Boa segunda-feira!
Espero que ande tudo mais feliz por terem aparecido algumas notícias. A J.
R. Ward não morreu (ótimo), a série continua (excelente) e nós estamos cá para
ler (fantásticas, fresquíssimas e foférrimas).
A Lu anda em alta forma e publicou a entrevista toda. Gostei. Também gostei da campanha para a redução do preço dos livros. Temos de apoiar esta causa, pessoal!
Ora bem, daqueles spoilers todos, o que me fez levantar a orelha (pela segunda
vez, porque este nome já tinha saído à cena antes, mas isolado e sem mais nada)
é o s’Ex. Porque é que eu acho este nome tão sugestivo? Será por rimar com
Kleenex? Deve ser… ai, que até me rio
toda por dentro… uuuuuu… s’Ex soa-me tão bem…
O que me preocupa nas sessões de autógrafos, entrevistas e afins é a
estupidez e a parvalhice das pessoas que andam sempre a perguntar o mesmo. E
fazem perguntas sobre o Havers… Meu Deus… O Havro?... Quem é que quer saber do
estresicado? Cruzes! Acordem p’rà vida!... Informem-se… peçam-nos para vos dar
as perguntas antes de irem para lá pintar cenas!
Do Qhuinn, NADA! Ninguém quer saber dele! Menos mal que ainda se foram
lembrando do Wrath! E da Beth… Estava a ver que não! Assail, Throe, Zypher,
Sola, nem uma palavra… Que desilusão.
No ano passado perguntaram pelo Fritz. Se ia ter algum relacionamento… Em
que mundo vivemos? Está tudo louco. Ok, pode ser que algures num lar, alguma
senhora com 300 anos estivesse com calores por causa do velhote…
Também vos digo, no dia em que me matricular, alistar, ou lá como se diz,
num lar está tudo tramado. Hei de pôr a velhada toda a abanar as peles que vai
ser um consolo! Até vídeos lhes hei de passar para não morrerem na ignorância. O Fritz?! Tanta coisa para babar e salivar e
falam do Fritz e da besta desconchavada do Havers?
Quase que punha um ovo a ver a choquice daquela gente!
Bem, vamos ao plano de leitura: ainda estou nos preliminares. Palavra maravilhosa. Amanhã digo-vos o
que aconteceu a seguir. E tem Lassiter. He he he outra palavra maravilhosa…
Boas leituras.
Beijos bons.
SPOILERS PARA ALGUNS
Lover Reborn
[No’One foi ao Outro Lado e Tohr aparece para pedir
desculpas por lhe ter chamado o que chamou: puta]
- Vim para te pedir desculpa.
Ela pousou cuidadosamente a
tigela, a ver a superfície agitada da água a acalmar e a subir para os níveis
anteriores, enchendo-se por um desconhecido e invisível reservatório.
- Achei melhor esperar até estar
um pouco mais sóbrio.
- Estive a ver-te, - disse ela. –
Na tigela. Com a tua shellan.
Isso calou-o.
Levantando-se, No’One endireitou
as vestes apesar de estarem como sempre estiveram, um tecido direito e sem
forma.
- Compreendo porque estás mal-humorado
e com pouca paciência. É a natureza do animal ferido atacar inclusivamente uma
mão amiga.
Quando levantou os olhos, ele
franzia tanto a testa que as sobrancelhas eram uma única linha. Não era
propriamente um bom início de conversa. Mas tinha chegado o momento de se
entenderem e, tal como quando se abre uma ferida postulenta, é de esperar que
doesse.
No entanto, as infeções devem ser
tratadas.
- Há quanto tempo faleceu?
- Assassinada, - disse ele após um
momento. – Ela foi assassinada.
- Há quanto tempo?
- Quinze meses, vinte e seis dias,
sete horas. Preciso de um relógio para saber os minutos.
No’One foi até à janela e olhou
para a relva brilhante.
- Como é que soubeste que ta
tinham tirado?
- O meu rei. Os meus irmãos.
Vieram ter comigo… e disseram-me que ela tinha sido alvejada.
- O que aconteceu a seguir?
- Gritei. Fui não sei para onde,
para um sítio qualquer. Chorei durante semanas, sozinho, nos bosques.
- Não fizeste uma cerimónia do
Fade?
- Estive ausente durante quase um
ano. – Praguejou e esfregou a cara. – Não acredito que me estás a perguntar
esta merda e não acredito que te esteja a responder.
Ela encolheu os ombros.
- Porque foste cruel comigo na
piscina. Sentes-te culpado e eu sinto como se te devesse alguma coisa. Esta,
torna-me corajosa e aquela faz-te falar.
Ele abriu a boca. Fechou-a.
Abriu-a outra vez.
- És muito esperta.
- Nem por isso. É óbvio.
- Que viste nas tigelas?
- Tens a certeza que queres que eu
to diga?
- Isto tudo anda a dar voltas sem
fim na minha cabeça. Não me vais dar novidades, seja lá o que for que me
disseres.
- Ela disse-te que estava grávida
na cozinha. Caíste à frente dela – ela estava contente, tu não.
Ele empalideceu e ela desejou ter
escolhido outra cena.
E, de seguida, surpreendeu-a.
- É esquisito… mas eu sabia que
eram más notícias. Demasiada sorte. Ela queria tanto um filho. Discutíamos de
dez em dez anos por causa disso quando ela passava pela necessidade. Até que
chegou ao ponto de ela me querer deixar se eu não concordasse em deixá-la
tentar. Foi como escolher entre uma bala ou uma lâmina – seja como for, eu sabia…
eu ia perdê-la de qualquer maneira.
