Eis aqui mais dois gostinhos de IMMORTAL. Eu e a Nighshade, aguardamos os vossos comentários. Esperamos por mais fãs. Vocês andam muito silenciosos e isso desanima-nos. Mais ainda, acredito, a nossa Nighshade que com tanto carinho faz estas pequenas traduções para nós/vocês.
Então, vamos lá dar um olá. Deixem os vossos comentários.
Immortal 6
Capítulo 29
Jim observava através dos olhos de outro, como se o fim
da guerra estivesse a acontecer bem à frente dele. E não havia uma maldita
coisa que pudesse fazer. Preso na ilusão de Devina, congelado na cadeira na
posição que ela tinha arranjado, ele rugia, mas apenas interiormente.
Exteriormente, ele estava aprisionado e mudo, incapaz de se mover, e ao
assistir com horror, ele sabia exactamente como isto ia acabar. Sissy ia pegar
naquela faca de cozinha, levantá-la bem acima da cabeça, e levá-la direitinha
ao peito de Devina, e aquele demónio ia certificar-se de que era um bom alvo a
atingir.
No momento em que a lâmina entrasse em contacto com o
demónio? A guerra acabaria, e Devina ganharia. Afinal, era a escolha que
contava; era a intenção, não o resultado da morte que importava. Aquela faca
não ia fazer merda nenhuma ao demónio, mas era tudo o que importava: a
encruzilhada de Sissy, mesmo tendo sido fabricada por Devina, era o teste onde
ela ia falhar. Aquela raiva e ódio, a merda que Nigel havia falado, estavam
esculpidas nas linhas apertadas do rosto dela e do seu corpo, e ela não cedia
apenas a eles.
Eles dominavam-na.
Ad estava certo, ela estava possuída.
Nãaaaoooo, ele gritou dentro da sua prisão de pele. Sissy, não!
Devina inclinou-se para trás sobre o bar, como se ela
estivesse a lutar para sair do caminho e sem saber para que lado ir, mas ele
sabia o que se passava. Ela dava a Sissy todas as oportunidades do mundo para
ganhar o tiro mortal.
Deus, ele não acreditava que era assim que o demónio ia
conseguir tudo… os vivos e os mortos, os anjos e os arcanjos, a Mansão das
Almas e o Céu acima… tudo dela.
A visão dele ficou toldada pelas lágrimas quando tomou
consciência de que havia falhado. A sua mãe… Sissy… Adrian e Eddie e os arcanjos…
Estava tudo acabado.
E Devina sabia-o. Da sua posição contorcida sobre o bar,
ela atirou-lhe um olhar com a própria cara dele com um manhoso piscar de olho.
Abruptamente, o tempo abrandou até Sissy congelar naquela
posição, tudo a tornar-se hiper-focado.
Excepto… espera.
O movimento lento não era percepção. Sissy realmente
tinha parado com a faca sobre a cabeça, o seu corpo na posição de ataque… e ela
assim permaneceu.
Devina franziu a testa com a cara de Jim, como se o seu
parceiro de dança tivesse perdido um ritmo e a tivesse pisado.
Sissy virou-se, mantendo a arma para cima. Os seus olhos
estavam ocos como ele já tinha testemunhado, mas não estavam completamente
insanos.
- O que estás a fazer? - Exigiu Devina na voz dele.
Sissy baixa a lâmina e vira-se completamente no preciso
momento em que uma das lágrimas dele saiu e escorregou pela face ilusória de
Devina.
- Para onde estás a olhar? - Rosnou Devina.
Sissy avançou um passo na direcção dele. E depois outro.
Tudo o que ele podia fazer era tentar comunicar através
das pupilas que não eram dele, implorando que ela visse para além da mentira.
- Que merda estás a fazer? - Exigia a voz dele.
Sissy ignorou Devina. Estendeu a mão livre e pareceu
tocar no ar por cima da cabeça dele. Depois ela baixou-se mais e ele sentiu-a
afagar a pele do pescoço dele.
- Sissy - disse Devina. - Serás assim tão estúpida?
Por favor, Deus, ele pensou. O que
quer que estejas a ver, continua.
Sissy endireitou-se abruptamente e olhou para Devina.
- Como é que fizeste?
Jim viu a ilusão de si mesmo cruzar os braços sobre o
peito dele. Ele continuava nu, mas o seu pénis já não estava duro como uma
pedra… aparentemente, Devina havia perdido a sua própria excitação.
