Beijo de Sangue Cap.18

Olá pessoal!!!


Agora temos o 18, vamos a mais aulas da Paradise!

Vamos aos avisos habituais que a NightShade deixou!


---

Aviso 

O blog informa que a tradução deste livro é feita por fãs para fãs, não vamos publicar o livro na íntegra, só alguns capítulos com o objectivo de oferecer aos leitores algum acesso ao enredo desta obra para motivar à compra do livro físico ou e-book.

A tradução é feita somente em livros sem previsão de lançamento em Portugal, para preservar os direitos de autor e contratuais, no momento em que uma data seja estabelecida por qualquer editora portuguesa na publicação deste livro, os capítulos traduzidos serão imediatamente retirados do blog.

---

Capítulo 18

Paradise deslocou o dedo quando bloqueou um murro com a palma da mão desferido por Rhage.

Ela tinha intenção de se abaixar e defender usando o antebraço como ele lhe ensinara, mas os seus braços e pernas nem sempre seguiam as direcções correctamente - o resultado foi que ela apanhou a mão aberta no murro.

- Foda-se! - Gritou ela, enquanto se afastava e se encolhia à volta do ferimento.

- Deixa-me ver - disse o Irmão.

- Ai, ai, ai. - Pronto, certo, ela queixava-se como uma menina, mas como é que isto doía tanto? - Deus!

- Parry, deixa-me ver.

Ela estendeu o braço e as mãos grandes dele, que agora eram suaves, examinaram o que era uma versão extraordinariamente torta do seu dedo médio.

- O que é que se passa? - Disse ela, embora soubesse.

- Vamos para a clínica, anda.

Enquanto ele a levava para fora do ginásio, ela olhou por cima do ombro. Anslam estava a dar uma luta dos diabos a Boone, e isso surpreendeu-a. Peyton estava sentado, a colocar gelo no ombro, a olhar para ela como se quisesse saber o que raio se estava a passar. Novo e Axe estavam a rodear-se um ao outro, o Irmão Tohr a dar instruções.

- Vais ficar bem - disse Rhage enquanto abria a pesada porta para ela. - Vais voltar num instante.

Ela disse uma espécie de «pois» quando eles chegaram ao corredor - e ela sabia que ele estava certo. Desde que ela não olhasse para o dígito, a dor não era má.

- Vocês só têm mais uma hora esta noite, depois vamos deixar-vos ir embora - disse o Irmão quando chegaram a uma das portas giratórias da clínica médica. - E amanhã vão estar na sala de aula a maior parte do tempo.

Mais um «pois».

- O Craeg já se foi embora?

- Ele ainda está a ser tratado.

A sala de exames era revestida de azulejos do chão ao tecto e estava cheia de armários de vidro em aço inoxidável, equipamento médico que valia uma fortuna e todo o tipo de ecrãs de computador. No centro havia uma mesa enorme sob um lustre com luzes redondas o suficiente para transformar a meia-noite em meio-dia numa área de vários metros.

Um homem alto, de cabelo escuro, virou-se do que parecia ser a imagem de uma radiografia de um joelho. Vestido com um uniforme cirúrgico azul e uma bata branca, parecia muito grande, muito largo... e muito não-vampiro. 

- Ei, o que é que temos aqui?

Paradise deu um passo atrás. Não conseguiu evitar.

- Sim, sou um desses gajos - disse o homem enquanto mostrava os dentes que não tinham caninos proeminentes. - Mas está tudo bem, prometo.

Rhage aproximou-se e deu um aperto no ombro do homem.

- Grande cirurgião. Um tipo fantástico. Jogador de póquer tragicamente proficiente, mas pelo menos é péssimo no bilhar. Apresento-te Manny Manello, o Médico.

- Então, o que é que se passa?

- Dedo deslocado - disse o Irmão.

Ambos os machos - bem, o macho e o homem - olharam para ela.

Paradise limpou a garganta - e tencionava dizer «Sim, o meu dedo está...». Em vez disso, disse:

- Nunca tinha visto um humano de perto.

O Dr. Manello sorriu, esticou os braços e fez uma volta lenta.

- Não é assim tão diferente de ti. E eu estive na Casa de Audiências algumas vezes enquanto estavas a trabalhar.

Ela não tinha reparado na altura, provavelmente porque estava tão concentrada no seu trabalho - e rodeada por outros vampiros.

- Eu não quero faltar ao respeito - sussurrou ela.

- Não me sinto ofendido. Eu tive uma reacção pior quando soube que vocês existiam, acredita. - Quando ela olhou para ele com surpresa, ele encolheu os ombros. - Na minha cultura, os vampiros são os vilões. Tu sabes, presas, sugadores de sangue, toda aquela coisa do Dia das Bruxas.

Ela olhou para as feições dele, e ficou surpreendida por descobrir que ele era bonito - e parecia inteligente, também. Não era nada parecido com uma ratazana sem cauda.

- Ele já me operou doze vezes - Rhage interrompeu.

