Boa segunda-feira!
Aqui estou eu, novamente.
Reparei que houve uma certa excitação relativamente à nova tradução.
Ela continua disponível para quem quiser em morcego.notivago@gmail.com (e não se importar com o português do
Brasil). E antes que refilem e digam que aquilo são três palavrões em cada duas
palavras, chamo a atenção que aquilo é mesmo assim, eu é que prefiro eliminar
metade… Os palavrões são pontuação, e eu substituo
a maior parte por vírgulas… he he he…
Agradeço as palavras amáveis de quem me escreveu e a todos(as) mando um beijo grande. E já sabem: pedir, reclamar, insultar o morCeGo, dar sugestões, vale tudo!
No entanto, para as almas mais puritanas, cá vai a continuação. Almas puritanas... como a minha... que só pensa em asneiredo...
SPOILERS
____ SPOILERS
Lover at Last
(Blay /
Qhuinn – continuação)
Qhuinn aproximou-se, levou a boca ao ouvido de Blay. Deliberadamente
encostou o seu peito despido contra o de Blay.
- Usa-me.
- O quê?
- Ensina-lhe uma lição. – Qhuinn prendeu-o com mais força e inclinou a
cabeça de Blay para trás. – Paga-lhe na mesma moeda. Comigo.
- Para que não restassem dúvidas, Qhuinn percorreu o pescoço de Blay
com a língua.
O silvo que ouviu como resposta era como um palavrão.
Blay afastou-o ao soco.
- Perdeste a merda do juízo?
Qhuinn sentiu-lhe o sexo duro e pesado com a mão.
- Quero-te. E aceito-te da forma como puder… nem que seja como vingança
sobre o meu primo.
A expressão de Blay jogava ténis de mesa entre a incredulidade completa
e a fúria épica.
- Meu burro de merda! Rejeitaste-me durante anos, e agora de repente é
isto? Que caralho se passa contigo?
Com a mão livre, Qhinn começou a brincar com um dos seus pírcingues do
mamilo e concentrado no que fazia a Blay ao nível do baixo ventre: debaixo do
robe, o macho ficou completamente ereto, o tecido não ocultava aquele tipo de
tesão.
- Tu enlouqueceste? Que caralho?!
Geralmente, o Blay não praguejava nem levantava a voz. Era erótico vê-lo
assim desinibido.
Com os olhos fixos nos do amigo, Qhuinn ajoelhou-se lentamente.
- Deixa-me tomar conta disto…
- O quê?
Ele inclinou-se e abriu a parte de baixo do robe, a puxá-lo contra ele.
- Anda cá. Deixa-me mostrar-te como é que eu faço.
Blay agarrou no cinto que mantinha as duas partes juntas e prendeu-o
melhor.
- Que diabo estás tu a fazer?
Deus, o facto de ele estar de joelhos, a implorar, só lhe parecia bem.
- Eu quero-te. Não quero saber porquê… deixa-me estar contigo…
- Depois deste tempo todo? O que é que mudou?
- Tudo.
- Tu estás com a Layla…
Não. E digo-te quantas vezes for preciso. Não estou com ela.
- Ela está grávida.
- Uma vez. Estive com ela uma vez, e, como te disse, foi só porque
queria uma família e ela também. Uma vez, Blay, e mais vez nenhuma.
A cabeça de Blay tombou para trás, os olhos fechados como se lhe
estivessem a enfiar agulhas por baixo das unhas.
- Não me faças isto, pelo amor de Deus, não podes fazer isto… - a voz
quebrou, a angústia era uma pálida imagem de todos os problemas que Qhuinn
causou. – Porquê agora? Se calhar és tu quem se quer vingar do Saxton…
- Que se foda o meu primo, não tem nada a ver com ele. Se estivesses
solteiro, havia de continuar aqui nesta carpete, de joelhos, a querer estar
contigo. Se estivesses acasalado com uma fêmea, se estivesses a sair com um
qualquer e a fazer merdas dessas, se estivesses numa situação qualquer… eu
continuaria aqui. A pedir-te por alguma coisa, qualquer coisa… uma vez, se não
me puderes dar mais.