- Eu vim até aqui - disse a voz dele -, tirei as roupas
dela e estava pronto para fodê-la.
Sissy olhou para trás e para a frente entre eles. E
depois, ela responde calmamente:
- Não, não estavas.
***
Sissy ao baixar a faca olha para Jim, que não era de
facto, Jim. Ela não sabia muito bem como explicar o facto de cada detalhe dele
estar correcto, desde a patilha do lado esquerdo do cabelo dele às manchas dos
seus olhos azuis, desde a tatuagem nas costas ao peito poderoso, e no entanto,
não era ele.
Jim, o verdadeiro, estava sentado na cadeira. Apesar de
se parecer com o demónio centímetro a centímetro.
Havia apenas dois pequenos detalhes que Devina tinha
errado. Dois detalhes que, independentemente da imitação do demónio ser
perfeita, ela falhou redondamente.
O tremor atingiu Sissy da mesma maneira que a sua fúria a
atingia, embalando-a da cabeça aos pés, fazendo-a sentir como se o mundo
girasse à volta mesmo sabendo que o hotel estava em terra firme. E foi logo
após à rotina giratória ter assumido que ela percebeu que tinha uma maldita
faca na mão.
E ela estava prestes a utilizá-la em Devina.
Porque, por qualquer razão, o demónio queria que ela a
usasse. Devina havia montado esta mentira… só Deus sabia a razão.
Enjoada com ela própria, ela atirou a faca para cima da
mesa de café com tanta força que saltou fora.
- Inferno do caralho! Foda-se! Fodam-se os dois!
E assim, “Jim” desapareceu… e “Devina” voou para fora da
cadeira, o corpo feminino explodindo como se tivesse sido libertado de algum
tipo de amarra. No meio do ar, Jim emergiu da mentira, tudo o que se parecia
com o demónio a ser substituído pelo corpo masculino dele e a sua cara. Ele
aterrou como um gato e atirou-se a Sissy, os seus braços envolvendo-a e
apertando-a com tanta força que ela mal conseguia respirar.
Ela não era a única que tremia.
- Tu conseguis-te - disse ele com voz rouca. -
Conseguiste.
- Não, eu não… eu não…
- Tu salvaste-nos.
- O quê?
Ele afastou-se e beijou-a.
- Como é que tu soubeste?
Ela demorou algum tempo a absorver as palavras e
compreender o que ele estava a dizer.
- N-n-nã-ã-oo, a-a-h bolas, não c-c-ons-si-g-go falar.
- Respira, respira comigo.
- Não tinha auréola.
Ele abanou a cabeça.
- Desculpa?
Ela apontou para a coroa na cabeça dele.
- N-n-ã-ã-o ti-ti-nha au-ré-éo-ola. Eu estava prestes… -
Ela nem conseguia dizer as palavras. - Eu estava prestes… mas depois reparei
que não havia auréola. Tu-tu-tu tens uma auréola… porque és um anjo. E o meu
fio… quando olhei para ela… tu, quero dizer, eu vi que ela estava a usar a
minha pomba. Foi quando eu soube… mas porquê? Porque quereria ela que eu…
- Tu és uma das almas.
- O quê?
- Deixa-me explicar-te em casa… temos de sair daqui. -
Ele olhou em volta para o chão. - Como é que chegaste aqui?
- E-E-Explorer.
À entrada.
- Okay, okay,
óptimo.
- Do que andas à procura?
Ele inclina-se e pega… num emblema da Mercedes.
- Disto.
- Do carro dela? - Disse Sissy.
- Podes crer. Vamos.
Jim agarra na mão dela e começa a sair do apartamento
apressadamente, mas ela puxa-o para o parar.
- Estás nu.
- E invisível.
- Mas não vais ter frio?
- Não há tempo, vamos.
E foi assim que eles acabaram no elevador do hotel, ela
com a sua vestimenta de vinte e oito dólares da Target, ele no fato de
nascimento que o Senhor lhe havia concedido.
- Eu sou uma das almas? - Disse Ela.
Ele olhou para ela, os seus olhos azuis graves.
- Sim, és.
- Então… esta batalha está ganha?
Jim assentiu.
- Tu igualaste o resultado para nós. Tu escolheste
sabiamente… quando paraste. Quando não agistes com raiva ao chegares à tua
encruzilhada.
Ele focou-se nos números por cima das portas do elevador,
aqueles que se iluminavam sequencialmente, enquanto desciam para o vestíbulo.