- Treze. Voltámos a tratar do teu ombro na semana passada.

- Esqueci-me. - Quando Paradise olhou para o Irmão, ele encolheu os ombros. - Perco a conta. Merdas acontecem.

Respirando fundo, Paradise apresenta a mão magoada. 

- Isto vai doer? Quero dizer, o que vai ser preciso fazer?

O Dr. Manello sorriu novamente e pegou na mão que ela estendeu tão ao de leve que ela mal conseguiu sentir o seu toque.

- Prazer em conhecer-te, Paradise. Não te preocupes, vou tratar muito bem de ti.

***

E quem diria, ele fez mesmo isso.

Depois de Rhage ter saído para voltar a dar aulas, o Dr. Manello fez uma radiografia, mostrou-lhe que não havia nada partido, anestesiou a zona e voltou a colocar o dedo médio no sítio.

- Não vais ter de usar esta tala durante muito tempo - disse ele enquanto envolvia o dedo dela com um revestimento de metal almofadado que prendeu com tiras de pano branco pegajoso. - Vocês curam-se tão bem que ainda me surpreende.

Quando ele se afastou, ela olhou para o seu trabalho.

- Muito obrigada.

- Estás fora de serviço durante o resto da noite. Tu e o Peyton podem ficar na secção das macas.

Bateram na porta à esquerda.

- Entra - disse ele enquanto se dirigia a um caixote vermelho e tirava as luvas cirúrgicas azuis brilhantes. - Sei que já conheces a Ehlena, a nossa enfermeira. - O homem franziu o sobrolho perante a expressão tensa da fêmea. - Ele ainda está a recusar?

A enfermeira fechou o painel atrás dela antes de responder.

- Ele mandou as Escolhidas embora.

O Dr. Manello murmurou uma imprecação.

- Eu não vou dar-lhe alta se ele não se alimentar.

- Estão a falar sobre o Craeg? - Paradise perguntou. - É sobre o…

O homem sorriu e falou por cima dela.

- Então, já acabámos aqui. Porque é que não voltas para o ginásio? Vocês devem estar quase a acabar por hoje.

- Eu alimento-o - disse ela com aspereza. - Se ele precisar, eu alimento-o.

O quê? Mas que raio. Estava. Ela. A fazer.

Como filha de uma Família Fundadora, não era suposto ela dar a sua veia a ninguém. Nunca. Isso era apenas para o seu pretendido companheiro. E se ela própria precisasse de se alimentar, tinha de ser na companhia de um parente seu do sexo masculino e com várias testemunhas.

Se ela fizesse isso por ele, era o mesmo que perder a virgindade antes da noite de acasalamento.

- Não te preocupes - disse o Dr. Manello. - Nós tratamos do assunto.

Paradise foi levada para o corredor e, quando a porta se fechou atrás dela, conseguiu ouvir os dois a falar em voz baixa.

Volta para o ginásio, disse a si própria. Vai para lá, agora. Volta para a aula e...

Olhando em volta, descobriu que estava sozinha no corredor, ninguém a entrar ou a sair, nenhum som de passos ou vozes.

Ela devia mesmo juntar-se aos outros.

Só que assim que teve essa ideia, os seus pés viraram-na para a esquerda e levaram-na para longe do local onde se ensinava o combate corpo a corpo. Ao descer para a porta ao lado, encostou o ouvido aos painéis fechados e escutou.

Respirando fundo, apanhou o odor de Craeg.

Ele estava lá dentro.

Certo, ela precisava mesmo de voltar para o...

A mão dela empurrou a porta e ela espreitou para dentro - e lá estava ele, deitado em lençóis brancos numa enorme cama de hospital que, apesar de tudo, conseguia diminuir. Os seus olhos estavam fechados e a sua respiração era superficial. A sua pele era... não muito diferente daqueles lençóis branqueados - excepto pelas incríveis nódoas negras na cara, na garganta, em... todo o lado. E depois havia a manta de retalhos de ligaduras que cobria o pior dos golpes de lâmina.

Entrando no quarto, ela forçou a porta a fechar mais rápido do que queria e esperou que ele olhasse.

- O que foi? - Disse ele sem abrir os olhos.

Ela foi até a cama - e ficou a imaginar se algum dia ficaria perto do macho sem que o seu coração disparasse.

- Porque é que não te estás a alimentar? - Exigiu ela.

- Porque é que me estás a incomodar?

- Recusaste uma Escolhida?

- Porque é que não estás na aula?

- Magoei-me, não posso.

Isso fez com que ele virasse a cabeça e abrisse os olhos.

- Estás bem?

- Eu mostrava-te, mas isso ia significar mostrar-te um pirete.

- Deste-me um pontapé nos tomates, lembras-te? Achas que estou preocupado com o teu dedo?

- E não seria a primeira vez, também. Acho que te atirei um a ti e a Peyton no corredor.

- Depois da injecção que levei nas bolas, a minha memória está confusa.

Ela queria sentar-se na beira da cama, mas tinha medo do que estava a propor.

