Cenas Eliminadas

Olá, pessoal!

Espantaditos, não estão?

Ah, pois é, bebé! Mim conseguiu publicar dois dias seguidos… Repararam nos progressos? Não se fiem, não sou de confiança.

Na próxima semana vou começar a apresentar sugestões de leitura, mas antes vou falar umas coisas sobre Na Sombra da Vida, por isso, quem não leu tem o fim de semana para se debruçar sobre as páginas boas.

Ora, como continuo com o meu treino traduteiro, trago mais uma cena do Phury – não me dei ao trabalho de ver se estava parecido com o livro, também não me dei ao trabalho de tentar descobrir como se designa o papel do Phury: vai Primale e vai muito bem. Vai como no “Originale”. Quanto a este livro, está tudo arrumado, porque já vos tinha mostrado o epílogo que resolveram cortar (aquele com a Nalla).

E sim, este também tem uma bolinha vermelha.

Gostaria de agradecer à Viviana por me ter dado a honra de um comentário sob forma de pergunta pertinente. A resposta é: Deus te responda… (Acharam desnecessário e redundante), e à Rute e à Marta – as fieis comentadeiras fiçubuquianas.

Uma mensagem para a minha Micas musa: se dizes que eu te mato, só tenho a dizer que a culpa é tua por me desatares os nós do cérebro. E, como dizem os estrangeiros, “Ai lambe iú tu”. Nasan, nada de ciumeira barata, ouviste? Se tens ciúmes, compra-me diamantes e poços de pitroile. Estás avisada!

E, finalmente,  um aviso à navegação: nada de rir dos meus esforços caseiros de traduzir! E aquela ali a tapar o risinho com a mão que se ponha fina! Olha que eu agrido e tu faleces! Sim, estou a falar contigo. Vai-te rir para a tua terra! Descaramento...

Boas leituras.
Beijos bons.


