Beijo de Sangue Cap.16

  Olá pessoal!!!


Vamos ter mais um salto de 3 capítulos, mas os próximos dois são seguidos! O que será que temos hoje para ler!

Vamos aos avisos habituais que a NightShade deixou!


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Aviso 

O blog informa que a tradução deste livro é feita por fãs para fãs, não vamos publicar o livro na íntegra, só alguns capítulos com o objectivo de oferecer aos leitores algum acesso ao enredo desta obra para motivar à compra do livro físico ou e-book.

A tradução é feita somente em livros sem previsão de lançamento em Portugal, para preservar os direitos de autor e contratuais, no momento em que uma data seja estabelecida por qualquer editora portuguesa na publicação deste livro, os capítulos traduzidos serão imediatamente retirados do blog.

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Capítulo 16

Vinte e cinco minutos, dois pontos no lábio inferior e uma Primeira Refeição deliciosa depois, Craeg estava na frente e no centro do ginásio com os outros seis membros da sua turma. Bem, não na frente e nem no centro do alinhamento - ele estava mais para o lado e um pouco para trás.

Ele também estava a cambalear sobre os seus pés. E quanto a Peyton, o chamado «não namorado» de Paradise? Pois. Ceeeerto.

Puta.

Ele, não ela.

A boa notícia era que, por muito mal que ele estivesse, Peyton nem sequer se conseguia levantar. Tinha sido levado numa maca como um pedaço de carne.

A rolar do corredor para fora.

Quem foi que ganhou, cabra?

E nenhum deles tinha sido expulso. Aparentemente, os Irmãos não só apostaram no resultado, como também não se tinham envolvido.

Uma das portas do ginásio foi aberta com um murro e, desta vez, quando os Irmãos Butch e Rhage entraram, estavam vestidos com as mesmas calças e camisa de algodão largas que todos os outros.

O Irmão Butch não perdeu tempo e parou em frente ao grupo. 

- Então, tendo em conta o que aconteceu, vamos começar com combate corpo a corpo em vez de aprendizagem de livros.

Rhage diz com um sorriso:

- Reparem que os vossos uniformes são brancos.

- É porque o Oxi Vanish é muito bom com manchas de sangue, mas estamos preparados para usar Clorox se for preciso.

Craeg engoliu uma imprecação. Era mesmo o que ele precisava.

- Vamos juntar-vos - continuou Butch - e fazer uma avaliação do que sabem. Como todos já estão na horizontal, ninguém tem de se preocupar em lutar contra Hollywood aqui.

- Pessoalmente, estou quase a chorar por causa disso - disse Rhage. 

- Então, vamos juntar Novo com Boone. Axe, tu ficas com o Anslam. Isso deixa Craeg e Paradise.

- Espera aí - disse Craeg. - Eu não posso... eu não vou fazer isso.

- Bater-lhe? Porquê? Porque não consegues levantar os braços? Não é problema meu.

Craeg inclinou-se e baixou a voz.

- Eu não lhe vou bater.

Rhage encolheu os ombros.

- Está bem, podes levar outra tareia.

Butch interrompeu.

- Na verdade, ele ganhou essa luta, lembras-te? E eu tenho os teus cinco dólares para o provar.

- Só porque aqui o menino de ouro deu cabo de si próprio.

- Derrota é derrota. - Butch voltou a concentrar-se em Craeg. - Mas o meu Irmão tem razão. Ou te defendes ou voltas para ir buscar mais linha e agulha da Dra. Jane. A escolha é tua.

Com isso, disseram-lhes para se espalharem por diferentes quadrantes do enorme ginásio, e Peyton foi levado para um canto.

Craeg observou os outros a irem para as suas posições, tentando pensar numa maneira de se safar daquilo. Engraçado, quando ele lhe tinha dito, há muito tempo, que ela devia entrar no programa para aprender autodefesa, não tinha pensado que era contra ele que ela teria de se defender.

Mesmo numa situação de «sala de aula».

- Bem - disse Paradise quando ela se aproximou dele. - Vamos fazer isto?

- Vou esperar até que um dos machos termine.

- Estás a falar a sério?

Ele olhou para ela a partir da sua altura muito maior.

