Bom dia!
Mais um dia de chuva por estas
bandas. A vontade de sair da gruta não é nenhuma. Acho que vou ficar pendurada
todo o santo dia a dormir. A chuva dá sono e a preguiça também. As duas
conjugadas fazem-me os olhinhos pesados, as asas fraquinhas e não ajudam ao
funcionamento do cérebro (avariado de nascença).
Como só agora abri o e-mail,
reparei que andam a fazer perguntas sobre o The
King e da novela do Rhage e da Mary. Meus amores, assim que se saiba alguma
coisa, eu coloco aqui. Mas desde o Lover
at Last que anda uma onda de secretismo enorme. Pensem que, pela primeira
vez, a J R Ward viu um livro dela ser lançado logo em capa dura (mais caros que
os outros), porque as vendas estavam automaticamente asseguradas. Acho que
resolveram esconder a galinha dos ovos de ouro… o que é muito mau para mim… eu
gosto de saber coisas… eu gosto de escrever sobre coisas… e ninguém me dá
nada!... *choro*
No entanto, continuo a achar que
é muito provável que a novela saia no Natal, a menos que aconteça como à novela
do Wrath e da Beth que se transformou em livro!
Um dos pontos altos do Lover Reborn tem a ver com Wrath e
Qhuinn, mais exatamente por causa de uma coisa que vou mostrar hoje. Wrath é
alvejado e o maluco do inconsequente de olhos desencontrados vai-se armar em
herói. A frustração dá-lhe para estas
coisas. O ato dele vai ser um dos que, somados a outros, vai fazer com que
seja induzido na Irmandade no livro seguinte. Aqui, também podemos ver que Tohr
está de volta ao ativo e que o desvairado do Lassiter se está a integrar nas
rotinas do vampiredo.
Boas leituras
Beijos bons
SPOILERS PARA ALGUNS
Lover Reborn
Entretanto, Wrath parecia um
saco de batatas no banco de trás, o rei caía de um lado para o outro sem se
conseguir manter no lugar.
- Podemos… – Wrath cai para o outro lado e
volta a tossir. – Podes andar… mais devagar?
Tohr olha para ele pelo
retrovisor. Manteve o vidro que separava o condutor dos passageiros aberto para
poder deitar um olho ao rei, e à luz do painel, Wrath estava branco como a cal.
Exceto no sítio onde as manchas de sangue lhe tingiam o pescoço. Aí estava
vermelho como uma cereja.
- Nada de abrandar… desculpa.
Se tivessem a sorte do seu lado,
a Irmandade manteria o Bando de Bastardos bem ocupado na casa, mas quem caralho
sabia? E ele e Wrath estavam na margem errada do Hudson, tinham uns bons vinte
minutos de estrada pela frente.
E sem reforços.
E Wrath… merda, ele não parecia
nada bem.
- Como estás? – Perguntou
novamente Tohr.
A pausa foi maior desta vez.
Demasiado longa.
A cerrar os dentes, triangulou a
distância para a clínica de Havers. Foda-se, era quase equidistante, por isso,
ir para lá na esperança de encontrar alguém, um qualquer com treino médico não
faria que o atendimento fosse mais rápido.
Vindo do nada, Lassiter apareceu
no banco ao lado – saiu literalmente do ar.
- Podes pôr a arma para baixo, -
disse o anjo secamente.
Merda, tinha apontado a arma ao
gajo.
- Eu fico com o volante, -
ordenou Lassiter. – Tu tratas dele.
Tohr tirou o cinto de segurança
e passou-lhe o carro num piscar de olhos, e quando o anjo o substituiu,
tornou-se evidente que estava completamente armado. Lindo menino.
- Obrigado, meu.
- De nada. Espera, deixa-me
iluminar o tipo.
O anjo começou a brilhar, mas só
para trás. E… diabo… quando Tohr passou para trás, o que ele viu à luz dourada
era a morte a chegar ao rei em passo de corrida: a respiração de Wrath era
fraca e vinha aos arrancos, as cordas do pescoço tensas com o esforço de tentar
enviar oxigénio para os pulmões.
O tiro no pescoço estava a
comprometer as vias aéreas. Se tudo corresse bem era só um inchaço; no pior dos
cenários, estava a sangrar de uma artéria e a sufocar no próprio sangue.
- A que distância estamos da
ponte? – Gritou a Lassiter.
- Já a vejo.
Wrath estava a ficar sem tempo.
- Não desaceleres, Por nada.
- Certo.
Tohr ajoelhou-se ao lado do rei
e rasgou-lhe o casaco.
- Vou ver se consigo ajudar-te,
meu irmão…
O rei agarrou-lhe um braço.
- Não… faças… uma… tempestade…
num… copo… d’água.
- Não bebo disso, meu Senhor.
E ele não estava a ser paranoico
acerca do perigo que enfrentavam. Se o rei não fosse auxiliado a respirar,
morreria antes de se descobrir o que lhe tinha acontecido.
Concentrando-se, abriu o casaco
do rei, tirou o colete à prova de balas Kevlar
e estava mais ao menos certo de não ver nada de especial no peito. O problema
era a ferida no pescoço e, sim, uma análise minuciosa dizia que a bala estava
alojada algures por ali. Só Deus sabia o que se estava a passar. Mas ele tinha
quase a certeza que se abrisse, por baixo da lesão, uma forma do ar entrar que
haveria alguma hipótese.