- Então, são boas notícias. - Murmura ela.
- Sim. - Ele deu-lhe um aperto na mão e um beijo rápido
na boca. - Das melhores.
Então porque é que o seu maxilar encontrava-se cerrado
como se ainda estivesse lá em cima a lutar com Devina?
Não, pensou ela. Há
qualquer coisa que ele não me está a dizer.
Capítulo 30
No sonho de Adrian, uma tempestade de Primavera tinha
desabado sobre Caldwell, mesmo por cima da grande mansão, flashes de raios a
fragmentarem-se através das janelas circulares opostas ao sótão. Um formigueiro
percorreu o seu rosto, acordando-o. No entanto, como era típico, havia algo que
estava errado, alguma coisa que faltava… que era como se sabia que algo não era
real.
Não havia tempestade. Apenas rajadas vívidas de luz
branca como o açúcar.
Que era evitável colocando o braço sobre os olhos. Sem
problemas… excepto que aquela merda tornou-se crítica. Com um «pop» massivo, o
transformador que ficava escondido sob o beiral do telhado foi atingindo e uma
chuva de faíscas douradas fluíram para baixo.
Ad sai da sua cama improvisada.
Espera um minuto, pensou ele, não havia nenhum transformador debaixo do
maldito telhado.
Então, sim, ponderou para si mesmo, foi assim que soube
que isto era apenas um sonho.
E, no entanto…
À medida que tentava perceber se aquela merda era real ou
não, os relâmpagos continuaram a faiscar sobre a casa, destacando o velho
tractor a vapor, prateleiras e roupas vitorianas e…
A parte de trás do pescoço de Adrian arrepiou-se, os
cabelos a levantarem de tal forma que ele teve que os coçar para acalmar a
irritação provocada.
O som do seu nome a ser sussurrado fê-lo congelar. Com um
sentimento totalmente surreal, ele vira a cabeça lentamente na direcção da
figura, cuidadosamente embrulhada como um toldo, que estava ao lado dele como
uma espécie de extra num filme de Boris Karloff. Com outro clarão a rasgar o
céu da noite, a luz bruxuleante penetrou a janela antiga e atingiu o corpo…
fazendo com que…
- Vê se te controlas!
Eddie estava morto e daí não poder respirar. Portanto, o
seu peito não podia estar a descer nem a subir… porque o tipo estava morto.
O que fosse que tivesse pensado que tinha visto era uma
ilusão duma dessas rajadas brilhantes de energia que desapareciam rapidamente.
Não era porque…
Outro flash lambeu o sótão através da janela e… o peito
estava a subir e a descer. Lentamente, estavelmente… mas sim, de facto estava…
- Foda-se! - Adrian saltou para trás, batendo num dos
baús. - Mas que…
Instantaneamente ele acalmou-se, porque percebeu que, oh sim, isto era um sonho. Um desses
cenários fodidos que os cérebros dos imortais insistiam em atirar contra a
consciência de vez em quando.
- Então, o que vais fazer agora? - Ele murmurou para o
corpo. - Sentares-te… oh, okay, e aí
está! Fantástico!
A parte superior dos restos enfaixados de Eddie elevou-se
hesitantemente até estar em ângulo recto com as pernas estendidas.
Mais relâmpagos faiscaram, como se fosse um sinal.
- Eeeee agora estás praticamente na vertical, como é que
vai ser? - Ad olhava para o relógio no pulso se tivesse um. - Vais dar uma de
Freddy Krueger? Ou mais numa de Rei Tut? Para tua informação, vai ser
impossível assustares-me.
A sua mente não tinha mais terrores para oferecer depois
de tudo pelo que tinha passado. Ele já não era tão inventivo. E quanto a esta
cantiga? Dentro de um minuto e meio iria acordar alagado em suor frio. Não
porque ele tinha medo, mas porque qualquer coisa que tivesse a ver com o seu
querido amigo era mais doloroso que todas as dores que ele tinha assumido em
nome de Matthias.
Lentamente, a cabeça coberta virou-se para ele, o pescoço
a lutar contra as faixas.
- Sinceramente - murmurou Ad. - Se isso é o melhor que
consegues fazer, precisas de voltar para a Academia dos Pesadelos, é que,
francamente, és uma decepção total.
Cruzando os braços sobre o peito, ele encosta-se contra o
baú e olha em volta, à espera que tudo desaparecesse.
