Olá, minha gente!
Lá venho eu, armada em totó. Tenho
escritórios de trabalho por fazer e ponho-me a blogar…
Este fim-de-semana, o trabalho foi
todo ao teto. Mim fez anos, mim estar velhota e acabadinha. No sábado foi um
entra em sai da gruta. Tinha morcegada por todos os lados! Fartei-me de comer
porcarias e de beber disparates. Falei como uma condenada que não sabia o que
era dar à língua, deitei-me a horas pecaminosas e, no dia seguinte (domingo),
estava fresca como uma alface viçosa, mas cheia de preguiça. Atirei-me às
leituras: eu linda, de livro lindo, a ignorar as crias buliçosas – o morcegão a correr atrás delas e a dar em louco… he he he… – encostada à
minha salamalandra… Ahhh… foi morcegasmo
atrás de morcegasmo…
A parte melhor? É que nem me
pesava a consciência!
Ainda hoje tenho a certeza que
merecia fazer disto todos os dias!
Eu nasci para não fazer nenhum.
Devia ter nascido numa gruta de ouro, viver rodeada de criadagem escravizada e
eu alapada no sofá ao quentinho. Só me havia de mexer para virar as páginas e
encomendar mais livros na nets!
Isto é a idade a falar mais alto.
A partir de determinada altura,
tudo nos é permitido.
Eu estou nessa altura.
Só não tenho os euros!...
É por isso que lhe chamam aéreos… voam como o caraças!
Ai, ai.
Boas leituras.
Beijos bons.
PS – Micas
minha musa, Nasan minha chefe, Viviana minha fã - pensei em vocês!
SPOILERS
PARA ALGUNS
Lover at Last
- Pareces mesmo feliz.
Layla voltou os olhos. Parecia-lhe
impensável que a rainha da raça
estivesse à beira dela na cama, a ler Us
Reading and People e a ver televisão. Pensando bem, com a exceção do enorme
saturnino vermelho-sangue que brilhava no dedo, ela era como as outras fêmeas.
- E estou. – Layla pôs de lado o
artigo sobre a nova temporada de The
Bachelor e colocou a mão na barriga. – Estou extasiada.
Especialmente porque Payne tinha
passado por lá e parecia ter regressado ao que era. O desejo que a gravidez
continuasse era quase patológico, a ideia de aquela bênção se dever ao sacrifício
de outra fêmea não lhe caía bem.
- Gostavas de ter filhos? – Perguntou
Layla sem pensar. Depois acrescentou – Se não ofender…
Beth afastou a preocupação com a
mão.
- Podes perguntar-me o que quiseres. E sim, meu Deus. Quero muito. É
engraçado, antes da mudança? Não me interessava… nada. Eram barulhentos,
confusões fora de controlo que, honestamente, não percebia porque é que as
pessoas se chateavam a tê-los. Depois conheci o Wrath. – Põe o cabelo negro
para trás e riu. – Escusado será dizer que tudo se alterou.
- Por quantos períodos de
necessidade já passaste?
- Estou à espera. A rezar. Em contagem decrescente.
Layla enrugou a testa e
atarefou-se a abrir outra embalagem de saltines.
Era difícil lembrar pormenores daquelas horas alienadas com o Qhuinn – mas foi
um desafio de proporções épicas.
Por causa do milagre que
descansava dentro dela, tinha valido a pena.
Porém, ela não podia dizer que
queria passar outra vez pelo período fértil. Pelo menos sem estar medicada.
- Bem, desejo que venha rápido,
então. – Layla trincou outra bolacha, o quadrado a estalar e a derreter na
boca. – E nem acredito que estou a dizer isto.
- É assim tão mau como… quer
dizer, não consegui falar muito com Wellsie acerca disso antes de ela falecer,
e Bella nunca disse nada acerca da dela. – Beth olhou para baixo, para o anel
de rainha, como se admirasse a forma como refletia a luz – E não conheço a Autumn
assim tão bem… ela é amorosa, mas depois do que ela e Tohr passaram, não me
parece que seja um assunto apropriado para falar com ela.
- Na verdade, é maioritariamente
uma imagem distorcida.
- Provavelmente, uma bênção, ãhn?
Layla encolheu-se.
- Gostava de poder dizer-te outra
coisa… mas sim, acho que é uma bênção.
- Tem de valer a pena.
- Sem dúvida – de facto, estava a
pensar na mesma coisa. – Layla sorriu. – Sabes o que dizem acerca das mulheres
grávidas, não sabes?
- O quê?
