Beijo de Sangue Cap.48

 Olá pessoal!!!

Vamos aos avisos habituais que a NightShade deixou!


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Aviso 

O blog informa que a tradução deste livro é feita por fãs para fãs, não vamos publicar o livro na íntegra, só alguns capítulos com o objectivo de oferecer aos leitores algum acesso ao enredo desta obra para motivar à compra do livro físico ou e-book.

A tradução é feita somente em livros sem previsão de lançamento em Portugal, para preservar os direitos de autor e contratuais, no momento em que uma data seja estabelecida por qualquer editora portuguesa na publicação deste livro, os capítulos traduzidos serão imediatamente retirados do blog.

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Capítulo 48

Quando Paradise descia a grande escadaria da sua casa, ela segurava a saia esvoaçante do seu vestido azul-claro. A cada passo que dava, pensava na noite da semana anterior, quando descera e encontrara Anslam no chão de mármore, à sua espera, como se não houvesse nada de estranho, nada de errado, nada de ameaçador.

Por uma fracção de segundo, os seus neurónios dispararam e uma onda de adrenalina percorreu-lhe a espinha.

A Dra. Jane tinha razão: A concussão tinha sarado e as nódoas negras também, mas o seu cérebro tinha uma nova estrada, criada num ápice, mas com asfalto permanente. No entanto, a resposta condicionada ao medo não ia ser uma prisão. Mary estava a ajudá-la a certificar-se disso.

Quando chegou ao último degrau, o seu pai saiu da biblioteca.

- Oh... Paradise.

Com um movimento da cabeça e do corpo, ela fez-lhe uma vénia.

- Pai.

- Pareces-te com a tua mãe.

Quando ele estendeu as mãos, ela foi ter com ele.

- Esse é o elogio mais perfeito.

- Bem, é verdade. - Guiando-a num rodopio diante dele, ele sorriu. - E eu tenho uma coisa para ti.

- Sim?

- Vem comigo.

Levando-a para dentro do escritório e para junto da secretária, apresentou-lhe uma caixa vermelha lisa com um rebordo dourado.

- Isto pertenceu à tua mahmen.

- Pai...

- Não, deixa-me dar-te isto. Agora, abre-a.

As mãos de Paradise começaram a tremer quando ela aceitou a caixa e abriu a tampa. Enquanto ela suspirava, ele entrou e tirou a antiga rivière de diamantes da sua cama de cetim.

- Tem quarenta e oito diamantes, cada um a simbolizar os primeiros quarenta e oito anos que passei com a tua amada mahmen. Nesta noite, entrego-tos livres e desimpedidos, da mesma forma que te dou o meu amor e respeito. Eu não poderia estar...

- Espera. - Ela parou-o. Abanou a cabeça. - Eu não posso aceitar.

- Porque não?

Quando o rosto dele desanimou, ela fechou os olhos.

- Tenho de te dizer uma coisa. É...

Incapaz de ficar quieta, ela começou a andar num círculo apertado. Tudo o que conseguia pensar era na conversa que tinham tido sobre amor e classe, e como ele queria que ela tivesse um par aristocrático como ele e a mãe dela tinham tido.

Mas, ao contrário do que acontecia antes de entrar no programa de treino, ela tinha agora uma noção muito melhor de quem era. E mesmo que isso lhe partisse o coração, ela ia amar quem quisesse, independentemente da sua posição, classe ou status.

- Pai, estou apaixonada por um macho. Ele é um civil, e eu não me importo. Mais concretamente, não acredito que isso o torne menos valioso do que qualquer outra pessoa. Craeg é...

- Finalmente! - Exclamou ele. - Finalmente! - Puxou-a para si e beijou-a nas duas faces. - Estive à espera a semana toda!

- O quê… espera, o quê?

- Peyton contou-me.

- O quê?!

- E eu concordo contigo. O Craeg é um macho de valor e eu aprovo-o totalmente. Podes ter todas as minhas bênçãos.

Paradise franziu a testa e abanou a cabeça.

- Pai... eu não entendo. Ainda na semana passada me disseste que eu precisava de acasalar com um aristocrata. Eu sei que Craeg me salvou a vida, mas não podes fazer uma coisa dessas e esperar que eu acredite.

- Minha querida - disse ele a encolher-se -, quando é que eu te disse que tinhas de acasalar com um membro da glymera?

- Estávamos a tomar a Primeira Refeição antes de eu sair, e tu estavas a dizer que eu tinha de ter um acasalamento como tu e a mahmen tiveram. Dois aristocratas criados pelas suas famílias.