- Não te quero magoar.

- Não venceste o Peyton com facilidade - murmurou ela. - Demoraste, tipo, meia hora.

- Estás a comparar-te com um macho adulto. Que eu pus numa maca.

- Oh, tens razão, isso não seria justo, porque comparada com vocês os dois, eu sou um génio.

Enquanto ela punha as mãos nas ancas e o olhava fixamente, ele perguntou-se que raio mais lhe poderia dizer? Ele não queria dizer a verdade - que tinha tudo a ver com o facto de ele ainda se lembrar de como era a pele macia dela... ainda conseguia imaginar como o tornozelo dela era pequeno comparado com a palma da mão dele... conseguia imaginar tantas coisas que lhe queria fazer, nenhuma das quais envolvia qualquer tipo de violência.

Absolutamente todas elas incluíam o contacto com as pontas dos seus dedos, os seus lábios... a sua língua.

Craeg cruzou os braços sobre o peito.

- Não vou lutar contigo.

- Então, se eu te bater, não vais fazer nada?

Ele ergueu uma sobrancelha.

- Não estou preocupado em ser derrubado.

- Oh, a sério?

- Não. Tirando a tua menor resistência, não vais...

A próxima coisa que saiu da sua boca foi um grito agudo que deixou toda a gente no ginásio a correr para ver o que raio tinha acontecido.

E ele podia ter-lhes contado - mas estava demasiado ocupado a cobrir os tomates com as duas mãos e a dobrar-se sobre cintura.

Ela tinha-lhe dado uma joelhada na virilha.

Na virilha. Com o joelho dela.

- Mas que merda! - Exclamou ele. - Porque é que fizeste isso?

Ela parecia tão surpreendida como toda a gente. Mas recuperou rapidamente - agarrando-o de cada lado da cabeça, levantando o joelho outra vez, e batendo-lhe com tanta força na cara que ele viu mais estrelas do que uma árvore de Natal humana com luzes.

Enquanto ele soltava outro uivo e se desequilibrava, ela juntou as duas mãos, esticou os braços e girou num círculo apertado como se estivesse a lançar um disco - atingindo-o na têmpora com força suficiente para lhe tirar as pernas debaixo dos pés.

Bum! Ele caiu nos tapetes azuis.

Toda a gente veio a correr, enquanto ela se mantinha em cima dele, preparada para o que quer que viesse contra ela - enquanto ele estreava os tapetes.

Colocando as palmas das mãos nos tapetes, ele ergueu o tronco até à vertical e olhou para ela.

- Queres mesmo que eu faça isto.

- Ainda não fizeste nada -  disse alguém.

- Diz-me? - Disse outro. - Tu mijas sentado?

- Agora, sim - respondeu outro.

Paradise seguia cada movimento que ele fazia, cada contracção, cada respiração e cada movimento dos seus olhos. Mas ela não fazia ideia do que estava a fazer. Ele conseguia perceber isso pela forma como as mãos dela tremiam, e pelo facto de ela estar a respirar com demasiada força devido à actividade física que tinha acabado de fazer.

Ela também estava ligeiramente excitada.

Okay, isso era mesmo um problema. O cheiro do sexo dela despertou a parte muito masculina dele - e fê-lo querer que ela corresse só para que ele pudesse persegui-la e apanhá-la e pô-la debaixo dele para a foder com força. Ele queria que as unhas dela arranhassem as suas costas quando ela se viesse... e que as presas dela se mostrassem mesmo antes de ela lhe atacar a garganta.

A luxúria era tão forte que ele poderia tê-la fodido mesmo com pessoas a ver - e como se ela tivesse reconhecido a mudança nele, deu um passo atrás.

E então, de repente, ninguém mais se estava a rir ou a gozar com ele.

Butch meteu-se entre eles.

- Calma aí, grandalhão. Que tal vires ter comigo?

O Irmão pôs-se em posição de luta, com os punhos erguidos à frente do peito e os olhos contraídos.

Mas Craeg não estava interessado no macho. Olhou em volta daqueles ombros gigantescos para Paradise, que estava a olhar para ele com uma expressão indecifrável no rosto.

