Desengrevei!
Antes de vos dizer seja lá o que
diabo for que tenho para dizer, tenho de agradecer à Alex Nason por ter
voltado cheia de força e me ter incentivado a voltar; à Nasan – chefe ingrata
que não me dá um aumento, mas que se preocupa com o mamífero –; à Cristina Bernardo que diz que é nova nisto, mas nós encarregamo-nos de
lhe aumentar a experiência; à Ana
Martins que se apaixonou pelo Lassi da Viviana (se der batatada, acho bem que a Alex apanhe o momento e o publique);
à Marg2 que há muito não dizia
nada e que é sempre um prazer tê-la cá e à Bea que, não chegando deixar
um comentário, ainda foi ao chat pedir para que voltasse; ainda no chat, apareceu a Barhbara que, pelo apelo, estava desesperada sem nada decente para ler :D.
A TODAS, os meus profundos agradecimentos *vénia, vénia*
Boa segunda-feira!
Estás a ouvir Margarida Ladeira? É uma boa
segunda-feira!
Acabar com a estúpida da greve foi
o segundo de três passos que dei para iniciar uma nova vida. O primeiro foi
mandar a porcaria da terapeutiqueira às couves. O raio da mulher estava sempre
a azucrinar-me o bichinho do ouvido, só sabia dizer que não a tudo – no que a
mim diz respeito, não quero mais daquilo. Só me fez mal. Andava tudo a
perguntar-me se andava doente… Pois andava! Andava mal da mioleira e a culpa
era daquela gatuna que me ficava com o dinheiro bom e só dava conselhos maus.
Arrumei-a.
O segundo, já sabem, foi acabar
com a greve. Parar é morrer e eu achei que me finava se não desse ao dedo.
O terceiro passo foi decidir não
lutar contra a minha natureza. Se a coisa me enerva, ataco. Quero lá saber do
que os outros dizem! Para ouvir estupidez chegou-me a outra que dizia que me
punha boa. Boa já eu sou! A minha avozinha dá-me conselhos melhores e não me
chupa as coroas! Andava aqui uma coisa linda e fofa a ferver e ela só dizia
para não me saltar a tampa! Andava a esturricar-me toda por dentro à conta
daquela bruxa! Tens de te acalmar – dizia ela. E apresentava-me a conta.
Acalmar, o caralhinho! Que eu não ando a trabalhar para alimentar os pançudos
da casa dela!
Não quero saber! Estou pela ponta
das asas com gente que me manda acalmar! Eu, quando morrer, sossego! Tenho
muito tempo para andar calminha! Estresicada da mulher!... Só tinha pele e
ossos, sequinha por fora e por dentro. Com as notas que lá largava bem podia
dizer alguma coisa de jeito! Ou pelo menos encher-se de bolos para andar mais bem-disposta!
Já desabafei.
Estou melhor.
Isto sim, é terapia de luxo!
Beijos bons.
Apareçam mais vezes e boas
leituras!
SPOILERS
PARA ALGUNS
Lover
Reborn
[Tohrment, fisicamente, já está recuperado. E os filmes do Lassiter
fizeram efeito.]
Tohrment parou à frente dela, o
peito a subir e a descer, as mãos fechadas em punhos.
- Vou-te dar uma oportunidade para
me saíres da frente. Agora mesmo. Sai do centro de treino que eu fico aqui. – A
voz estava distorcida, tão baixa e grave que as palavras eram praticamente
ininteligíveis.
A voz dela, por seu turno, era
extremamente clara.
- Não saio da tua beira.
- Percebeste o que eu estou a
dizer? Se não saíres… vou estar dentro de ti em minuto e meio.
Ela levantou o queixo.
- Eu quero-te em mim.
Um rosno imenso ergueu-se de
dentro dele, era o tipo de som que, noutro contexto, a teria aterrorizado. Mas
frente a frente com aquele magnífico e excitado macho? O corpo dela respondeu
com um relaxamento maravilhoso, preparando-se ainda mais para o aceitar.
Ele não foi delicado quando a
agarrou ao colo, atirando-lhe as pernas para cima e apanhando-as na dobra do
braço. E não foi lento a chegar à piscina, como se a ideia de arranjar uma cama
decente na imensa casa fosse demasiado trabalho.
Enquanto saía com ela a modo de
prémio, ela fixou-se no seu rosto. As sobrancelhas extremamente descidas, os
lábios entreabertos a mostrar as presas, a pele a brilhar de antecipação. Ele
queria isto. Precisava disto.
E não havia volta a dar.
Não que ela quisesse desistir.
Adorava a maneira como ele a fazia sentir.
No entanto, pensava ela, era
enganador tomar como elogio a forma desesperada como ele se apoderou dela. Ele
ainda estava apaixonado pela sua falecida companheira. Mesmo assim, ele
queria-a a ela, era o suficiente. Isto seria, talvez, tudo quanto teria dele e,
apesar disso, era muito mais do que tinha esperado, como já lhe tinha dito. A
porta de vidro que dava acesso à piscina vergou-se à vontade dele abrindo-se
para trás para passarem, e, quando se fechou depois, ela ouviu-a a trancar-se.