Cena Eliminada
do
Livro do Phury
- Parte II -






Cormia equilibrava com cuidado o copo de leite e o prato de pão e carnes quando ergueu a mão para bater à porta do Primale. Desejava ter arranjado melhor a sanduíche. Fritz mostrara-lhe como se fazia e, sem dúvida, a sua haveria de parecer menos escangalhada, mas ela queria despachar-se e queria ser ela a fazer tudo.
Antes dos nós dos dedos fazerem contacto com a madeira, ouviu um gemido, como se alguém se tivesse magoado. E depois outro.
Preocupada com o bem-estar do Primale, foi à maçaneta e entrou de supetão no quarto…
Cormia deixou cair o prato da sanduíche. Enquanto aquilo rodava no chão, ficou especada a olhar para a cama enquanto a porta se fechava sozinha.
Phury estava deitado nas almofadas, o espetacular e multicolorido cabelo rodeava-lhe a cabeça. A camisa preta estava levantada até à caixa torácica, as calças abertas e descidas até ao início das coxas douradas. Uma mão na sua masculinidade, o sexo grosso e brilhante na ponta. Ao acariciar o seu duro e forte comprimento, a outra mão estava mais abaixo no potente escroto.
Outro gemido irrompeu através da boca rosada e aberta; mordeu o lábio inferior, as presas a romper a carne tenra.
A mão começou a mover-se mais depressa e a respiração dele acelerou e parecia estar a acercar-se de qualquer coisa tremenda. Era para lá de mau estar a ver, mas ela não conseguia sair dali, nem que corresse perigo…
O nariz dele estremeceu, as narinas abriram-se como se captassem um odor. Com um rosnado, convulsionou, os músculos da barriga a comprimirem-se rapidamente, as coxas enrijecendo. Jatos de branco pérola saíram dele, os seus brilhantes olhos amarelos abriram-se e focaram-se nela. A visão pareceu feri-lo ainda mais e ladrou uma praga com o corpo a mover-se para a frente. Mais creme acetinado saiu dele e parecia não parar, o pescoço tenso, as faces vermelhas e coradas.
Só que ele não estava mesmo com dores, ou estava? Pensou ela. Os olhos dele mantiveram-se nela como se ela fosse o combustível daquilo tudo e ele não quisesse o que lhe estava a acontecer.
Isto era o culminar do ato sexual.
O seu corpo disse-lho. Porque cada vez que o Primale se erguia, cada vez que gemia, cada vez que a mão passava por cima do seu sexo e disparava desde a base, os seus seios acendiam e o que havia entre as suas pernas ressentia-se mais.
Depois parou. Desgastado. Saciado.
No silêncio, sentiu a humidade no interior das suas coxas e olhou para o que estava por cima da barriga dele e da mão e da ereção.
Sexo era uma trapalhada gloriosa, pensou, imaginando como seria ter nela o que estava nele.
Enquanto a mente trabalhava, apercebeu-se que o Primale estava a olhar para ela numa confusão enevoada, como se não tivesse a certeza se tinha sonhado com ela ou se ela estava mesmo no quarto.
Ela avançou, porque com o que aconteceu e da maneira como quarto estava saturado com o seu aroma sombrio, o corpo dele estendido era a única direção em que estava interessada.
Os olhos dele mudaram à medida que ela se aproximava, como se caísse em si com o facto de ela estar mesmo com ele. O choque substituiu a sua satisfação sonhadora.
Pôs o copo de leite perto do cinzeiro, olhou para a barriga dele e a mão dela esticou-se inconscientemente.
Ele silvou, depois inspirou quando ela o tocou. O que estava nele estava morno.
- Isto não é sangue. – Murmurou.
A cabeça dele abanou de um lado para o outro na almofada, a expressão era de espanto, como se estivesse surpreendido com a ousadia dela.
Ergueu um dedo, reconhecendo que o que tinha saído dele era a origem do cheiro a especiarias sombrias no ar – e ela queria aquilo fosse o que fosse. Molhando o lábio inferior lambeu o que apanhara.
- Cormia… - gemeu.
O som do seu nome envolveu o quarto num tangível casulo privado e aquecido , e naquele momento protegido e suspenso eram só os dois.
Não havia mais nada para além dos seus corpos, uma simplicidade surpreendente na complexa estrutura que foi conhecerem-se e juntarem-se.
- Deixemos para trás os nossos papéis, - disse ela. – E as nossas complicações.
O rosto dele fechou-se.
- Não podemos.
- Podemos, sim.
- Cormia…
Deixou cair o vestido e isso acabou com a conversa.
Mas quando subiu para a cama, ele abanou a cabeça e deteve-a.
- Fui ver a Diretrix.
O seu nome saído dos lábios dele tinham criado um lugar especial, agora as palavras cortavam a promessa quente do quarto.
- Afastastes-me, não foi?
Assentiu devagar.
- Queria dizer-to, mas depois foi tudo por terra na clínica.
Cormia olhou para o seu sexo brilhante e teve uma estranha resposta. Em vez de sentir que falhou, sentiu-se… aliviada. Porque ele a desejava mesmo sem ser obrigado a isso. Porque tornava mais honesto o que ela queria que acontecesse. Mais tarde lidaria com as ramificações emocionais, mas agora só queria estar com ele.
Fêmea com Macho. Sexo com sexo. Sem tradições a pesarem no ato nem a darem-lhe grande importância.
Pôs um joelho no colchão e Phury segurou-a nos pulsos detendo-a.
- Não sabes o que isso significa?
- Sei. – Pôs o outro joelho para cima. – Largai-me.
- Não tens de fazer isto.
Olhou sem timidez para o comprimento, grosso como o braço dela, erguido na sua barriga .
- Nem vós. Mas também quereis. Por isso aproveitemos. – Subiu os olhos pelo peito dele até encontrar os seus olhos preocupados e cheios de desejo e, por uns instantes, entristeceu. – Tereis muitas outras. Eu só o terei a si. Por isso, dê-me isto agora antes… - O coração dela partiu-se uma e outra vez – Antes de vos ires.
O conflito via-se nos olhos dele, o que garantia a sua honra. Mas ela sabia como é que acabaria tudo. E não se surpreendeu quando ele cedeu, as mãos já não a restringiam, puxavam-na para ele.
- Meu Deus, - sussurrou ele, sentando-se e segurando-lhe o rosto com as mãos. – Preciso de um minuto, ok? Deita-te aqui. Eu já volto.
Deitou-a com mãos delicadas, deixou a cama e foi à casa de banho. O chuveiro abriu-se e quando regressou o cabelo vinha encaracolado e molhado à volta dos ombros e do peito.
Foi ter com ela nu, um corpo de guerreiro no seu auge, a necessidade sexual bem erguida do seu corpo espetacular.
Parou junto à cama.
- Tens a certeza?
- Sim.
Apesar de lhe terem dito que iria doer, não ia voltar atrás. Não conseguia explicar a determinação, mas iria até ao fim.
Ela tê-lo-ia agora e o que viesse a seguir que se lixasse.
Cormia estendeu-lhe a mão e assim que ele a aceitou, puxou-o para o seu corpo.

