Admito ter sido horrível… mas
hoje não serei melhor…acabar daquela maneira o spoiler gourmet foi mesmo
muito mau… he he he….E, hoje, para me
redimir volto ao Qhuinn… blhegleh… e
ao Blay.
Uma das coisas que gostei no Qhuinn, que me surpreendeu e que,
obviamente, também surpreendeu o Blay é que no final da “violência sexual” ele
é um querido. Da primeira vez pôs-se a dar beijinhos no pescoço do Blay e ele
mandou-o pastar porque achou que Qhuinn o estava a manipular com aquilo. Mas
depois descobriu que ele era mesmo assim: enrosca-se todo, é um meladinho… é
tão giro! Aaaaaaaaai, eu adoro o Qhuinn!!... É tão lindo!...
SPOILER GOURMET EXTRA
Lover at Last
(Qhuinn / Blay)
Antes de Qhuinn responder, Selena saiu do escritório, como se tivesse
sido convocada pela mansão. A Escolhida foi ter com eles com graciosidade, mas
determinada, as vestes brancas tradicionais flutuavam-lhe em torno das pernas.
- Saudações, senhores, - disse quando se acercou. – A Dr Jane disse que
eu era necessária?
Blay expirou, sentiu-se esmurrado. Isto era a última coisa que…
- Sim, nós os dois, - respondeu Qhuinn.
Blay fechou os olhos quando uma onda súbita o abalou. Só de pensar em
ver Qhuinn a alimentar-se era como droga a correr-lhe nas veias,
descontraindo-o e ameaçando bater-lhe com força. Mas, na realidade, não era…
- Ao fundo do corredor seria ótimo, - murmurou Qhuinn.
Sempre seria melhor do que num quarto. Certo? Mais profissional. Certo?
E ele precisava mesmo de se alimentar… e Qhuinn sem dúvida também
precisava depois daquela confusão toda. Blay atirou a ponta do cigarro para o
caixote e foi atrás deles, enquanto Qhuinn abria o caminho. Seguindo-os, nem se
apercebeu dos movimentos da Escolhida. Não, nadinha. Os olhos estavam colados
ao Qhuinn desde os ombros aos quadris… àquele rabo…
OK, isto tinha de parar. Agora.
Só precisava de se compor, alimentar e arranjar uma desculpa para
desaparecer.
Se calhar, isto não seria um plano que até podia funcionar?
Passar pela porta. Conversa. Sorriso educado, apesar de não saber o que
lhe perguntaram ou disseram.
Ah, um dos quartos do hospital, apercebeu-se. Isto era mesmo bom – um
ambiente clínico. É só tomar a veia e seguir, uma função biológica que não
tinha necessariamente que levar a outra…
- Desculpe? – perguntou a Escolhida a olhar para ele.
Bonito. Esteve a falar em voz alta, mas não sabia durante quanto tempo.
- Desculpe, - disse suavemente – Estou apenas faminto e desgastado.
- Nesse caso, gostaria de ser o primeiro? – perguntou Selena.
- Sim, ele primeiro – respondeu Qhuinn e enconstou-se contra a porta.
Ora, aqui vamos nós, pensou Blay. Estava tudo resolvido. Quando fosse a
vez do Qhuinn? Ele saía.
Dando um passo em frente, perguntou-se como é que isto, de facto, se ia
fazer, mas Selena solucionou o problema ao puxar uma cadeira e sentar-se à
beira da cama. Muito bem… Blay saltou para cima do colchão, o peso a deslocar a
almofada da cabeceira levantada, as molas chiaram. Aí a mente bloqueou, o que
foi um alívio. Enquanto Selena esticava o braço e puxava a manga branca para
trás, a fome aumentou, as presas alongaram-se do maxilar superior, a respiração
ficou mais pesada.
- Tome o que necessitar, por favor, - disse placidamente.
- Agradeço-lhe a dádiva, Escolhida – respondeu em voz baixa.
