E, com a brincadeira,
a semana já vai a meio.
E antes que me
crucifiquem por não pôr o capítulo todo, tenho que vos comunicar que me esqueci
de acabar de o traduzir (Há gente burra
todos os dias!...). Pus-me a fazer outras coisas – todas para pôr aqui – e estava
tão entretida e a rir-me sozinha que não me lembrei que o tinha deixado a meio.
Relativamente
ao trabalho morCeGueiro, vou continuar com o Insider’s Guide, mas vou
selecionar as melhores partes (quer pela informação, quer pelo lindo que são).
Mas isso é conversa para outra altura, porque há pormenores a explicar.
Também estou a pensar em juntar estas histórias que estou a traduzir num ficheirito macaco para o disponibilizar a quem quiser... A ver vamos no que isto vai dar...
Este capítulo é dedicado à Nasan com votos de melhoras da cria!
Capítulo Dez
De volta à mansão da Irmandade, Z
pôs-se a uma das janelas do seu quarto e olhou para baixo para o terraço e para
os jardins das traseiras. O pulso ardia do laser, mas a dor não era muita.
- Não estou surpreendido com isto,
- disse. – Bem, tirando o facto de ter gostado do médico.
Bella aproximou-se por trás dele e
colocou-lhe os braços à volta da cintura.
- Era um bom homem, não era?
Ao permanecerem juntos, havia
muita dúvida a flutuar no quarto. Infelizmente ele não tinha nenhumas respostas.
Tinha confiado na remoção das tatuagens como se isso, de alguma maneira, fosse
fazer tudo melhorar.
Mas isso não aconteceu, como se as
cicatrizes da cara não fossem permanecer.
Nalla emitiu um som e um soluço do
berçário. A seguir veio o choro.
- Acabei de a amamentar e de a
mudar, - disse Bella a afastar-se. – Não sei o que se passa…
- Deixa-me ir ter com ela, - disse
numa voz decidida. – Deixa-me ver se consigo...
Bella ergueu as sobrancelhas, mas
assentiu.
- Ok. Eu fico aqui.
- Eu não a deixo cair. Prometo.
- Eu sei que não. Certifica-te só que
lhe apoias a cabeça.
- Está bem. Percebi.
Z sentiu que ia desarmado para um
território de minguantes quando entrou no berçário.
Como se o pressentisse, Nalla fez
um ruído.
- É o teu pai. O papá. O papi. – O
que é que ela lhe chamaria?
Curvou-se e olhou para a filha.
Estava com um fatinho dos Red Sox, um presente de V e/ou Butch obviamente, e o
lábio inferior tremia como se quisesse saltar mas tivesse medo.
- Porque é que estás a chorar,
pequenina? – Perguntou suavemente.
Quando ela lhe ergueu os braços,
ele verificou a porta. Bella não estava lá e ele estava contente. Não queria
que ninguém visse como estava atrapalhado ali no berço a…
Nalla cabia-lhe perfeitamente nas
mãos, o rabinho numa mão, a cabeça apoiada na outra. Ao endireitar-se e ao
trazê-la, ela era surpreendentemente firme e quente e…
Ela agarrou-se à camisola e
puxou-o, a exigir proximidade… e fazer-lhe a vontade parecia-lhe
inesperadamente fácil. Ao segurar nela ao colo, ela acalmou logo, ficando
encostadinha ao corpo dele.
Tê-la nos braços era tão natural.
Como era ir para a cadeira de baloiço e sentar-se e usar um pé para o pôr a
andar para trás e para a frente
A fitar-lhe as pestanas e as bochechinhas
redondas e a forma como se agarrava com força à camisola, ele apercebeu-se o
quanto ela precisava dele – e não era só para a proteger. Ela precisava que ele
a amasse também.
- Parece que se estão a dar bem. –
Disse Bella baixinho da porta.
Ele olhou para cima.
- Ela parece gostar de mim.
- Como podia não gostar?
Baixando os olhos para a filha,
disse algum tempo depois:
- Teria sido ótimo tê-las
removido. Às tatuagens. Mas ela iria perguntar na mesma acerca da minha cara.
- Ela vai-te amar de qualquer
forma. Ela já te ama.
Passou um dedo pelo braço de Nalla,
acariciando-a à medida que ela se enroscava ainda mais de encontro ao seu
coração e lhe batia na mão livre.
Vindo do nada, ele disse:
- Não me contaste grande coisa
acerca do teu rapto.
- Eu… ah, não te queria preocupar.
- Proteges-me muitas vezes daquilo
que me pode preocupar?
- Não.
- Tens a certeza?
- Zsadist, se o faço é porque…
- Não sou um grande macho se não
consigo apoiar-te quando precisas de mim.
- Tu apoias-me sempre. E já
começamos a falar sobre isso.
- Começamos.
Deus, ele sentia-se uma merda por
tudo quanto ela teve de fazer sozinha, só porque estava fodido da cabeça.