Phury deixou que o levassem até à cama até se deitar ao lado da extraordinária forma nua de Cormia. Os ossos dela eram minúsculos comparados com os seus, o corpo delicado perto da sua largura.
Não conseguiria suportar se a magoasse. Não conseguia esperar chegar a ela.
A mão tremia ao tirar-lhe uma madeixa de cabelo loiro da testa. Ela estava certa, pensou. Era melhor assim para os dois. Isto era uma escolha. As obrigações do Primale eram um dever.
Apesar de… diabo, não fazia ideia de como se fazia amor com uma fêmea. Sexo era uma coisa. Fazer amor era outra coisa muito diferente e, subitamente, queria ser absolutamente cavalheiro. Queria que houvesse pontuações de amantes para se certificar de que Cormia tirava o melhor dele.
Deixou a mão deslizar para o pescoço dela. A pele era tão macia como o ar, tão perfeita que não conseguia ver os poros.
Ela inclinou-se para trás, os mamilos rosa dos seios a elevarem-se.
Passou a língua pelos lábios e inclinou-se para o pescoço dela. Fechando os olhos, manteve-se por cima do corpo dela. Sabia que no momento em que a tocasse não havia volta a dar.
As mãos dela enterraram-se no cabelo dele.
- Não começais, vossa senhoria?
Olhou logo para ela.
- Chama-me Phury.
Ela sorriu, uma alegria tímida a florescer.
- Phury…
Depois dela dizer o seu nome, pôs os lábios na sua pele e inspirou-lhe o aroma. Todo o corpo tremia, queria-a tanto e, instintivamente, empurrou-se até o pénis ficar preso no meio das pernas dela.  Quando ela inspirou e se arqueou novamente, prendeu-lhe o mamilo.
As unhas de Cormia foram-lhe ao escalpe e ele rugiu e sugou. A outra mão presa no outro seio, girou o tronco para que a ereção ficasse presa mais firmemente.
Oh, merda, ele ia…
Sim. Veio-se. Outra vez.
Rosnando selvaticamente, tentou parar. Só que ela não queria que ele o fizesse – em vez de o afastar, ela acomodou-se e moveu-se com a vinda do orgasmo dele.
- Gosto quando fazes isso, - disse ela numa voz rouca.
Com desespero, encontrou-lhe a boca. O facto de ela não se importar que ele fosse um falhado que nunca tinha feito isto antes e que acabara de ejacular cedo demais por cima das pernas dela significava tudo para ele. Não tinha de fingir ser forte. Neste momento íntimo, ele podia ser… ele.
- É provável que aconteça outra vez, - gemeu contra os seus lábios.
- Ótimo. Quero que o faças outra vez por cima de mim.
Aí, rosnou alto, o instinto a pedir atenção. Sim, pensou. Ia fazê-lo por cima dela. E nela também.
Com a mão, percorreu o corpo dela até às pernas, depois mudou de posição para poder vir para cima até ao seu centro. A mão a espalhar o que tinha deixado nela e a levar a sua essência até lhe encontrar o sexo.
Que estava mais molhado do que se tivesse acabado de tomar banho.
Cormia gritou e afastou as pernas.
Foi com a boca até ela sem saber para onde ia. Não importava se não tinha técnica. Precisava de a provar e isso só aconteceria se os seus lábios se encontrassem com…
- oh… doce fêmea, - disse. Tinha consciência que os seus dedos estavam enterrados nas coxas dela e que a estava a segurar bem aberta, mas não conseguia conter-se.
Ela não pareceu minimamente incomodada. As mãos enlaçadas no cabelo dele a pressioná-lo contra si enquanto ele levava a sua língua cada vez mais fundo. Esfregou o rosto em círculos, começou a sugar e a engolir. Estava deserto com a sede, alimentando-se do sexo dela e da corrente sexual entre os dois, entusiasmado…
Estava a começar a vir-se quando o telefone tocou e era impossível permanecer onde estava. Sabia que ela estava a cair do precipício da libertação pela forma como estava tensa e erguia a cabeça para lhe ver os olhos. Ela estava nervosa, excitada, preocupada.
- Confia em mim, - Disse-lhe. De seguida ergueu-se e penetrou-a.
Ela gritou o seu nome quando teve o orgasmo.
E foi quando alguém bateu à porta.



He he he… Phury, se não se punha fino, era mesmo violado!...
Azar o meu que a Cormia chegou primeiro…
Quando não sou… estou atrasada…
Ah, Phury, Phury… tivesses vindo ter comigo que ias ver se não arranjavas técnica e prática…
Ui, ui!



1 comentários:

Viv disse...

o meu nome em dois posts seguidos... sinto-me honrada :P

Sabes quem é que mandou cortar isto do livro? Podiamos tentar fazer-lhe uma espera... *carinha inocente*

 

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