Bom dia! (Sim, eu sei que não têm culpa por eu ter voltado, mas controlem-se.)
A semana passada foi um caos…
Na sexta-feira passada, quando me
olhei ao espelho de manhã, fiquei uma boa meia hora especada. Eu estava um
mamífero sexy e esplendoroso, cheguei a pensar que era desperdício ir
trabalhar… estava com tão bom aspeto que o mais lógico seria ir bater asas para
a rua: beleza assim tinha de ser partilhada com a humanidade!... No mínimo!
A consciência berrou mais alto e
lá fui eu, qual estrela de cinema a desfilar na passareca vermelha, trancar-me
para ganhar a vida. Pelo caminho, as cabeças voltavam-se à minha passagem –
tudo olhares de apreço e bocas abertas de espanto. Ao chegar ao local de
escravatura, atiram-me flores e oferecem-me taças com frutos exóticos, o meu
chefão propõe-me um aumento e deixa-me ir de férias… Enfim!... Estava tudo como
eu merecia…
Entretanto, acordei.
O traidor do espelho, apanha-me de
olho desperto e só me mostra pelos arrebitados para todos os lados, mau aspeto
e olheiras até aos cotovelos… Uma noja! Desisti de olhar para ele. Só não o
parti, porque o morcegão queria aparar a penugem do queixo. É o que dá comprar artigos balatos em lojas
chamadas Liong Chiung.
Recuso-me a relatar os pormenores
sórdidos desse dia de trabalho com previsões de pioria para a semana seguinte…
Foi pornográfico! Entre as dez da manhã e as duas da tarde chegou a roçar a
obscenidade… De tão indecente e escabroso que foi, ainda hoje tapo os olhos
para não o ver.
O fim de semana foi melhorzito, tive
uns (des)encontros con la chica que me pone a hablar cosas raras: mi Micas (por quem me ajoelho em adoração);
tentei domar as crias (sem sucesso) e
tentei despachar serviço em atraso (em
vão). Terminei o domingo a ver uns episódios em atraso de uma série
vampírico-babosa (muito por culpa dos
lábios do protagonista… até me dá tonturas cada vez que os vejo… Ah… estou a
vê-los, estou a vê-los!...)
A senhora que se diz escritora, e
cujo estatuto devia ser revogado, não lançou nadinha cá para fora (grrrr para ela). Mas gozou com o
pessoal… (outro grrrr)
Na segunda-feira (ontem), a coisa
ficou de tal maneira para o meu lado que ainda estou apatarecada. Quando me
recompuser, pode ser que vos diga alguma coisa. Até lá, resta-me desejar o do
costume:
Boas leituras.
Beijos bons!
MINI
SPOILER PARA ALGUNS
Lover at Last
Sola foi contra o fogão enquanto
introduzia o homem na sua casa. Depois, ao corrigir a direção, embateu na
cadeira onde a avó tinha estado, pelo menos conseguiu disfarçar desta vez,
puxando-a e sentando-se nela.
- Também não me disseste o teu
nome, - murmurou, apesar de nomes próprios serem a última coisa que tinha na
cabeça.
O homem juntou-se a ela do outro
lado da pequena mesa. As roupas caras e a desmesurada altura dele, fazia
parecer com que tudo parecesse frágil e barato, desde o tampo laminado que os
separava, às cadeiras e à cozinha.
À casa toda.
Ele estendeu a mão por cima da
mesa. Naquela voz grave com sotaque divino, ele disse:
- Chamo-me Assail.
- Assail? – Estendeu
cautelosamente a mão, preparada para encontrar a dele. – Nome estranho…
No momento em que o contacto se
fez, um relâmpago percorreu-lhe o braço e aterrou-lhe no coração, acelerando-o
e fazendo-a corar.
- Não gostas? – Sussurrou como se
estivesse muito bem ciente da reação dela.
Ele estava a falar do nome dele,
não era? Sim, era disso.
- É… inesperado.
- Diz-me o teu. – Ordenou sem a
largar. – Por favor.
Enquanto ele esperava e lhe
segurava a mão, enquanto respiravam juntos, ela apercebeu-se que, às vezes,
havia coisas mais íntimas que sexo.
- Marisol. Mas chamam-me Sola.
Ele ronronou. Ronronou.
- Chamar-te-ei Marisol.
E não é que era perfeito? Meu
Deus, aquele sotaque… ele transformou o nome que sempre teve num poema.
Sola tirou a mão da dele e
colocou-a nas pernas. Mas os olhos permaneceram nele: tinha um ar de arrogância
e ela teve a sensação de que era um hábito inconsciente, não tinha nada a ver
com ela. O cabelo parecia incrivelmente denso, e penteado obviamente com algum
produto – só assim conseguiria manter aquela onda fora da testa. E o perfume?
Esqueçam. O que diabo fosse, estava capaz de a pôr ganzada só com aquele aroma
incrível.
Com aquela aparência fantástica,
aquele corpo e aquela inteligência? Ela estava capaz de apostar a casa em como
a vida dele era a passada a praticar o secretismo como desporto.
Leram a parte do ronronar?... E do ganzada?
Credo! Até se me arrepiou o espinhanço…
Tenho tantas expectativas em relação a este Assail…
Costumava ficar assim com o Qhuinn…
Uh… calor!... em pouco segundos, a temperatura trepou 30 graus!...
Vou tomar banho em água benta. Eu já volto!