- Não, eu disse que a tua mahmen e eu encontrámos o verdadeiro amor. É isso que eu quero para ti. A parte do amor verdadeiro, desde que o macho seja bom para ti, não me interessa de onde ele vem. Há muito que observo os problemas da nossa classe e não me impressionam. Os bailes e as festas são óptimos, mas é preciso voltar para casa com a pessoa com quem se está acasalado. Isso é muito mais importante do que qualquer pedigree, e eu não vou pedir desculpa a ninguém se houver conversa.

Paradise lançou-se ao pai e apertou-o com toda a força.

- Amo-te tanto que vou chorar!

O seu pai, o seu querido, maravilhoso e perfeito pai, riu-se e abraçou-a em retribuição.

- Deixas-me colocar-te este colar agora? E admites finalmente que o Craeg te está a atender esta noite?

- Sim, sim, ele vem! Ele vem! Mal posso esperar que o conheças e que o conheças bem.

- Nem eu, meu amor... nem eu.

Trinta minutos mais tarde, com os convidados brilhantes a chegarem pela entrada da frente e a seguirem pelo corredor até ao salão de baile, Paradise pensou... bem, pelo menos ela presumia que Craeg vinha.

Ele tinha-lhe dito que vinha.

A sério, ele tinha dito. 

Parada no piso superior do salão de baile, à frente da grande escadaria que levava os convidados até à pista de dança, ela procurou na multidão. Ela não achava possível que tivesse perdido a chegada dele. Certamente não com o mordomo a anunciar toda a gente à medida que entravam, antes de descerem para a festa lá em baixo.

Ela estava bem ciente de que ele ficaria pouco confortável com a ideia de acompanhá-la, mas ele não era do tipo que recuava. Especialmente no que dizia respeito a ela.

- Olá, linda.

- Peyton - murmurou ela, virando-se para o amigo.

Enquanto se abraçavam, ela olhou para trás dele, esperando ver... não, nada de Craeg.

- Uau, que gelo bonito. - Peyton inclinou-se e olhou para o seu colar. - Onde está o teu macho?

- Não sei. - Ela franziu o sobrolho. - Eu pensei que ias trazer aquela fêmea, como é que ela se chama?

- Oh, ela…Não. O pai dela telefonou ao meu e perguntou-me quais eram as minhas intenções. Não estou para me envolver com essas coisas.

- Então, porque não perguntaste à Novo?

- Não sei de onde tiraste essa ideia. - Ele observou a multidão. - Bem, está na altura de encontrar um par. Está aqui alguém da nossa geração, ou isto está cheio de velhos? Espera, olha, acho que está ali uma fêmea ainda com os seus dentes verdadeiros.

- Peyton, devias ter perguntado à Novo.

- Quem? - Ele beijou-a na face. - Até logo.

Enquanto ele descia os degraus com tapete vermelho em direcção à multidão, ele atraiu todo tipo de atenção, um lembrete de que o seu melhor amigo era uma mercadoria muito viável na glymera.

O pobre desgraçado.

E havia outra razão para ela estar preocupada com ele, por ele. Desde a noite em sua casa com Anslam, Peyton tinha-se fechado. À superfície, ele estava na mesma, mas ela conhecia-o a um nível que as outras pessoas não conheciam. Algo tinha mudado nele e ele não falava sobre isso. Por outro lado, um amigo dele tinha matado um parente. Isso era muita dor para processar.

Deus, ela desejava que ele falasse com ela. Com alguém.

À medida que a música aumentava e os casais começavam a chegar ao centro do salão, ela afofou um pouco as suas saias e apercebeu-se que queria partilhar isto com Craeg, mas isso poderia ser pedir demasiado dele. A maioria dos machos acharia isto uma seca, ou pior, uma maldição. Bem, tudo bem. Ela não precisava de ir a estas coisas. E ela podia usar os seus malditos diamantes com o seu roupão de banho e ficar perfeitamente feliz. Afinal de contas, o que tornava o colar importante era o facto de ter sido da mãe dela e agora ser dela.

Sim, o pai dela tinha toda a razão. Por mais extravagante que fosse esta multidão, com os seus vestidos e jóias e os seus ares, era uma experiência insossa estar entre eles. Embora pertencesse a este lugar por direito de nascimento, estava completamente à parte e, na verdade, bastante desinteressada...

- Há alguma banda melhor que venha mais tarde?

Redopiando, ela sorriu como uma louca, e depois parou. Levou uma mão à boca. Deu um passo atrás.

Craeg abanou a cabeça e olhou para si próprio com horror.

- Porra, o Butch jurou-me que esta engenhoca servia. Ele jurou.

- Tu estás...