Desta vez, quando um murro o atingiu, Craeg entrou em modo de luta total, algo que não tinha acontecido com Peyton. Com o outro recruta, ele tinha dado cerca de sessenta por cento do que tinha, retendo alguma da sua força porque tinha tido medo de matar o pedaço de merda, ou de lhe causar danos permanentes - e assim ser expulso do programa. Agora? O fio da navalha da sua excitação cortou toda a contenção quando ele entrou na batalha corpo a corpo, esquivando-se, lançando um punho, esquivando-se de novo, esmurrando. O Irmão era cruelmente rápido, impiedosamente poderoso, eminentemente treinado.

Não era nada parecido com Peyton.

E à medida que o combate se prolongava, à medida que trocavam pontapés e se esquivavam, se agarravam e lutavam, mais pessoas se aproximavam e ficavam à volta, até que havia uma multidão de dez, quinze... vinte pessoas no ginásio.

Foi cerca de quinze minutos depois que os punhais foram atirados contra eles.

As duas facas afiadas como navalhas, de cabo preto e lâmina prateada, voaram pelo ar vindas do nada. Butch apanhou uma na hora. Craeg apanhou a outra. E depois estavam a andar em círculos, à procura de uma forma de ultrapassar as defesas, agitando as armas para trás e para a frente - a saltar, a recuar, os riscos muito maiores.

Butch não estava a respirar pesadamente. Craeg, por outro lado, estava a ofegar como um filho da puta e a suar como um, também.

O primeiro sangue foi derramado quando Craeg errou um arco por um milímetro e ficou com a bochecha cortada. Quando errou outro, começou a sangrar no ombro. Ao enganar-se num terceiro, ficou com a coxa cortada.

Foi então que percebeu que o Irmão lhe estava a dar apenas sessenta por cento do que o macho era capaz: A precisão dos cortes dizia a Craeg que o seu oponente sabia mais do que ele, era mais forte do que ele e estava preparado para conseguir uma vitória baseada na perda de sangue.

Mas Craeg não ia desistir. Ainda não, pelo menos. Só quando não conseguisse ficar de pé, ver e mover-se, é que iria parar.

A sua vontade não aceitaria menos do que isso.

***

Paradise reconheceu imediatamente que esta luta era totalmente diferente daquela luta louca e desleixada que se tinha desenrolado no corredor anteriormente. De facto, com Peyton, Craeg tinha estado a controlar-se, e por alguma razão; já não estava. A sua coordenação quando enfrentou Butch com os punhos e depois - oh, Deus, aqueles punhais - disse-lhe, e a toda a gente no ginásio, que ele era um lutador incrível, capaz de grande força, equilíbrio, flexibilidade e poder.

Era o suficiente para que todo o seu corpo se iluminasse como um quadro eléctrico.

E não, pensou ela, por muito que respeitasse o facto de as fêmeas como Novo poderem fazer tudo o que os machos podem, era muito claro para ela que não iria conseguir lidar com o que Craeg estava a fazer agora. Ele tê-la-ia deixado inconsciente com apenas um daqueles murros. Ou ter-lhe-ia arrancado a cabeça da coluna vertebral. Ou partido uma das suas pernas com uma torção fácil.

Não que ela não pudesse aprender defesas e contra-medidas apropriadas, ela só não as conhecia ainda - e ele tinha, de facto, se preparado para atacá-la: Quando ele se tinha agachado e mostrado as suas enormes presas, ela tinha tropeçado para trás - e no entanto, por alguma razão insana, ela não tinha tido medo dele. O que era simplesmente uma loucura. Ele tinha mais de cem quilos em cima dela, e estava à procura de sangue.

Então, sim, e o que era totalmente de doidos? De repente, ela querer fugir dele - mas não muito depressa. Ela queria que ele viesse atrás dela, e a apanhasse no ar... e...

Bem, voltara àquele momento que tinham partilhado quando ficaram sozinhos na sala de descanso.

Mas Jesus, eu não vou conseguir lidar com ele, pensou ela enquanto o via mexer-se. E não apenas numa luta: Qualquer fêmea que perseguisse um macho como aquele não ia receber um beijo doce no final da corrida - não ia receber uma mão dada e uma promessa sagrada de um acasalamento com laços e uma conversa com o pai em que o pretendente pedia timidamente permissão.