- Wrath, tenho que te pôr a
respirar. E por favor, pelo amor da tua shellan,
não digas que não tens nada. Preciso que colabores e não que me atrases.
O rei foi atabalhoadamente com a
mão ao rosto, encontrou os óculos e atirou com eles. Quando aqueles incríveis
olhos verdes fitaram os de Tohr, era como se vissem.
- Tohr? Thor… - desesperado para
conseguir respirar. – Onde… tu?
Tohr segurou-lhe a mão e
apertou-a com força.
- Estou aqui. Vais-me deixar
ajudar-te a respirar, ok? Acena com a cabeça, meu irmão.
Quando o rei fez o aceno, Tohr
gritou a Lassiter,
- Mantém o carro estável até eu
te dizer.
- Estamos a entrar na ponte
agora.
Pelo menos estavam em linha
reta.
- Estável, anjo, percebeste?
- Sim, senhor.
Tirando uma das adagas,
colocou-a no chão do lado da cabeça de Wrath. Abriu o cantil da água e
desfê-lo; pegando no tubo flexível de plástico, arrancou-o, cortou-lhe as
extremidades e tirou-lhe a água de dentro.
Inclinou-se sobre Wrath.
- Vou ter que te cortar.
Merda. A respiração estava ainda
pior, só chiava.
Tohr não esperou o seu
consentimento ou reconhecimento. Pegou na adaga, com a mão esquerda palpou o
espaço suave entre os ossos.
- Aguenta-te, - disse
roucamente.
Era pena não poder esterilizar a
lâmina, mas mesmo que tivesse uma fogueira para a passar pelo fogo, não tinha
tempo para a deixar arrefecer; a respiração entrecortada estava cada vez mais fraca.
A rezar para dentro, Tohr fez
exatamente como V lhe ensinara: forçou a ponta afiada da adaga através da carne
até ao duro tubo do esófago. Outra oração rápida… e cortou profundamente, mas
não demasiado. Imediatamente a seguir, introduziu o tubo flexível no rei.
O alívio foi rápido, o ar saiu
com um pequeno assobio. E logo depois, Wrath conseguiu inspirar
convenientemente, uma… e outra vez.
Com uma mão no chão, Tohr
concentrou-se em manter o tubo onde estava, a sair da garganta do rei. Assim
que o sangue começou a escorrer, fez o que pode para manter a ferida apertada o
mais possível.
Os olhos cegos com as íris
minúsculas encontraram os seus, e havia gratidão neles, como se lhe tivesse
salvo a vida ou qualquer coisa assim.
Mas ainda era cedo para isso.
Todos os pequenos solavancos da suspensão, punham Tohr doente, ainda faltava
bastante para chegarem.
- Fica comigo, - murmura Tohr. –
Fica comigo.
Wrath acenou e fechou os olhos,
Tohr olha para o colete Kevlar. Aquelas merdas eram feitas para proteger órgãos
vitais, mas não eram a garantia de chegar a casa a salvo.
Por falar nisso, como diabo
conseguiram sair de lá? De certeza que os homens de Xcor se deslocariam em
massa para garagem, aqueles bastardos sanguinários haviam de saber que aquela
era a única via de fuga para um rei ferido.
Alguém deve-lhes ter dado
cobertura – com certeza um dos Irmãos apareceu mesmo a tempo.
- Podes ir mais depressa? –
Perguntou Tohr.
- Prego a fundo, - O anjo
espreita para trás. – E não quero saber o que tenho de passar por cima.
[Já na mansão, Jane e Manny
tratam dos feridos]
O último a chegar estava entre
os mais feridos, sem contar com o rei – ao ponto de, à primeira vista, ela não
reconhecer quem era. A abundância de cabelo negro e o facto de ser John Matthew
a trazê-lo, disse-lhe que era provável ser o Qhuinn, algo que pela cara não
dava para ver.
Tinha sido severamente
espancado.
(…)
Fim da manhã.
De tarde.
Fim da tarde.
Às cinco e sete, a Dr Jane e o
seu colega, Manuel, apareceram finalmente, retirando as máscaras dos rostos
exaustos.
- Wrath está a ir tão bem quanto
o expectável, - informou a fêmea. – Mas considerando que foi tratado no
terreno, temos de aguardar vinte e quatro horas para descartar a hipótese de
infeção.
- Mas pode-se tratar disso, -
Perguntou o Irmão Rhage. – Não se pode?
- Podemos tratar, - disse Manuel
com um assentimento de cabeça. – Ele vai-se aguentar, aquele filho da mãe não
faz a coisa por menos.
Irrompeu um súbito grito de
guerra da Irmandade, respeito, adoração e alívio por demais evidentes.
Pelo grito de guerra da Irmandade e sabendo já que foi Qhuinn quem
permitiu a fuga do rei, está visto que Warath irá fazer tudo para que ele seja
induzido e todos o vão apoiar.
Hoje não faço piadinhas que está a chuver muito e tenho sono.
Vou-me pendurar na gruta.
Até amanhã.