Olá!
Tiveram saudades minhas?
Eu confesso que estive quase a desistir desta missão terrífica… porque estúpida como sou, punha-me a ler e
a babar em vez de traduzir…
Isto não é propriamente fácil… Se
fosse ceguinha e parasse de suspirar, o trabalho corria muito melhor… mas não.
Toca a ler, a rir, a suspirar, a babar… Tristeza… Quem me desse um murro na
cabeça e me atasse as asas…
O importante é que estou de volta com mais um cheirinho… Sim, um cheirinho a especiarias… Não me
chegava alucinar que agora ponho-me assim…
SPOILERS_____ SPOILERS
Lover at Last
[Blay deixou o meu
Qhuinn pendurado, de joelhos, e tristinho como a noite, certo?]
Blay não disse nada no silêncio. Não podia… não tinha voz.
Cambaleou até à saída com as pernas bambas e descoordenadas, a mão
girava a maçaneta até conseguir coordenação suficiente para abrir a porta.
Quando saiu, não sabia se tinha batido a porta com força ou não.
Não foi longe. A pouco mais de três passos a caminho do quarto,
colapsou contra a parede macia e fria do corredor.
A arfar. Ele estava a arfar.
E aquele esforço todo não lhe estava a fazer bem. O sufoco no peito
estava a piorar e abruptamente a visão foi substituída por um tabuleiro de
xadrez preto e branco.
Sabendo que estava prestes a desmaiar, pôs a cabeça entre os joelhos.
No fundo do pensamento rezava para que o corredor permanecesse vazio. Este não
era o tipo de coisa que se quisesse explicar a alguém: do outro lado da porta
do quarto de Qhuinn, com uma ereção óbvia, o corpo a tremer como se estivesse
num terramoto.
- Jesus Cristo…
Eu quase morri esta noite… e isso
endireita um homem. Lá em cima, naquele avião, a olhar para o negro da noite,
pensei que não ia escapar. Tudo ficou claro para mim.
- Não, - diz Blay em voz alta. – Não.
Pôs a cabeça entre as mãos, tentou respirar com calma, pensar
racionalmente, agir racionalmente. Não se podia dar ao luxo de ir ainda mais
abaixo…
Aqueles olhos desencontrados, quentes, brilhantes eram matéria de lendas.
- Não, - silvou.
Com a voz a ressoar dentro do crânio, decidiu ouvir-se a si próprio.
Mais não. Isto não ia continuar.
Há muito que tinha perdido o coração para aquele macho.
Não havia motivo para perder a alma também.
Uma hora depois, talvez duas, talvez seis, Qhuinn estava deitado nu
entre frios lençois, no escuro, a olhar para um teto que não conseguia ver.
Será que foi esta dor terrível que Blay sentira? Como depois do
espetáculo na cave dos pais dele… quando Qhuinn estava pronto para deixar
Caldwell e deixou claro que os laços que os uniam iam desaparecer? Ou talvez
depois daquele beijo na clínica quando Qhuinn se recusou a ir mais além? Ou
depois daquela vez em que quase acabaram juntos, mesmo antes de Blay sair pela
primeira vez com Saxton?
Tão vazio.
Como este quarto: sem luz, praticamente vazio, só quatro paredes e um
teto. Ou um saco de pele com um esqueleto dentro.
Pôs a mão sobre o coração a bater só para se certificar que ainda tinha
um.
Diabo, o destino arranjava sempre uma maneira de ensinar o que era
importante, mesmo quando ninguém se apercebe que precisava da lição até a ter:
gastou muito tempo a pensar em si próprio, no seu defeito, no seu falhanço com
a família e com a sociedade. Esteve muito tempo metido na merda de uma confusão
tão completa, e Blay, porque se preocupava, foi arrastado para o remoinho.
Mas quando é que ele apoiou o seu melhor amigo? O que é que ele fez a
sério por ele?
Blay tinha razão quando saiu. Muito pouco, muito tarde, não era assim
que diziam? E Qhuinn também não lhe estava a oferecer nada de especial. No
fundo, não estava mais estável, nem mais em paz.