Qhuinn estendeu a mão outra vez, por baixo do robe, a acariciar uma
perna forte e musculada… e quando Blay deu um passo atrás, soube que ia perder
a batalha.
Merda, ia perder esta oportunidade se não…
- Olha, Blay. Fiz uma data de merda na minha vida, mas fui sempre
realista. Eu quase morri esta noite… e isso endireita um homem. Lá em cima,
naquele avião, a olhar para o negro da noite, pensei que não ia escapar. Tudo
ficou claro para mim. E quero estar contigo por causa disso.
Na verdade, ele já sabia há muito tempo, muuuuuuuito antes da cena com
o Cessna, mas rezava para que a explicação fizesse sentido para Blay.
Talvez fizesse. Em resposta o tipo moveu os pés, como se fosse ceder…
ou ir embora. Não havia maneira de saber.
Qhuinn apressou-se a dizer mais coisas.
- Desculpa por ter desperdiçado tanto tempo… e se não quiseres estar
comigo, eu percebo. Eu paro… e vivo com as consequências. Mas, pelo amor de
Deus, se houver uma hipótese… seja qual for o motivo que tiveres… vingança,
curiosidade… diabo, nem que seja para me deixares foder-te uma única vez e
nunca mais, só para me magoares? Eu aceito. Eu aceito-te… da maneira como puder.
Pela terceira vez estendeu a mão, levando-a até à parte de trás da
perna de Blay. Acariciando. Suplicando.
- Não quero saber o que vou ter de pagar.
A pairar por cima de Qhuinn, Blay estava mais do que consciente de tudo
o que o cercava: o toque da mão de Qhuinn na parte de trás da sua coxa, a forma
como a bainha do robe roçava no calcanhar, o cheiro a sexo que adensava o ar.
Ele desejou isto toda a vida, ou pelo menos desde que sobreviveu à
transição e começou a sentir impulsos sexuais. Este momento era o culminar de
infinitos sonhos acordados e inúmeras fantasias, o seu desejo secreto tornado
realidade.
E havia verdade nisto: os olhos desencontrados de Qhuinn não tinham
sombras nem dúvidas. O macho não só falava do coração como não tinha problemas
em se mostrar assim vulnerável,
Blay fechou as pálpebras por um instante. A submissão era o oposto de
tudo o que definia Qhuinn enquanto macho. Ele nunca se rendia… nem os
princípios, nem as armas, e nunca, nunca a si próprio. E esta reviravolta fazia
algum sentido. Depois de enfrentar a morte costuma vir uma busca pela remissão.
O problema é que ele tinha a sensação de que isto não ia durar. Este
“abrir de olhos” estava mesmo relacionado com a viagem de avião, mas não ia ser
para sempre. Sim. Qhuinn estava a ser verdadeiro, não havia dúvidas. No
entanto, era difícil acreditar que fosse permanente.
Qhuinn era quem era. E rapidamente, depois do choque desaparecer,
talvez ao cair da noite, talvez na próxima semana, talvez daqui a um mês… ele
regressaria ao normal: fechado, insensível, distante.
A decisão estava tomada, Blay reabriu os olhos e dobrou-se. Quando os
rostos se aproximaram, os lábios de Qhuinn entreabriram-se, o mais carnudo, o
de baixo tenso como se já estivesse pronto para provar o sabor que desejava… e
já a gostar.
Merda. O guerreiro era magnificente, o poderoso tronco despido a
brilhar à luz da lâmpada, a pele a respirar excitação, os mamilos com os
pírcingues a subir e a descer ao ritmo da quente temperatura do sangue.
Blay passou a mão pelos músculos poderosos do braço que os unia, desde
a pesada espessura dos ombros até à saliência do bíceps e do corte do tríceps.
Tirou-lhe a mão da coxa.
E foi embora.
Qhuinn empalieceu até ficar cinzento.
Ai o meu Qhuinn… Ele de
joelhinhos… Ele lindo… Que desperdício!...