Inclinando-se, perfurou-a profundamente, mas com delicadeza – e no
primeiro golo, soube que tinha esperado demasiado tempo. Com um grande uivo, o
estômago rugiu, a civilização a desaparecer, os instintos a instalarem-se:
puxou com força, bebeu com sofreguidão, o poder a gerar-se no seu interior e a
espalhar-se a partir daí…
O olhar dirigiu-se a Qhuinn.
Tinha a vaga consciência que, mais uma vez, um dos seus planos iria
rapidamente por água abaixo. Isto tinha sido mesmo uma má ideia… olha pensar
que não queria foder o gajo outra vez: já era difícil raciocinar nos casos de
conflitos emocionais, com o desejo sexual no auge, estimulado pela bebida?
Ele era um burro de primeira; era mesmo.
E isso era especialmente verdade quando via a ereção de Qhuinn a
aumentar por trás da braguilha das calças do guerreiro.
Merda.
Merda.
Bolas, qualquer dia ele ia ter força suficiente para sair daquilo. A
sério que ia.
Oh, MERDA.
À medida que Qhuinn apreciava o espetáculo, a língua entreabriu-lhe a
boca e percorreu os lábios. Do outro lado daquele quarto insípido, Blay estava
em cima de uma cama de hospital, aquele tronco perfeito inclinado para a frente
para poder chegar à veia da Escolhida, as mãos, aquelas ágeis, bem treinadas e
fortes mãos, levavam com cuidado o frágil pulso à boca… como se mesmo nos
delírios da alimentação fosse um cavalheiro.
Como continuava a beber, o tronco curvava-se mais, a caixa toráxica subia
e descia ao ritmo da respiração, a cabeça a inclinar-se ligeiramente em cada
sucção.
E Qhuinn só podia observar. Queria tanto estar também naquela cama,
virar-lhe aquele corpo para o surpreender por trás. Queria estar na garganta do
macho enquanto Blay se alimentava da Escolhida. Ele queria foder o tipo doze ou
quinze horas seguidas.
Depois do drama com o Luchas, este breve e intenso intervalo na dor era
um alívio glorioso: era demasiado bom para se concentrar nisto… a cabeça
cansada e o corpo exausto prontos para recarregar para poder voltar à realidade
da luta outra vez.
Meu Deus, o irmão…
Sacudindo a cabeça, ofereceu de propósito ao cérebro qualquer coisa
erótica para se distrair: a mão de Blay arranjava qualquer coisa
disfarçadamente no meio das pernas perto da braguilha, era óbvio que estava
excitado.
Como se aquele odor maravilhoso não fosse já de si óbvio.
Quando Qhuinn estava prestes a fazer asneiras, Blay ergueu a cabeça e fez
um ruído de satisfação. E lambeu as perfurações que fez.
Sabes que mais, pensou Qhuinn, à merda com a alimentação. Só precisava
do Blay…
- E o senhor? – perguntou a Escolhida.
Tramou-se. Era melhor alimentar-se.
Além disso, Blay estava claramente naquele estado pesado
pós-alimentação, os olhos enevoados… e Qhuinn aproveitou-se disso, meteu-se
entre o guerreiro e a Escolhida, o rabo a roçar-se no duro pénis de Blay
enquanto saltava para a cama. Blay deixou escapar um gemido e Qhuinn
inclinou-se e pegou no outro pulso da fêmea. Com uma mão segurou o pulso, com a
outra puxou a camisola para fora e depois empurrou a mão de Blay para a frente
das calças.
Qhuinn guardou o gemido para si sugando com força a veia da Escolhida,
mas a inspiração de Blay ouviu-se,
Talvez a Escolhida pense que…
Qhuinn revirou os olhos quando Blay o acariciou, o movimento a ameaçar
fazê-lo vir ali e agora – coisa que não queria fazer à frente de Selena.
Mas, merda, aquilo era…
Pôs a mão em cima da dele para parar o movimento.
Então Blay apertou-lhe os testículos.
Qhuinn ejaculou na sucção seguinte, o orgasmo disparou de dentro dele
antes de ter tempo para pensar numa forma de se distrair, o prazer a explodir
com tanta força que ele se desfez por dentro.
O riso abafado de Blay era erótico como o diabo.
Qhuinn jurou que a vingança seria terrível.
