Bom dia.
Podia jurar que o tempo piorou
substancialmente…
A minha salamalandra esteve a
bombar como uma doida e acordo de manhã e não achei a gruta nada quente… Quando
saí para a rua, quase me caíram os dentes!
Ontem, mandei o meu chefe pastar
da parte da tarde.
Lá fui eu para a gruta, cheia de
fé no avanço que ia dar a umas coisas que para lá tinha pendentes. Nada. Mais
me valia estar quieta.
O espaço estava imundo e tive de
me disfarçar de fadinha do lar. Comecei por aspirar, lá-lá-lá - eu a traulitar
e a sugar o lixo – virei a maquineta ao contrário, como é dos de água, acabei
de esfregona na unha. A dada altura, cheirou-me a esquisito e, Deus me perdoe, pensei
que o meu morcegão tivesse matado alguém e o tivesse escondido no armário. Não.
Era a fralda da cria pequena que achou por bem enfiar na gaveta das sacas
plásticas. Toca a levar aquilo embora.
Finalmente, sento-me à frente do
portátil para escrever uma obra literária para hoje. Comecei a espirrar. Não
tinha lenços. Toca a procurar os ditos. Volto a sentar. Doía-me a cabeça. Fui
caçar as bolinhas brancas do veterinário. Sento-me outra vez. O monitor olhava
para mim e as teclas não me diziam nada. Desisti.
Acabei a tarde a fazer declarações de amor à
minha Micas coisa boa. Não dei o tempo como perdido, afinal
investi o meu latim numa boa causa: humilhei-me sentidamente, ela riu-se da minha trolhice e
deve ter ficado mais bem-disposta.
Cada vez me que convenço mais de que
ela deveser a minha alma génia… Fico com o cérebro mais aguçadinho… Não me
saem ideias brilhantes, mas consigo escrever um texto. E a prova está aqui!
Vou-me deixar de machos e apostar nas fêmeas!
Boas leituras.
Beijos bons.
SPOILERS PARA ALGUNS
Lover Reborn
Autumn estava ao fundo, perto da
porta da sala dos bilhares.
Estava vestida de branco, o cabelo
preso afastado do rosto, as delicadas mãos na boca. Os olhos abertos e
vermelhos, as faces molhadas, uma expressão de tanto amor e compaixão que fez
a dor desaparecer-lhe logo.
Ela tinha vindo.
Ela tinha vindo por causa dele.
Ela ainda sentia amor… por ele.
Tohr começou a chorar a sério, os
soluços a explodirem-lhe do peito. Estendendo a mão para Autumn, chamando por
ela, porque neste momento de despedida, depois desta viagem dolorosa que
parecia não ter fim e em que só ela se lhe juntou, ele nunca se sentiu tão
próximo de ninguém…
Nem da Wellsie.
Renascido, ressuscitado…
regressado dos mortos.
Do lado oposto de onde Tohr se
contorcia com as dores do sal, Lassiter cerrou os dentes, não porque estava com
pena, mas porque a cabeça o estava a levar à loucura…
Renascido, ressuscitado…
regressado dos mortos…
Tohr começou a chorar, o pesado
braço estendido, a mão aberta… a tentar alcançar Autumn.
Ah, sim… pensou Lassiter, a última
parte. O destino pediu sangue, e suor… e lágrimas, não por Wellsie, mas por
outra. Por Autumn.
Esta era a última parte, as
lágrimas derramadas deum macho pela fêmea que finalmente se permitiu amar.
Rapidamente, Lassiter olhou para o
teto, para os guerreiros pintados com os seus cavalos ferozes, para o fundo
azul profundo…
Um raio de sol parecia vir de lado
nenhum, perfurando a rocha, a argamassa e o gesso do que estava por cima deles,
a luz tão forte que até Lassiter teve de pestanejar quando a luz chegou para
levar a fêmea de valor de um inferno que não merecia…
Sim, sim, no centro da cúpula, com
o bebé nos braços, Wellsie apareceu tão brilhante e vibrante como um arco-íris,
iluminada por dentro e por fora, as cores tinham regressado, a vida renovada
porque estava salva, porque estava livre, tal como o seu filho.
E antes de ir, desde as alturas,
olhou para Tohr, olhou para Autumn, apesar de nenhum a ter visto, nem nenhum dos presentes. A expressão dela era de amor pelo casal, pelo hellren que teve de deixar, pela fêmea que o poupou ao seu
tormento, pelo futuro que ambos teriam juntos.
Com uma expressão decidida e
calma, levantou a mão a dizer adeus a Lassiter… e desapareceu, a luz a levá-la
a ela e ao filho levando-os para o lugar onde os mortos se sentem em casa e descansados
para toda a eternidade.
Assim que a luz se desvaneceu,
Lassiter aguardou pelo seu surto de iluminação, o seu próprio sol
transportador, o seu regresso para o seu tempo final com o Criador.
Só que…
Ele ainda… estava ali.
Ressuscitado, renascido…
regressado dos mortos…
Havia qualquer coisa que lhe
estava a escapar, pensou. Wellsie estava livre, mas…
Naquele instante concentrou-se em
Autumn que agarrava na sua túnica branca e dava um passo em direção a Tohr.
Vindo de lado nenhum, um raio de
luz forte veio de cima…
Mas não veio por ele. Veio… por ela.
O cérebro de Lassiter fez logo a
ligação com a velocidade e a potência de um relâmpago: ela tinha morrido. Ela
tinha-se suicidado…
O in Between. Diferente para todos. Feito à medida.
Tudo ficou em câmara lenta, mal a
segunda verdade foi revelada: Autumn estava no seu in Between este tempo todo, foi para o Santuário e serviu as
Escolhidas durante todos aqueles anos, depois veio à terra para completar o
ciclo que tinha iniciado no Velho País com Tohrment.
E agora que ela o ajudou a salvar
a shellan… agora que ela se permitiu
a sentir e deixar a tristeza da sua tragédia…
Ela estava livre. Como Wellsie.
Caralho! O Tohr ia perder outra fêmea…
- Não! – Gritou Lassiter.
Nããããaão!
Irrompeu entre a multidão e atirou-se
para a frente, a tentar quebrar a ligação entre os dois, as pessoas começaram a
reclamar, e alguém agarrou-o como para o impedir de se intrometer. Mas não
adiantava.
Era demasiado tarde.
Porque eles não tinham que se
tocar. O amor estava ali, como estava o perdão pelo passado e pelo presente,
como estava o compromisso dos seus corações.
Lassiter ainda se atirava para a
frente, no ar, quando o último raio o veio buscar, apanhando-o em pleno voo,
tirando-o do presente e puxando-o para cima, mesmo com ele a gritar da
crueldade do destino.
Todas as suas intenções culminaram
em condenar Tohr a outra vaga de tragédia.
O anjeco tem muita sorte na vida, cada vez que se mete numa coisa, dá
asneira.
He he he
Sou mamífero para o consolar… Não sei porquê, mas entendo-o tão
bem!...E depois tem qualquer coisa que me cai no goto. E já que cai aí, podia
cair em mais algum lado que eu não me havia de importar nadinha…
Lá se foi a teoria de deixar os machos… :D
Amanhã há um cheirinho de Qhuinn.
Ahhhhhhhhhhhh!...