- Se passares algum tempo com
elas, elas encorajarão o período de necessidade a vir.
- Juuuuuuura! – Riu-se a rainha. –
Então tu podes ser a resposta às minhas preces.
- Não sei se isso será verdade. No
Outro Lado, estávamos sempre férteis. Só aqui é que as fêmeas estão sujeitas a
flutuações hormonais, mas li acerca dos efeitos na biblioteca.
- Então que dizes a fazermos a
nossa própria experiência? – Beth esticou a mão para ela apertar. – Para além
disso, gosto de estar aqui. Tu és muito inspiradora.
As sobrancelhas de Layla subiram
quando lhe apertou a mão.
- Inspir… não, eu não vejo nada
disso.
- Pensa no que já passaste.
- A gravidez acabou por se compor…
- Não é só isso. Tu és uma
sobrevivente de um culto. – Layla fez-lhe um olhar de quem não percebe, - Nunca
ouviste falar nisso?
- Eu sei o que as palavras
significam. Mas não sei se se aplica a mim.
A rainha olhou para outro lado,
como se não quisesse criar discórdia.
- Ei, posso estar errada e tu
deves saber mais do que eu… para além disso, agora estás feliz e é o que
importa.
Layla concentrou-se na televisão.
Pelo que sabia, um culto não era uma coisa boa e sobrevivente era um termo
geralmente associado a pessoas que passaram por um qualquer trauma.
O Santuário tinha sido um plácido
e ameno dia de primavera, as fêmeas estavam todas calmas naquele lugar sagrado
e em paz com as importantes obrigações para com a mãe da raça.
Sem coerção. Sem revoltas.
Por um qualquer motivo, a voz de
Payne apareceu-lhe no pensamento.
Tu e eu somos irmãs na tirania da minha mãe – baixas do seu grande
plano de como as coisas devem ser. Fomos ambas aprisionadas de formas
diferentes, tu como Escolhida, eu como a sua filha de sangue.
- Desculpa, - pediu a rainha, tocando
no braço de Layla. – Não queria transtornar-te. E, na verdade, nem sei que
diabo estou a dizer.
Layla regressou dos seus
pensamentos.
- Por favor, não se preocupe, -
Segurou na mão da rainha. – Não me ofendi. Mas agora falemos de coisas mais
felizes – como o teu hellren. Ele
deve estar ansioso por isso também
Beth riu-se nervosamente.
- Não é bem assim que ele está.
- Seguramente ele quererá um
herdeiro.
- Acho que ele me dará um. Mas só
porque quero muito um filho.
- Oh.
- Oh é a palavra certa. – Beth apertou
a mão de Layla com mais força. – Ele preocupa-se muito Eu sou forte e saudável
e estou pronta. Se eu conseguisse pôr o meu corpo nos eixos… se tudo corresse
bem, ele podia perceber a deixa.
Layla sorriu e esfregou a barriga
lisa.
- Ouviste, bebé? Tens de ajudar a nossa rainha. Para a família
real, é importante ter uma cria.
- Mas não é para o trono, - disse
logo Beth. – Por mim, não é. Só quero ser mamã e quero ter o filho do meu
marido. No fundo, é assim tão
simples.
Layla ficou calada. Estava tão contente por ter Qhuinn na sua
jornada, mas seria maravilhoso ter um macho a sério deitado ao lado dela, a
abraçá-la durante o dia, a amá-la e a tomar conta dela e a dizer-lhe que ela
era preciosa não só por aquilo que o corpo dela era capaz de fazer, mas também
porque lhe inspirava o coração.
Uma imagem do rosto duro de Xcor
apareceu-lhe no pensamento.
Abanando a cabeça, pensou: não,
ela não devia pensar nisso. Precisava de estar calma e relaxada por causa da cria,
porque de certeza que a agitação passaria para ela. Para além disso, ela já
fora abençoada com tanto, e se a gravidez fosse até ao fim, e se ela
sobrevivesse ao parto?
Ter-lhe-ia sido concedido um
verdadeiro milagre.
- Tenho a certeza de que tudo se
resolverá com o rei, - disse. O Destino tem formas de nos dar o que precisamos.
- Ámen, irmã. Ámen.
Ai que gente sem juízo…
Se soubessem o que é
ter crias…
Têm todas pilhas Duracell.
Não têm piedade por ninguém. Não param. Não calam. Não deixam ninguém ter
sossego…
São tão lindas!... :D
E o Wrath está tão
tramadinho! Ui, ui!
Olá, se está!
:D