O macho dela era um autêntico 007, deslumbrante na sua gravata branca e a cauda do casaco, e nos seus sapatos de pele envernizada, parecendo tão alto e distinto como qualquer outra pessoa na sala. Embora fosse engraçado... ela gostava igualmente dele com as suas calças de ganga e o seu boné de basebol.

Ou sem nada. O que era muito melhor.

- Espera, isso é... a espada cerimonial do meu pai? - Perguntou ela, pestanejando por entre lágrimas repentinas.

Craeg alisou a bainha de ouro que pendia da sua anca esquerda.

- Ele estava à minha espera quando cheguei. Insistiu para que eu a usasse esta noite. Disse que não a queria debaixo da mão do punhal de mais ninguém quando a sua filha fosse apresentada à sociedade com um acompanhante masculino pela primeira vez.

Paradise teve que limpar a garganta.

- Isso é... uma honra imensa.

- Eu sei.

- E cortaste o cabelo - disse ela. Embora, assim que falou, quisesse dar um pontapé no rabo. - Quero dizer...

- Eu estava bastante desgrenhado.

Ela deu um salto e abraçou-o. 

- Obrigadaporteresvindoestoutãofelizquetu...

Craeg riu-se com aquele barítono fantástico que tinha começado a usar e abraçou-a daquela forma maravilhosa dele, junto ao corpo para que ela pudesse sentir a sua força.

- Teria chegado mais cedo, mas a minha boleia ficou ocupada.

- Conseguiste vir. Isso é tudo o que importa... e oh, meu Deus, tu estás uma brasa.

- E tu estás... - Ele colocou algum espaço entre eles e pareceu olhar para ela correctamente pela primeira vez. - Uau. Esse vestido é demais, e... são reais? São verdadeiros... o do meio é do tamanho da unha do meu polegar.

- Pertenceu à minha mahmen.

- É quase tão bonito como tu.

Enquanto falavam, ela tinha plena consciência de que estavam a ser avaliados e falados, e que haveria escândalo, sim, haveria falatório. Que se fodessem todos, pensou ela enquanto entrelaçava o braço no dele.

- Vens comigo?

- Para onde quiseres, esta noite e sempre.

Levando o seu macho até ao topo da escada, acenou a Fedricah, que imediatamente se curvou em deferência a Craeg.

- Senhor, é uma honra vê-lo nesta noite.

E depois, o doggen virou-se para a multidão e, com a sua melhor e mais formal voz, anunciou na Língua Antiga:

- Menina Paradise, filha de sangue de Abalone, Primeiro Conselheiro de Wrath, filho de Wrath, pai de Wrath, e o honorável Craeg, filho de Brahl, o Jovem, agraciado com o Prémio de Valor do Rei na véspera passada por serviços prestados à corte real.

Aquela declaração silenciou a multidão, e depois uma onda de conversa tomou conta até da orquestra.

Entretanto, Craeg encolheu-se.

- O que é que foi aquilo? O que é que eu recebi? Eles fizeram quem?

Paradise deu-lhe uma palmadinha na mão.

- O meu pai disse ao Wrath que me salvaste a vida e o Rei deu-te um título. Mas eu amo-te tanto como antes. Era suposto descobrires amanhã à noite, mas acho que o nosso mordomo ficou um pouco entusiasmado demais.

- O quê?!

- Tecnicamente, agora és um aristocrata.

- O quê?!

- Não ligues. - Ela encarou-o directamente nos olhos. - Não muda nada... bem, excepto dizer implicitamente aos odiadores que podem todos ir à merda.

Craeg pestanejou e depois riu-se enquanto olhava para a assembleia.

- Vamos a isto, minha Paradise. E depois, talvez possamos encontrar um sítio privado?

Ela inclinou-se.

- Já tenho um em mente.

- Essa é a minha fêmea, oh, sim.

Dando um passo à frente com ele, ela não olhou para a multidão. Eles nem sequer estavam na sala, tanto quanto ela sabia. Não, ela estava a olhar para o seu belo macho.

- Sabes uma coisa? - Disse ela com amor enquanto desciam para a pista de dança de mármore preto e branco.

- O quê?

- Eu sou a fêmea mais sortuda do planeta. Aqui mesmo, agora mesmo.

Sim, pensou ela enquanto o peito dele se enchia de orgulho. Ela sabia exactamente quem era... e com quem estava. E faziam um belo par.

- Eu amo-te - sussurrou ele enquanto a abraçava. - Vamos dançar.

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O que acharam dos excertos do livro?
Neste momento (13 de maio) não tenho mais nada para programar para vos colocar, mas pode ser que no futuro me chegue às mãos excertos da Jura de Sangue!

Fiquem bem,
Sunshine ;)


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