Este não era o tipo de macho refinado a quem se esperava que entregasse a sua virgindade na noite do seu acasalamento perante a Virgem Escrivã e a sua família.

Não, ele era um animal com apenas um mínimo de raciocínio superior.

E a forma como ele a tinha olhado naquele momento sugeria que o seu cérebro se tinha desligado completamente.

Eu devia ter tido medo, disse a si mesma novamente.

Em vez disso, ela queria que ele a apanhasse...

Em redor, a multidão soltou um assobio quando Craeg levou outro corte, desta vez mesmo no peito. Agora estava a sangrar em vários sítios, o seu uniforme de treino estava manchado de vermelho, o sangue escorria-lhe do queixo do corte na bochecha, escorria-lhe da coxa, escorria-lhe dos peitorais.

Outro lampejo da lâmina do Irmão apanhou-o no ombro oposto. Depois foi o lado da garganta. A outra coxa, o abdómen, as costas.

- Pára - Paradise disse ofegantemente. - Pára de ir contra ele.

Mas de cada vez que a lâmina cruel do Irmão o atingia, Craeg voltava para mais, reencontrando-o uma e outra vez, até que escorregava nas poças que fazia nos tapetes azuis, e o seu uniforme estava manchado de vermelho e colado ao corpo.

Ele não cedeu.

E Butch não lhe deu tréguas, excepto para o poupar à morte.

- Craeg! Pára! - Ela gritou, porque não se conseguia conter.

Levando a mão à boca, sentiu o seu coração voltar a entrar em pânico enquanto se perguntava se ele iria mesmo continuar até ter perdido tanto das suas veias que não havia volta a dar.

- Craeg! Isto é uma loucura!

Mas ele continuava, até que começou a ceder nos joelhos, a dar cambalhotas em vez de se lançar, e a vacilar quando recuava. Agora, o desleixo veio-lhe à cabeça.

Deus, ele estava demasiado pálido.

- Pára!

Em cima da maca, Peyton sentou-se e gritou:

- Craeg! Anda lá, meu! Ele vai matar-te!

Os outros recrutas sentiram um certo mal-estar, mas não todos os Irmãos que tinham vindo assistir ao espectáculo. Os médicos, pelo contrário, também não pareciam entusiasmados - no entanto, quando a médica de cabelo loiro deu um passo em frente, o Irmão Vishous abanou a cabeça e obrigou-a a ficar ao seu lado.

Craeg foi ao chão pela última vez quarenta e dois minutos e muitos, muitos litros de plasma perdido depois.

Caiu de joelhos, oscilou por um momento... e depois caiu de bruços no seu próprio sangue. Exactamente como tinha feito no caminho de terra batida.

Paradise apressou-se a avançar, mas Rhage apanhou-a e puxou-a para trás.

- Não. Tu vais permitir-lhe a sua honra.

- Do que é que estás a falar? - Sibilou ela.

Rhage apenas acenou com a cabeça para os dois combatentes.

- Observa.

Butch ficou sobre o macho caído por um momento, dando a Craeg a oportunidade de se levantar. Quando ele não o fez, o Irmão esperou que Craeg olhasse para ele.

Num rosto pálido, olhos desfocados esforçavam-se a fixar o Irmão. Mas quando finalmente o fizeram, Butch passou a arma para a sua outra mão... e atingiu profundamente a sua palma com a lâmina.

Enquanto Paradise arquejava, o Irmão estendeu a palma da mão para Craeg - que, vindo do nada, de repente encontrou forças para estender a mão e aceitar o que lhe era oferecido.

O Irmão levantou Craeg até ficar de pé... e abraçou-o.

- Bom trabalho, filho. Estou orgulhoso de ti.

Craeg pestanejou com rapidez, como se estivesse a chorar. Depois pareceu desistir de lutar contra as suas emoções, fechando os olhos, inclinou a cabeça e caiu nos braços do Irmão.

- E isto - disse Rhage em voz alta, com aprovação -, é como se faz.


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E é tudo por hoje, para a semana têm mais!


Fiquem bem, 

Sunshine ;)


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