Descobri hoje porque é que este
país não funciona!
E estou indignada!
Fui ao registo civil toda
lavadinha e cheirosa para não dar mau aspeto. Chego lá, espero a minha vez,
aproximo-me do balcão e peço-lhes a certidão que desejava. Começaram logo com o
não pode ser, está maluca, vai ao médico e não me deram nada.
Pedi o livro de reclamações,
aquilo não era maneira de tratar um bicho lindo como eu. Não mo queriam dar,
porque blá blá blá morcego, blá blá blá está parva, blá blá blá chamamos a
polícia. O fim do mundo em cuecas!
Recusei-me a sair de lá e
chamaram os gajos das fardas. Expliquei-lhes a situação e começaram a rir como
uns perdidos e mandaram-me de volta para a gruta. Acham que me escoltaram até
lá? Era o escoltas! Também não os queria… um até bigode tinha! Cruzes! O único
pelo-facial-man que me podia escoltar era o meu V... E com ele havia de uivar e tudo... ahhh... uhhh...
Estão a ver porque é que estamos
tão mal?
Vai um morceguinho amoroso pedir
o único documento que o morcegão meu chefe disse que me garantia férias e não
mo deram!
Não entendo! Qual é o problema
deles? Eu pago impostos! Eu sou linda! Eu tenho direito à minha certidão de
óbito! Sim, porque o meu morcegão chefe disse que sem essa certidão não havia
descanso para ninguém.
E agora?
Agora, toda furiosa, abri o Lover at Last e, para ter um consolo,
abri-o no capítulo 69… he he he… Ai, que
bem escolhido!
Boas leituras.
Beijos bons.
Desculpas antecipadas pela tradução – esbarrei com muitas expressões
que nem me dei ao trabalho de ver como se traduziam decentemente… mas as ideias estão lá. E
o conteúdo também.
SPOILERS____ SPOILERS
Lover at Last
Excerto do Capítulo 69
Na cama. No escuro. A entrar e a
sair da terra dos sonhos nas duas horas que tinha antes da Primeira Refeição
ser servida.
Foi quando a porta se escancarou
para trás e uma fila de machos de elevada estatura, encapuzados e em túnicas
negras entraram - o passado e o presente colidiram, tornando-se num só, de tal
maneira que o ataque pela Guarda de Honra saltou do cemitério das suas memórias
e aterrou no meio do seu quarto na mansão.
Sem saber se estava a sonhar ou
não, o primeiro pensamento foi de felicidade por Blay não estar com ele. Ele já
o tinha encontrado morto na berma da estrada uma vez. Ninguém precisava de passar
duas vezes por isso.
O segundo foi de que levaria com
ele tantos quantos pudesse, antes de eles acabaram o serviço com ele.
Com um grito de guerra, Qhuinn
explode para fora da cama, o corpo nu a atacar com tanta força que,
literalmente, arrasou com os dois primeiros machos. Girando as pernas,
pontapeou e esmurrou tudo o que veio até ele e teve uma breve satisfação quando
os alvos praguejaram e saltaram para fora do seu alcance…
Alguma coisa lhe prendeu o peito
vindo de trás e rodou-o com tanta força que os pés se ergueram do chão e voou
num círculo…
Olááááááá, parede.
O impacto foi a resposta à ideia
brilhante, a cara, o peito, as pernas a embaterem contra o gesso com tal força
que deve ter deixado uma marca 3-D dele próprio marcada naquela merda.
Instantaneamente, apoiou as mãos
na superfície lisa, preparado para se impulsionar e abrir caminho…
A mão que o agarrou pela nuca e o
manteve quieto bem podia ser de aço. Não desistiu, mesmo preso, o corpo
recusava-se a ser dominado.
- Acalma-te, estúpido. Acalma-te
só, caralho, antes que me obrigues a magoar-te.
O som da voz de Vishous não faziam
sentido nenhum.
E, subitamente, pelo canto do
olho, reparou no círculo que se formara à volta dele, todas aquelas túnicas
negras o rodeavam, tal como aquela mão no pescoço.
Mas não estavam a atacar.
- Relaxa – disse-lhe V ao ouvido.
– Respira comigo, anda lá, agora… respira com calma. Ninguém te vai magoar.
A conversa ajudou, aquela voz
calma e despreocupada penetrou até ao instinto de lutar e baixou o volume do
grito do seu pânico.
No final, Qhuinn começou a tremer,
os músculos a processar a adrenalina.
- Vishous?
- Sim. Sou eu, amigo. Tens de
continuar a respirar.
- Quem… mais?
- Rhage.
- Butch.
- Phury.
- Zsadist.
- Tohr.
As vozes correspondiam aos nomes,
os tons graves, sérios, sem brincadeira a chegarem-lhe ao cérebro, ajudando-o a
assentar os pés na terra e numa realidade que não envolvia o passado.
Depois, o último foi o que
definitivamente o tirou daquele transe e o fez regressar ao que era real.
- Wrath.
Qhuinn ia virar a cabeça na
direção do rei, mas o impulso não o levou a lado nenhum.
- Vou-te largar, amigo, está bem?
– Disse V. – Vais-te portar bem?
- Sim.
- Aos três. Um. Dois. Três…
Vishous saltou para trás e aterrou
em modo de combate: braços para cima, punhos prontos, posição estável. Apesar
de o Irmão ter a cara escondida pelo capuz, Qhuinn conseguia imaginar-lhe a
expressão: se Qhuinn fizesse alguma coisa, não havia dúvidas de que voltaria a
ser apresentado à parede – e ele já a conhecia muito bem, muito obrigado.
(…)
Na Linguagem Antiga, Wrath disse:
- Ser-te-á colocada uma pergunta. Ela só te será feita uma única vez. A
tua resposta resistirá ao teste do tempo, estendendo-se a partir de este
momento até à tua linhagem de sangue para todo o sempre. Estás preparado para
seres questionado?
Qhuinn!
Vishous! Wrath!
Acertei em
cheio, não foi?
Ahhhhh…
Até já recuperei forcinhas…
E a
ligação próxima que Qhuinn tem com as paredes? He he he...
Coitadinho
do meu Qhuinn!...
Eles são
maus, vem a mim, vem. O morCeGo dá beijinho e não atira o lindo à parede… ou se o atirar, que Deus me acuda, porque ele já não se salva!...