Na sua rápida viagem até à piscina, o calor daquele ar húmido e pesado
tornou-lhe o corpo ainda mais lânguido.
Numa sequência coordenada, as
luzes de cima diminuíram e o eterno brilho azul-esverdeado da piscina aumentou
de intensidade, iluminado tudo num tom de água.
- Não há volta atrás, - disse
Tohrment, como se lhe desse a última oportunidade de acabar com aquilo.
Como ela se limitou a acenar com a
cabeça, ele rosnou outra vez e baixou-a sobre um dos bancos de madeira,
deitando-a de costas. Ele foi fiel à sua natureza. Não esperou nem hesitou;
inclinou-se sobre ela e cobriu-lhe os lábios com os seus, encostando o seu
peito ao dela, colocando as suas pernas entre as dela.
Enlaçou-o à volta do pescoço e
manteve-o encostado a ela, à medida que os seus lábios se moviam contra os dela
e a língua dele entrava nela. O beijo era glorioso e arrebatador, de tal modo
que ela nem se deu conta de ele lhe estar a desfazer o nó das vestes.
As mãos dele estavam nela. Através
do tecido, as mãos queimavam-na ao acariciarem-lhe os seios e a começarem a
descer. Afastou-lhe ainda mais as pernas, ela levantou a bainha e teve o que
desejava, o seu toque a massajá-la, a levá-la até à ponta afiada do orgasmo,
mas sem ir mais além.
- Eu quero-te beijar. – Rosnou de
encontro à boca dela. – Mas não posso esperar mais.
Ele estava a beijá-la? Pensou.
Antes de lhe responder, ele
ergueu-se e começou a abrir as calças com urgência.
De seguida, qualquer coisa quente
e dura batia… tocava… escorregava contra ela.
No’One arqueou-se, chamou por ele
e foi aí que a tomou: Enquanto a voz dela ecoava no teto alto, o corpo dele
reclamava o dela, empurrando, abrindo caminho, duro mas macio como seda.
A cabeça de Tohrment caiu ao lado
da dela quando estavam unidos e parou completamente de se mexer, o que era bom:
a sensação de esticar para o seu comprimento caber raiava a dor, não que ela
trocasse o momento fosse pelo que fosse.
Com um gemido proveniente do fundo
da garganta, o corpo dele começou a mover-se, devagar no início, depois com
mais velocidade, o corpo a balançar-se contra o dela enquanto se agarrava às
suas coxas e apertava. Com a grande onde de paixão a arrastá-los, cada sensação
ficou ampliada, o pensamento dela consciente e, ao mesmo tempo, arrebatado pelo
modo como ele a dominava sem a magoar.
O ritmo chegou ao ponto do
descontrolo, No’One agarrou-se a ele com força, o corpo dela a elevar-se apesar
de estar preso debaixo do dele, o coração a partir-se e a reconstruir-se no
mesmo instante, o prazer a intensificar-se e a estalar. De facto, o orgasmo
conduziu o seu íntimo a prendê-lo e a soltá-lo num ritmo alternado,
completamente diferente dos anteriores – mais intenso, mais duradouro. E
parecia levá-lo a ele para lá do limite nas suas contrações selvagens, a pélvis
a empurrar para dentro.
Parecia ter demorado imenso tempo,
mas, como em qualquer voo, acabamos por atingir a liberdade do céu e
regressamos à terra.
A consciência era um peso gradual
e inquietante.
Ele ainda estava vestido, ela
também, as vestes ainda tapavam os ombros e os braços. E o banco magoava-lhe as
costas e a parte de trás da cabeça. O ar circundante não estava tão quente como
a paixão.
Que estranho, pensou ela. Apesar
de terem passado por muita coisa antes, aquele instante levou-os a uma grande
divisão.
Imaginou como se estaria ele a
sentir.
Tohrment ergueu a cabeça e olhou
para ela. Não havia nenhuma expressão especial naquele rosto, nem alegria, nem
tristeza, nem culpa.
Ele só olhou para ela.
- Estás bem? – Perguntou.
Como a voz dela parecia tê-la
abandonado, ela disse que sim com a cabeça, embora não tivesse a certeza de
como se sentia. Fisicamente, o corpo estava bem, na realidade continuava a
albergar de bom grado aquela presença dentro de si. Mas até saber como ele
estava, não sabia dizer mais nada.
A última fêmea com quem tinha
estado era a sua shellan… E isso, de
certeza, ocupava-lhe o pensamento naquele silêncio tenso.
E, sim, amanhã digo-vos o que aconteceu a seguir…
Porque é que não digo hoje?
Porque estou radioativa!
Perigosamente radioativa.
E se eu sonho que andam terapeutiqueiras a ler isto… Nem queiram saber
como me ponho!