Com a ajuda da muleta, foi até à
cadeira, puxou-a e sentou-se. Enquanto manobrava sem jeito o pé lesionado, ela
apercebeu-se que tinham outra coisa em comum.
Aproximou-se dele devagar, a
coxear, e sentou-se na mesa ao lado dele.
- Lamento muito.
Ele pareceu surpreendido, ela
voltou a encolher os ombros.
- Como poderia não apresentar as
minhas condolências perante a tua perda? Na verdade, depois de vos ver aos dois
juntos, não acredito que seja capaz de esquecer o quanto a amavas.
Depois de um momento, ele murmurou
roucamente.
- Já somos dois.
Quando se silenciaram, Tohr olhou
para a pequena figura encapuçada tão quieta à sua beira. Estavam separados por
um metro de distância, cada um de seu lado da mesa. Mas pareciam mais próximos
do que isso.
- Tira o capuz para mim. –No’One
hesitou, ele insistiu, - Viste o melhor da minha vida. Eu quero-te ver os
olhos.
As mãos pálidas ergueram-se,
tremiam ligeiramente e retiraram o que lhe tapava o rosto.
Não olhou para ele. Provavelmente,
não conseguia.
Numa concentração desapaixonada,
mediu-lhe os ângulos espetaculares das suas linhas.
- Porque é que usas sempre isso?
Ela inspirou fundo, as vestes a
subir e a descer de tal forma que o obrigou a recordar que era provável ela
ainda estar nua por baixo delas.
- Diz-me. – Pediu.
Endireitou os ombros e ele pensou
que quem considerasse aquela fêmea fraca, devia pensar melhor.
- Esta cara – circulou ela com o
dedo em redor do seu queixo perfeito e maçãs do rosto rosadas – não é o que eu
sou. Se as pessoas a veem, tratam-me com uma deferência desadequada. Até as
Escolhidas o fazem. Tapo-a porque se não o fizer, estarei a difundir uma
mentira, e mesmo que isso só me prejudique a mim, já é o suficiente.
- Tens uma maneira estranha de ver
as coisas.
- A explicação não foi clara?
- Foi. – Ela ia levantar a coisa
novamente, ele pôs-lhe a mão no braço. – Se eu prometer esquecer como és,
deixa-lo ficar para baixo? Não consigo perceber tão bem o teu estado de
espírito quando te escondes e, para o caso de não teres reparado, não estamos
propriamente a falar do tempo.
Manteve uma mão no capuz como se
não o pudesse deixar. Depois olhou para ele tão fixamente que ele se encolheu.
Apercebeu-se de que era a primeira
vez que ela olhava mesmo para ele. A primeira.
Com a mesma candura, ela disse:
- Só para não haver
desentendimentos entre nós, eu não estou interessada em nenhum macho. Sexualmente,
sinto repulsa por vocês e isso inclui-te.
Ele aclarou a garganta. Puxou a
t-shirt. Mudou de posição na cadeira.
De seguida, respirou calmamente de
alívio.
No’One prosseguiu:
- Se ofendi…
- Não, de maneira nenhuma. Eu sei
que não é nada pessoal.
- É verdade que não.
- Para ser sincero, isso torna
tudo… mais fácil. Porque eu sinto o mesmo. – Com isto, ela chegou mesmo a
sorrir um pouco. – Que par fazemos.
Calaram-se por uns instantes. Até
que repentinamente ele diz:
- Ainda estou apaixonado pela
minha shellan.
- E porque não estarias? Ela era linda.
Sentiu-se sorrir pela primeira
vez… desde há muito.
- Não era só por ser bonita. Era
tudo nela.
- Via-se pela forma como olhavas
para ela. Estavas hipnotizado.
Ele pegou numa das penas e
verificou-lhe o aparo aguçado.
- Meu Deus… Estava tão nervoso na
noite em que acasalei. Queria-a tanto – E não queria acreditar que ela ia ser
minha.
- Foi arranjado?
- Sim, pela minha mahmen. O meu pai não queria saber disso
– nem de mim. Mas a minha mãe tratou de tudo o melhor que pôde – e ela era
esperta. Ela sabia que se arranjasse uma boa fêmea, eu iria assentar para o
resto da vida. Pelo menos… era esse o plano.
- A tua mahmen ainda está viva?
- Não, e estou feliz que não
esteja. Ela não haveria de ter gostado de… nada disto.
- E o teu pai?
- Também morreu. Ele deserdou-me
até quase à morte. Cerca de seis meses antes de morrer, chamou-me – fui por
causa da Wellsie. Ela obrigou-me, e ela tinha razão. No leito da morte ele,
formalmente, reconheceu-me. Não sei porque é que isso foi tão importante para
ele, mas foi o que aconteceu.
- E o Darius? Não o tenho visto
por aqui…
- Foi morto pelo inimigo. Antes da
Wellsie. – Ela tapou a boca com a mão e ele assentiu com a cabeça. – Tem sido o
inferno, a sério.
- Estás sozinho, - disse numa voz
sumida.
- Tenho os meus irmãos.
- E deixas que te ajudem?
Com uma gargalhada curta, abanou a
cabeça.
- Tu és tramada com a retórica,
sabias?
- Desculpa, eu…
- Não, não peças desculpa. –
recolocou a pena no sítio. – Gosto de falar contigo.
He he he
Estou a rir com o que vai acontecer a seguir…
“Gosto de falar contigo”, disse ele…
Coitadinho do Tohr…
He he he