Uma das mãos mumificadas estendeu-se e começou a agarrar
as faixas à volta do rosto, arranhando-as como se as camadas o tivessem a
impedir de respirar. Ad teve que olhar para os pés quando o primeiro pedaço de
pele começou a mostrar-se na zona do queixo. Era fodido e demasiado doloroso.
Okay, talvez não tivesse dado ao sonho crédito suficiente.
Uma inspiração profunda e irregular preencheu o sótão, e
tudo o que ele podia fazer era abanar a cabeça. Tudo isto era fodidamente
cruel.
Abruptamente, os relâmpagos cessaram, a tempestade, ou o
que fosse, acabada.
Através da escuridão, ele ouviu:
- Ad…
A voz era rouca, mas tal como as impressões digitais de
uma pessoa, era instantaneamente reconhecível como sendo única.
Eddie.
- Ad, onde… estás…
Ad cobriu a cara com as mãos. Ele estava tão errado sobre
o seu inconsciente. A ideia de que qualquer «Eddie», mesmo uma hipotética
fabricada pelo seu cérebro, de que ele poderia procurá-lo, fê-lo sentir as suas
inadequações até à medula. Ele havia feito tantas coisas imprudentes e
estúpidas enquanto Eddie estava vivo… não ter estado «no jogo» o suficiente
quando aquela hárpia veio por ele.
Ele deveria ter feito alguma coisa naquela noite. Ter
ouvido qualquer coisa. Visto qualquer coisa pelo canto do olho.
Para que ele pudesse ter salvo…
- Onde estão as luzes?
Ad franziu o sobrolho. Depois deixou cair as mãos. A
deixá-lo arruinar um momento de emoção mesmo a dormir… apesar de não puder
dizer que não estava agradecido. Ele esteve ao ponto de se tornar numa
rapariguinha, há um momento atrás.
- Ad, não consigo… ver… luzes apagadas ou…?
Certo. Agora ele estava de novo a ficar aborrecido com
toda esta maldita situação.
- Está um longo cordel mesmo ao teu lado. - Ele murmurou
para a múmia.
Inacreditável.
Click!
A «múmia» continuava elevada, mas tinha conseguido tirar
metade das faixas da sua cara, a pele perfeitamente preservada a possuir aquela
cor vermelha que Eddie sempre ostentou. E com o pesadelo a falar, aquele queixo
mexeu-se para cima e para baixo, os lábios a moverem-se com fluidez.
- Ad, onde estás? Eu… não consigo ver…
- É porque tens os olhos tapados, idiota.
Hora de acordar, disse a si mesmo. Vá
lá, faz a mim mesmo um abanão e acorda, foda-se.
A «múmia» estendeu uma das suas mãos enfaixadas e depois,
de uma só vez, tirou todas as camadas que envolviam a sua cara. O coração de Ad
saltou um batimento… porque o rosto era familiar, tudo desde aqueles olhos
vermelhos ao cabelo escuro puxado para trás numa trança, perfeitamente
correcto.
A expressão de «Eddie» transformou-se de confusa a
choque.
- Deus do Céu… o que te aconteceu?
Ad franziu a testa. Porreiro… claramente, este pesadelo
estava a rumar para o estranho. Porque, vá lá, como se o seu cérebro não soubesse
o que ele tinha feito a si próprio?
Antes que ele pudesse dizer ao sonho que se deixasse de
merdas, ou talvez rolar e bater a si próprio na cabeça para que acordasse,
«Eddie» estendeu a mão enfaixada para ele.
- Adrian, o que fizeste enquanto estive fora?
Ad piscou os olhos uma vez. E depois um mal-estar tomou
conta dele.
- Isto é um sonho.
- Não, não é. Nigel foi até ao Criador e implorou pela
minha vida. Algo sobre Jim pedir um favor por ter tirado o arcanjo do
Purgatório? O que tem andado a acontecer… e, oh Deus, estás ferido. O teu olho…
Adrian abriu a boca e gritou a plenos pulmões.
***
Jim, ao conduzir de volta a casa vindo da baixa da
cidade, teve que ligar o aquecimento tendo em conta toda a nudez que se estava
a passar. Ao seu lado, Sissy estava em silêncio e olhava através do vidro como
se estivesse em modo de distracção. Ele também estava distraído… embora ele
fizesse um puxão ao cérebro com o que ainda estava para vir, ao contrário do
que tinha acontecido.