No entanto, a voz dela era forte e
segura quando disse:
- No que diz respeito ao rapto, eu
não quero que saibas todos os pormenores do que se passou. Não porque não
consigas aguentar com eles, mas porque não quero dar àquele cretino mais poder
sobre a minha vida do que aquele que já teve. – Abanou a cabeça. – Não lhe vou
dar o poder de te irritar se posso evitá-lo. Isso não vai acontecer… e esta é a
verdade tivesses tu passado ou não por uma experiência traumática.
Z fez sinal de que a tinha ouvido,
mas que não concordava com ela. Ele queria dar-lhe tudo o que ela precisasse.
Ela não merecia outra coisa. E o passado dele teve impacto na relação deles.
Ainda tinha. Cristo, a forma como ele se comportou com Nalla foi…
- Posso-te dizer um segredo?
- Claro.
- Mary quer um bebé.
- Os olhos de Z arreguilaram-se.
- Quer? Isso é ótimo…
- Um biológico.
- Ah.
- Pois. Ela não pode ter, por isso
Rhage teria de se deitar com uma Escolhida.
Z abanou a cabeça.
- Ele não vai fazer isso. Ele não
vai estar com outra que não seja a Mary.
- É o que ela diz. Mas se ele não
o fizer, ela não vai poder ter um pedaço dele nos braços.
Pois. Fertilização in vitro não funciona com vampiros.
- Merda.
- Ela ainda não falou com Rhage
porque está a tentar lidar primeiro com os sentimentos dela. Fala comigo para
poder percorrer os altos e baixos das emoções sem o pôr a ele a passar por
isso. Há dias em que quer tanto uma cria que pensa que conseguirá aguentar.
Noutros dias ela simplesmente não consegue suportar a ideia de maneira nenhuma
e põe a hipótese da adoção. O que eu quero dizer é que tu não podes resolver
tudo dentro do casal. Nem deves. Tu estiveste comigo. Tu estás comigo agora. Eu
nunca pus isso em questão. Mas isso não significa que te tenha de arrastar para
tudo. Sarar é uma coisa complexa.
Ele tentou imaginar-se a contar a
Bella todos os pormenores do abuso a que foi sujeito… Não… Nem pensar em fazê-la
sofrer por causa da merda do pesadelo por que passou.
- Falaste com alguém? – Perguntou
ele.
- Sim, na clínica do Haver. E
falei com a Mary. – Fez uma pausa. – E voltei ao local… onde me aprisionaram.
Os olhos dele abriram-se e
fixaram-se nos dela.
- Voltaste?
Ele assentiu.
- Tive de voltar.
- Nunca me disseste.
Foda-se, ela voltou lá? Sem ele?
- Precisei de ir. Por mim. E
precisei de ir sozinha e não queria discutir isso. Assegurei-me de que Wrath
sabia quando saí e disse-lhe mal cheguei.
- Diabos… Gostava de ter sabido. Faz-me
sentir um hellren merdoso.
- Podes ser tudo menos isso.
Principalmente agora que estás com a nossa filha ao colo.
Fez-se um longo silêncio.
- Olha, - disse ela, - se te
sentires melhor, posso-te dizer que nunca senti que não pudesse contar-te fosse
o que fosse. Nunca duvidei da tua capacidade de enfrentar tudo e de me apoiar.
Mas lá porque estamos acasalados, isso não significa que não seja eu própria.
- Eu sei… - Pensou por uns
instantes. – Eu não quis voltar ao sítio onde fui… ao castelo. Se ela não
tivesse aprisionado outro macho na cela… eu nunca teria regressado.
E agora não podia. O local onde o
mantiveram no Velho País já fora vendido há muito a humanos, acabando
eventualmente por terminar no England’s National Trust
- Sentiste-te melhor? – Perguntou
ele abruptamente. – Depois de veres onde estiveste?
- Sim, porque o Vishous tinha
reduzido o local a cinzas. Dessa forma o ponto foi mesmo final.
Z esfregou a barriguinha de Nalla
distraído enquanto olhava para a sua shellan.
- Pergunto-me porque é que não
falamos disto antes.
Bella sorriu e apontou com a
cabeça para a criança.
- Alguma coisa nos prendeu a
atenção.
- Posso dizer a verdade? O
estúpido que existe em mim precisa de acreditar que se tu quisesses que eu
fosse contigo àquele sítio que tu acreditavas que eu teria ido logo e que, por
ti, ficaria bem.
- Eu sei que sim. Mas eu queria ir
sozinha. Não consigo explicar… era uma coisa que eu precisava de fazer. Uma
coisa de coragem.
Nalla olhou na direção da mãe e
esticou-se agitada e a choramingar a exigir atenção.
- Acho que ela quer qualquer coisa
que só tu lhe podes dar, - disse Z a sorrir enquanto se levantava da cadeira de
baloiço.
Encontraram-se no meio do quarto.
Ao mudarem o colo, ele beijou a sua shellan
deixando-se ficar, ambos a pegarem na filha.
- Vou sair, está bem? – Disse ele.
– Não demoro.
- Tem cuidado.
- Prometo. Tenho de tomar conta
das minhas miúdas.
Quem é que ainda tem vontade de bater no meu Z que eu vou lá e mordo?
Ohhhh... ele é um fofo...