Blay começou a endireitar-se, como
se tivesse recebido uma mensagem, pensou Qhuinn: Pois é, amigo.
O nosso futuro chegou.
Ahhhhhh… Blheglhegueblee…
[Epílogo]
Na noite seguinte, Tohrment deu
uma volta na cama e encontrou o corpo de Autumn entre os lençóis. Estava quente
e recetiva quando a montou, as pernas a afastarem-se para ele, dando-lhe as
boas-vindas quando entrou e se moveu dentro dela.
Tinham adormecido juntos,
mergulhando naquele tipo de descanso que se tem quando se termina uma viagem e
se vê a casa a reaparecer no horizonte.
- Dá-me a tua boca, minha fêmea, -
disse suavemente na escuridão.
(…)
A campainha da porta tocou alto e
a bom som.
Franzindo a testa, Tohr olhou para
o relógio antigo na porta da despensa. Duas da tarde? Quem é que diabo…
A campainha toca outra vez.
Atravessando o chão de mosaico,
preparou-se para chamar os irmãos se tivesse de ser e espreitou pelo monitor…
- Ó diabo!
- Quem é?
Tohr pôs Autumn no chão, abriu o
mecanismo que trancava a porta interior e pôs a fêmea atrás de si para o caso
de passar a luz do dia.
Lassiter entrou como se fosse dono
daquilo, a arrogância de regresso com toda a força, o sorriso tão aberto e
atrevido como sempre, o cabelo loiro e negro ponteado de flocos de neve
recentes.
Tohr e Autmn olharam para ele de
boca aberta, ele levanta dois sacos enormes da McDonald’s.
- Trouxe Big Macs para todos, - disse alegremente. – Sei que gostas deles,
lembras-te?
- O que… - Tohr agarrou com mais
força a sua shellan, só para o caso
de… Bem, merda, da maneira como as coisas andavam ultimamente, podia acontecer
qualquer coisa. – Que estás aqui a fazer?
- É o teu dia de sorte, animal. –
O anjo deu uma voltinha, os pírcingues a reluzir. – Parece que éramos três a
sermos testados, e eu também passei. Quando me ofereci por vocês os dois,
fiquei livre… e depois de pensar um bocado, decidi que preferia estar na terra
a fazer boas ações do que lá em cima nas nuvens. Porque, tu sabes, estava-me a
dar bem e esta merda da compaixão fica-me bem. Para além disso, no céu não há Maury.
- É o que o distingue do inferno,
- sublinhou Tohr.
- Tens razão. – O anjo abana a
carga altamente calórica e altamente gordurosa. – Então, que dizes? Também
tenho batatas fritas. Não há sundaes.
Não sabia quanto tempo iam demorar a abrir-me a porta e não queria que
derretessem.
Tohr olha para Autumn. Ambos olham
para o anjo.
Em simultâneo, dão um passo e
abraçam-no e, quem diria, o desgraçado abraçou-os também.
Eu gosto do Lassiter… O meu anjo dono do mundo… He he he… Havíamos de
nos dar muito bem… se ele deixasse…Ouviste, Nasan?
Bom fim de semana.