Oh Deus, ele não sabia como ia conseguir. E ele não
estava a falar da próxima e última batalha.
Foda-se, ele nem era capaz de sentir satisfação por ter
feito Devina perder esta batalha. Não se debruçara no «Graças a Deus» por ele
não ter perdido tudo para o demónio. Nem era capaz de considerar qualquer
estratégia para a final/final em que ele estava prestes a enfrentar.
Tudo em que conseguia pensar era em Sissy e fazê-la ficar
limpa: não ganharia esta guerra se Sissy não pudesse ir para o Céu.
Virando para a entrada da velha mansão, ele percorreu o
caminho até à garagem e estacionou. E quando saiu, ele tapou a sua
masculinidade quando deu a volta e abriu a porta a Sissy.
- Desculpa-me por isto. - Ele murmurou ao caminharem
juntos em direcção a casa.
- Sobre o quê?
Ele abriu caminho pela cozinha e manteve a porta aberta
para ela, estando ali parado com o rabo ao léu, sentindo a madeira fria com as
mãos a tapar o seu pénis e testículos.
Um dia, ele prometeu. Um dia ele ia dar-lhe alguma normalidade.
- Tudo até este ponto. - Ele replicou. - Desculpa-me por
tudo.
A luz sobre o balcão tinha sido deixada acesa e isso deu
uma enorme quantidade dele para se ver, infelizmente. Não que ela o tivesse a
verificar ou algo assim… só que ele sentir-se-ia melhor com toda aquela
situação se tivesse umas calças vestidas. Cuecas. Um maldito guardanapo a tapar
as suas partes íntimas.
Da cabeça aos pés. Era a única coisa em que pensava
agora.
Sissy parou na porta que dava para o corredor, bloqueando
o caminho.
- O que falta? - Exigiu ela saber.
- Desculpa?
- Falta qualquer coisa. - Ela gesticulou para trás e para
a frente no ar entre eles. - E seja o que for, precisas de ser honesto comigo.
Porque o que me está a acontecer é o facto que eu posso sentir que algo está
errado, e na ausência de saber o que é, a minha cabeça está a tossir todo o
tipo de coisas más.
Jim praguejou e deixou cair a cabeça para trás.
Ironicamente, apontou os olhos para um velho acessório de luz que havia sido
construído em forma de uma estrela tridimensional.
- Estás a assustar-me. - Ela disse com rouquidão.
- Importas-te se vestir alguma coisa?
- Sim, porque sem ofensa, eu estou a apreciar a vista,
mesmo com toda esta merda a acontecer.
Ele teve que se rir para ela. Não conseguiu evitar.
- Estás a corar - ela murmurou.
- Estou? - Ele abana a cabeça. - Não sabia que podia.
- Agora, pára de empatar.
- Sissy, eu…
O grito filtrado que veio de cima para baixo era como uma
bomba a rebentar, e Jim entrou em acção, correndo à volta de Sissy para a
frente da casa. Quando não houve cheiro a fumo, e qualquer outros sons, ele
voou escada acima, perguntando que diabo se estava a passar.
- Adrian! - Ele gritou. - Ad!
Abrindo a porta de rompante do quarto do anjo, ele não
descobriu ninguém, então foi até às escadas do sótão, subindo os degraus dois a
dois.
Ao chegar ao topo das escadas, ele derrapou até parar.
Adrian estava esparramado no chão, costas contra um baú, os olhos a mostrarem
muito branco, parecia que tinha fatias de ovos em vez de olhos. E na frente
dele, Eddie estava sentado, sem as faixas na cara, o resto do corpo ainda a
imitar uma múmia.
Os dois anjos olharam para ele… e olharam mais uma vez.
Que, considerando o «estou de volta» de Eddie, queria dizer alguma coisa.
- Oh, olá, Eddie. - Disse Jim.
Depois lembrou-se que estava nu. Ao tapar-se novamente,
Sissy subiu as escadas atrás dele.
- Oh, meu Deus - ela sussurrou.
A boca de Eddie caiu quando viu Sissy. E depois virou-se
para Adrian e exigiu:
- Que porra é que tem vindo a acontecer na minha
ausência?
Delicia não é? Seria ainda melhor se este precioso estivesse nas nossas mãos, para que assim o pudéssemos ler todinho.
Beijo fofo
Até à próxima.
*Nasan
Beijo fofo
Até à próxima.
*Nasan