E ele não via a hora de ela chegar. Retraiu as presas e parou de beber
antes de estar saciado – a fome tinha sido substituída por outra coisa e já
estava mais do que na hora de mandar Selena à vida.
Pôr a Selena fora de maneira educada e expedita foi uma manobra
automática… não fazia ideia do que estava a dizer… mas, pelo menos, ela sorria
e parecia contente, por isso não deve ter dito asneiras.
No entanto, quando trancou a porta, estava bem consciente.
Quando se voltou, viu Blay deitado a tomar conta de si próprio a mão a
acariciar-se para cima e para baixo no meio das pernas. As presas ainda
expostas por causa da alimentação, os olhos brilhantes por baixo das pálpebras
semicerradas e, caramba, era intenso.
Qhuinn livrou-se das botas. Das calças. Da camisola.
Blay ejaculou antes de ele se aproximar da cama, o macho curvava-se, a
cabeça tombou para trás para a almofada e os quadris projetavam-se para a frente.
Como se ver o rabo despido de Qhuinn fosse demasiado para ele.
O. Melhor. Cumprimento. De. sempre.
Qhuinn atacou a cama, saltou para cima de Blay, encontrou aquela boca
de veludo e devorou-a. Rasgaram-se roupas… os botões das calças de Blay voaram
e aterraram como moedas no chão, a camisola ficou desfeita. Ficaram pele com
pele, nada a separar-lhe os corpos.
Contorciam-se um contra o outro, Qhuinn sabia o que queria e estava
demasiado desesperado e esfomeado para pedir com delicadeza… ou falar disso.
(…)
Blay fungou e esticou o braço, puxando Qhuinn mais para si em vez de o afastar.
- Estás com frio? Estás a tremer.
- Aqueces-me?
Ouviu-se barulho e depois um cobertor aterrou em cima dos dois. E as
luzes apagaram-se.
Blay suspirou e para já parecia conformado, Qhuinn fechou os olhos… e
atreveu-se a entrelaçar os dedos na mão do melhor amigo.
- Estás bem? – perguntou Blay com voz abafada, como se o cérebro já não
estivesse a funcionar bem… mas que estava preocupado.
- Sim, só tenho frio.
Qhuinn abriu os olhos na escuridão. Só conseguia ver a linha de luz que
vinha por baixo da porta.
Blay adormecia, a respiração a abrandar e a regularizar, Qhuinn olhava
apesar de não conseguir ver nada à frente.
Coragem.
Pensou que tinha tudo o que precisava – que a forma como tinha crescido
o fez mais duro e mais forte do que os outros. Que o modo como trabalhava, a
correr para o meio de incêndios, a saltar para os comandos de um avião
escalavrado eram a prova disso. Que a forma como levava a vida, quase sempre
distante, significava que era mais forte. Significava que estava a salvo. Mas a
prova da sua coragem ainda estava para vir.
Depois de demasiados anos, pediu finalmente desculpa a Blay. E depois
de demasiadas fitas disse-lhe que estava agradecido.
Mas admitir que estava apaixonado? Mesmo que Blay estivesse com outra
pessoa?
Essa seria a prova final.
E, diabo, havia de o fazer.
Não era para separar o casal… isso não. E também não era para dar
preocupações a Blay.
Neste caso, a retribuição seria um compromisso. Qualquer coisa feita sem
expetativas e sem reservas. Seria o salto sem paraquedas (…) Blay já tinha
feito isso e não uma, mas várias vezes … e, claro, Qhuinn queria voltar atrás a
um desses momentos de vulnerabilidade e espancar-se a si próprio por não ter
visto a oportunidade que tinha à frente.
Infelizmente não podia.
Estava na hora de se afirmar… e, pelos vistos, aguentar a dor que viria
quando o rejeitasse de com maneiras bem mais amáveis que as dele.
Obrigou-se a fechar os olhos, levou os dedos de Blay à boca e beijou-os
levemente. Então rendeu-se ao sono, deixou-se cair na inconsciência sabendo
que, pelo menos nas próximas horas, estaria seguro nos braços do seu primeiro e
último [amor].