- Podes tomar a minha veia, podes mesmo.

Craeg olhou para ela por um momento.

- Posso fazer-te uma pergunta?

- Por favor.

- Nasceste numa família de salvadores? Está-te no sangue ou assim? Porque eu nunca conheci uma chata como tu, e essa coisa da Madre Teresa não se aprende. O mundo é um lugar demasiado desagradável para isso.

- Eles não te vão deixar ir para casa.

- Eles não me podem manter aqui.

Ela riu-se.

- É a Irmandade. Tenho a certeza de que ninguém vai sair daqui sem a permissão deles.

Ele grunhiu e ficou em silêncio.

- Vá lá, vai fazer-te sentir melhor. - Ela levantou o pulso esquerdo. - E vai ajudar-me a sentir menos culpada pelo... pois.

- Sabes que recusei uma Escolhida, certo?

Paradise revirou os olhos.

- Tens uma maneira estranha de ser um idiota quando te sentes ameaçado. Vens de uma família de idiotas ou o mundo mau ensinou-te a proteger-te assim?

- O mundo mau matou a minha família toda. Dois deles à minha frente. Por isso, sim, pode dizer-se que é um comportamento aprendido.

Paradise deixou cair o braço e olhou para baixo.

- Eu lamento. Eu não...

- E além disso, não tens medo que eu faça algo que não deva?

- Desculpa?

- Tu viste o que aconteceu quando me bateste no ginásio. Sabes exactamente do que estou a falar.

Paradise sentiu o seu corpo a começar a aquecer - e foi então que ela assumiu, pelo menos para si própria, que tinha vindo aqui para oferecer a sua veia porque queria mais daquilo... o que quer que fosse... com ele. Aquela ligação. Aquela ... carga eléctrica.

Aquele ardor sexual.

E se havia uma forma segura de o conseguir? Era oferecer a veia a um macho esfomeado: Ela podia ser virgem, mas não era assim tão ingénua.

- Gostas de brincar com fogo, rapariga? - Rosnou ele. - Porque se continuas a olhar para mim dessa maneira, vou levar-te até ao chão.

Ela sabia, sem abrir os lábios, que a sua voz estava perdida. Então, como resposta, ela simplesmente, e em silêncio, ofereceu o seu pulso.

Quando ele não o aceitou, ela aumentou a aposta levando-o à boca e mordeu a carne com as suas próprias presas.

Isso fez o efeito pretendido.

Quando o cheiro do sangue dela se espalhou pelo ar, os olhos dele reviram-se para dentro e o seu corpo agitou-se sob os finos cobertores que o cobriam, as ancas a rebolar, as pernas a mexer.

- Aceita o meu pulso - disse ela em voz baixa. - Vai ajudar-te.

A mão dele disparou e agarrou-lhe o antebraço com força, puxando a veia dela para ele. Mas antes de a atacar, olhou para ela com olhos selvagens.

- Vais ter de gritar a pedir ajuda.

- Porquê? - Suspirou ela.

- Agora mesmo. Grita!

Só que ele não esperou que ela respondesse. Puxou-a para si; depois, com um rosnado feroz, atacou-lhe a pele, apesar de ela já lhe ter aberto o acesso. Quando ele começou a chupar com grandes puxões, ela sentiu uma carga erótica por todo o corpo. Abrindo a boca para poder respirar, apoiou a mão na cama e segurou-se, equilibrando-se no precipício de cair para cima dele. A sua mente tinha desaparecido, ela não era nada mais do que instinto, e o seu corpo sabia exactamente o que queria - pele nua sobre pele nua, a parte mais erótica dele no seu âmago, a bombear... a vir-se.

A virgindade dela que se lixasse.

Literalmente.

E ele estava a pensar a mesma coisa. Enquanto se alimentava, os seus olhos percorriam-lhe o rosto, a garganta, os seios - e algo se passava debaixo dos lençóis, as suas ancas moviam-se, o seu tronco arqueava-se, a sua expressão era de dor, como se estivesse a sofrer com o desejo.

Não, ela não ia pedir ajuda.

Era, claro, uma loucura completa, mas isso não parecia importar… e, vagamente, no fundo da sua mente, ela teve um pensamento de que era por isso que a alimentação era tão vigiada para as mulheres da sua classe: Não ia haver absolutamente nenhum pedido de ajuda. Ela não queria ajuda porque não tinha qualquer interesse em impedir o que ia acontecer a seguir - este momento quente e selvagem não tinha nada a ver com o facto de ela pertencer a uma Família Fundadora. Não tinha nada a ver com a mansão em que vivia com o pai ou com o dinheiro em todas aquelas contas bancárias. Não tinha nada a ver com posição social ou status.

Era cru e honesto, apenas entre os dois.

E isso tornava-o... belo.

Porque era real.

---

Que estão a achar da Paradise e do Craeg?

Vemos-nos na próxima semana!

Fiquem bem, 
Sunshine ;)

0 comentários:

 

Instagram

Facebook