Bom dia!
Bem-vindos à quarta-feira de
Cinzas.
Segundo a tradição à volta da
minha gruta, hoje o diabo anda à solta!
Pois anda, mim foi trabalhar… He he he
Tinha planos para deixar meio
mundo invejoso com as festividades carnavaleiras, contar-vos como dancei e me
diverti, mas não. Mim ficou na gruta a aturar crias malvadas com genes
peçonhentos direcionados para a tortura de mães lindas e maravilhosas (eu). O
morcegão pouco ou nada presta para estas coisas de domar e, como não ajuda,
atrapalha e é mais um para a festa do desespero. Como é Carnaval,
ninguém leva a mal.
A novela da minha vida continua
com os personagens do costume: a vítima (eu), os maus (crias), os cúmplices dos
maus (morcegão), a boazona (eu, outra vez), o interesse amoroso (mi Micas), o
patrão usurpador e tirano (Nasan), as testemunhas do desastre (vocês todos).
No meio dos gritos e gritas,
comecei, mas não concluí, a tradução de mais uma cena eliminada dos livros.
Desta vez, Zsadist é protagonista. Falta
de ar… falta de ar… Preciso de respiração boca a boca… Se o Z estiver
indisponível, chamem o Qhuinn… E, antes que perguntem, não, não fui ver ao
livro as diferenças e semelhanças (tinha
planos para fazer isso, mas furaram…).
Segundo a Ward, esta cena não é,
realmente, uma cena eliminada. É uma cena que foi altamente alterada/editada
para poder integrar o livro. Na altura, achou-a demasiado violenta. Considera
boa a versão final, mas acha esta melhor (a original).
Amanhã - se não houver mudanças de planos - vou voltar ao livro 'marelo.
Boas leituras.
Beijos bons.
Cena Eliminada
Do Livro de
Zsadist
Bella arrumou as suas coisas em menos
de dois minutos. Para começar, não tinha muito e o pouco que tinha já ela tinha
tirado do quarto de Z na noite anterior. Fritz estaria a chegar para vir buscar
as malas e levá-las até à casa de Havers e Marissa. Daí a uma hora iria
desmaterializar-se até lá e Rehvenge encontrar-se-ia com ela lá. Com um
exército.
Ao entrar na escura casa de banho,
acendeu as luzes por cima do lavatório e verificou novamente a bancada para se
certificar que tinha tudo. Antes de sair, viu-se no espelho.
Meu Deus, tinha envelhecido.
Soba luz, levantou o cabelo do
pescoço e virou-se de uma lado para o outro, à procura do seu verdadeiro eu.
Quando desistiu, depois de só Deus sabe quanto tempo, deixou-o cair e…
Zsadist apareceu nas sombras por
trás dela, tomando forma do ar, escurecendo a escuridão com as suas roupas
negras, as suas armas e o seu estado de espírito.
Ou, se calhar, tinha lá estado
desde sempre e só agora resolveu revelar-se.
Tropeçou ao andar para trás,
batendo com a anca numa das paredes de mármore. A praguejar e a esfregar o
local magoado, deu a volta ao vocabulário à procura de todas as formas de lhe
dizer para ir para o inferno.
Z permaneceu silencioso, mas
também não precisava de dizer grande coisa. Ela conseguia sentir-lhe os olhos.
Conseguia ver o brilho dourado a sair do canto onde ele estava.
Ela sabia exatamente porque é que
ele estava a fitá-la. E não conseguia acreditar.
Bella afastou-se ainda mais para
longe, até que embateu na porta do chuveiro.
- Que queres?
Palavras mal escolhidas, pensou ela,
enquanto se colocou na luz.
Quando lhe viu o corpo, a boca
dela abriu.
- Quero acasalar, - disse ele em
voz baixa. E estava mais do que preparado.
- Tu pensas… Meu Deus, tu pensas
que me vou deitar contigo? Estás maluco.
Não, sou psicótico. Pelo menos é
esse o diagnóstico clínico.
Enquanto tirava a bainha das
adagas, a porta fechou-se por trás dele e o trinco fechou-se. Porque ele o
desejou.
- Vais ter de me obrigar.
- Não, não vou. – As mãos foram
até ao coldre.
Bella olhava para o que estava a
repuxar as calças. E queria.
Meu Deus, ela desejou que ele a
forçasse e não lhe desse opção. Assim, podia absolver-se do que estava prestes
a fazer e odiava-o ainda mais. Ela podia…
Z avançou até estar mesmo à frente
dela. No silêncio tenso que havia entre eles, o peito dele erguia-se e descia.
- Desculpa. Sou um sacana. E não
te estaria a empurrar para o Phury se não achasse que era o mais correto para
vocês os dois.
- Estás a pedir desculpa só porque
queres estar comigo agora?
- Sim. De qualquer forma, é a verdade.
- Isso quer dizer que se agora não
estivesses excitado, deixavas-me simplesmente ir embora?
- Pensa nisto como uma despedida,
Bella. A última vez.
Ela fechou os olhos.
É pouquinho, mas já
está tudo aos saltinhos, não é?
Controlem-se! – digo eu.
É o poder desta coisa
maravilhosa chamada Z…
Ai, que se me falta o
ar outra vez…