Não, ele mereceu o que lhe fizeram…
A fatia de luz era amarela e cortou o negro campo de visão como se a
cegueira fosse um pano e a luz uma faca afiada.
Um vulto entrou silenciosamente no quarto e fechou a porta.
Pelo cheiro, ele sabia quem era.
O coração de Qhuinn começou a martelar ao mesmo tempo que se endireitou
nas almofadas.
- Blay?...
Ouviu-se um suavíssimo roçagar, um robe a cair dos ombros de um macho
de elevada estatura. E uns instantes depois, o colchão baixou como se um grande
peso vital se deitasse nele.
Quinn alcançou-o através da escuridão com uma precisão certeira, as
mãos encontraram o pescoço de Blay como se tivessem sido guiadas pela visão.
Sem falar. Tinha medo que as palavras lhe negassem o milagre.
Erguendo os lábios, puxou Blay até eles, e quando aqueles lábios de
veludo estavam ao alcance, beijou-os com um desespero que foi correspondido. De
uma vez só o passado foi libertado numa fúria e quando sentiu o sabor a sangue,
não sabia que presa tinha ferido quem.
E que caralho interessava.
Num movimento brusco, deitou Blay e rolou para cima dele, afastando
aquelas pernas e empurrou-se entre elas até que o seu pénis ereto encontrou o
de Blay…
Ambos gemeram.
Atordoado por causa de toda aquela pele nua, Qhuinn começou a mover os
quadris para a frente e para trás, o atrito dos sexos e a pele quente a
aumentar a quente humidade das bocas. Desespero, por todos os lados, depressa,
depressa, depressa… foda-se, estava faminto demais para saber por onde andavam
as mãos, ou no que roçava, ou… havia demasiada pele para tocar, demasiado
cabelo para puxar, demasiado…
Qhuinn veio-se com força, os testículos apertados, a ereção a
estremecer entre os dois, esperma por todo o lado.
Nada o fez abrandar.
Com um movimento brusco, afastou-se da boca que poderia ficar a beijar
nos próximos cem anos, e desceu pelo tronco de Blay abaixo. Os músculos que
encontrou não se pareciam em nada com os humanos que fodera… isto era um vampiro,
um guerreiro, um soldado que treinou com afinco e que trabalhou o corpo de
maneira a ser não só útil, mas mortífero. E diabo, era mesmo excitante… mas
mais que isso, era o Blay; finalmente, depois de todos estes anos…
Blay.
Qhuinn percorreu com as presas uns abdominais duros como rocha, e o seu
cheiro na pele de Blay era uma marca deixada de propósito.
Aquela especiaria sombria iria a outros sítios também.
Soltou um gemido quando as mãos descobriram o membro de Blay e quando
circundou a coluna rígida, ele arqueou instantaneamente, uma praga atravessou o
quarto, muito semelhante à luz algum tempo antes.
Qhuinn humedeceu os lábios, manteve-lhe o sexo erguido, e deixou que a
cabeça daquele grosso e macio membro lhe abrisse a boca. Chupando com força, engoliu-o
até à base, a abrir bem a garganta, devorando tudo. Em resposta, Blay
projetou-se para cima e umas mãos ásperas prenderam-lhe o cabelo, forçando a
cabeça a ir mais fundo até que não conseguia respirar… e quem é que precisava
de oxigénio?
Passando as mãos por baixo do rabo de Blay, inclinou-lhe o corpo e
começou a subir e a descer, o pescoço tenso com o ritmo intenso, os ombros a
fletir e a relaxar à medida que fazia exatamente o que tinha a prometido a Blay
antes dele sair.
E não ia parar.
Não.
Isto era só o início.
Sim, sim… belo início… sim
senhor, morCeGo tarado, quem diria que te ias meter nestas traduções…
Cruzes, credo! Eu a meter-me
nisto e a pensar no que outros metem… ou meteram… ou vão meter… Vou-me calar
que é melhor… Blheglheheee… uma esfonja que me eftou a babar… A minha boca
sofre de incontinência salivar…