A HISTÓRIA DO FILHO - Parte 4


A Viviana Pereira (acertei no nome) fez perguntas acerca desta história. Infelizmente não há respostas... E ainda bem que estás a gostar. Espero que não tenhas uma desilusão hoje :(

Relativamente à dúvida dos Spoiler Gourmet, Qhuinn declara-se a Blay. É tudo dito em voz alta e Blay não precisou que ele repetisse. (Gostaste, não foi, Alex Nason?)

E sim, tentarei traduzir uma cena hot hot hot com os dois... Só não sei quando. (E aposto que com esta há mais gente a gostar...)

Para já, mais um capítulo (que está a aquecer... Hoje já tem uma bolinha vermelhinha). E estou muito insegura relativamente à tradução que fiz. Considerem que ando nos treinos, a preparar-me para traduzir uma coisa que envolve a língua do Blay e o pírcingue da glande do Qhuinn... ou do Vishous com uma vela preta... Ui, acho que chegamos ao verão... o calor veio de repente... as estações andam todas trocadas!






CAPÍTULO 4


 Claire despertou com o som do chuveiro. Levantou-se, pôs os pés no chão e decidiu explorar enquanto Michael estava ocupado. Levantou a vela e caminhou em direção à escrivaninha. Ou ao menos para onde pensava que estava a coisa.
A tíbia foi a primeira a encontrá-la, bateu com ela numa perna maciça. Com uma praga, inclinou-se e esfregou o que sem dúvida se converteria num roxo terrível. Malditas velas. Avançou com mais cuidado, continuou à procura da cadeira em que ele tinha estado sentado e baixou a quase imprestável luz para ver no que tinha estado a trabalhar.
— Ó meu Deus —sussurrou.
Era um retrato dela. Um assombrosamente preciso e francamente sensual retrato dela a olhar diretamente para fora da página. Mas ele nunca a tinha visto. Como é que sabia…
— Por favor afaste-se disso —disse Michael da casa de banho.
— É lindo. — inclinou-se mais sobre a mesa, viu uma grande quantidade de desenhos diferentes, todos contemporâneos. O que a surpreendeu—. São todos lindos.
Havia bosques e flores distorcidos. Vistas panorâmicas da casa e dos jardins Leeds que eram surrealistas. Representações dos compartimentos da mansão que eram todas um pouco livres no estilo mas também visualmente atraentes. Surpreendeu-a que fosse um modernista, dada a formalidade ao falar e às maneiras antiquadas…
Estremecendo, voltou a olhar para o desenho. Era um retrato clássico. Com um realismo clássico.
As suas outras obras, na verdade, não representavam um estilo. As representações estavam enviusadas porque não tinha visto o que estava a desenhar há cinquenta anos. Fazia tudo com recurso a uma memória que não refrescava há décadas.
Levantou o seu retrato. Tinha sido feito com amor, cuidadosamente representado. Era um tributo a ela.
— Gostaria que não visse nada disso — disse, junto ao ouvido.
 Ofegou e virou-se rapidamente. Quando o coração acalmou, pensou: raios, como cheira bem.
— Porque é que não queres que os veja?
— É pessoal.
Fez-se uma pausa enquanto ela ficou a pensar numa coisa.
— Desenhaste as outras mulheres?
— Deveria voltar para a cama.
— Desenhaste?
— Não.
Isso era um alívio. Por razões que não sabia precisar.
— Porque não?
— Elas não… me pareceram agradáveis À vista.
Sem pensar, perguntou:
— Estiveste com alguma delas? Tiveste sexo com elas?





Tinha deixado o chuveiro a correr e o som da água corrente a bater no mármore quebrava o silêncio.
— Responde.
— Não.
— Disseste que não terias sexo comigo. É porque não… consegues fazê-lo com humanas?
— É uma questão de honra.
— Sendo assim os vampiros… fazem sexo? Refiro-me a que podem fazê-lo, não podem? — Bem, porque é que estava a ir por esse caminho? Cala-te Claire…
— Sou capaz de me excitar. E posso… masturbar-me.
Teve de fechar os olhos quando o imaginou na cama gloriosamente nu, com o cabelo solto à volta. Viu uma daquelas mãos largas e compridas envolta ao redor de si mesmo, acariciando o membro para cima e para baixo até se arquear no colchão e…
Ouviu-o inspirar profundamente e dizer:
— Porque é que isso te atrai ?
Jesus, tinha os sentidos muito apurados. E como poderia ser de outra maneira?
Embora não era como se precisasse de saber pormenores acerca do que a excitava.
— Alguma vez estiveste com uma mulher?
A cabeça encurvada abanou de um lado para o outro.
— A maioria delas temiam-me e estavam no seu direito. Recuavam na minha presença. Especialmente enquanto me… alimentava delas.
Pensou no que sentiria se só entrasse em contacto com pessoas que pensassem que ela era horrível. Não era de estranhar que fosse tão contido e se sentisse envergonhado.
— Com aquelas que não me achavam… repugnante — disse —, com aquelas que se acostumaram à minha presença, que não se negaram… faltou-me vontade. Não as achei atraentes.
— Alguma vez beijaste alguém?
— Não. Agora responda à minha pergunta. Porque é que se excita ao pensar em mim… a masturbar-me?
— Porque eu gostava de… - te ver. -  Penso que deves ficar fantástico quando o fazes. Penso que… és fantástico.
Ele ficou sem ar.
Quando, durante um longo tempo, não se ouviu mais do que o som do chuveiro, ela disse:
— Acho que te horrorizei.
— Acha-me agradável à vista?
— Sim.
— Sinceramente? — Sussurrou.
— Sim.
— Sinto-me feliz. — As correntes arrastaram-se pelo chão quando deu a volta e regressou à casa de banho.
— Michael?
Os elos de metal continuaram a arrastar-se.
Foi para a cama e sentou-se aos pés. Ficou a segurar a vela com ambas as mãos enquanto ele tomava banho. Quando a água deixou de correr e finalmente saiu, disse-lhe:
— Também queria tomar um banho.
— Fique à vontade. — A água regressou, como se ele a tivesse feito correr com sua própria vontade—. Asseguro-a de que terá privacidade.
Entrou na casa de banho e deixou a vela sobre o lavatório. O ar estava quente e húmido do duche que ele tinha tomado, cheirava a sabonete e a especiarias. Tirou a camisa e a roupa interior, meteu-se debaixo do chuveiro, a água caía sobre o corpo, molhava-lhe o cabelo e limpava-lhe a pele.
Sentia-se espantada pela falta de compaixão que ele tinha recebido nas últimas cinco décadas. Pela crueldade de ter de raptar as companhias, violar-lhes os direitos, para que ele pudesse sobreviver. Pelo tempo do encarceramento passado e que continuaria a menos que fosse libertado. Pelo facto de que nem sequer soubesse que era bonito.
Odiava que ele tivesse vivido sozinho toda a vida.
Saindo do duche, secou-se, voltou a pôr a camisa, e colocou as cuecas e o sutiã no bolso.
Quando saiu da casa de banho, perguntou:
— Michael, onde estás? - Entrou pelo quarto dentro. — Michael?
— Estou na escrivaninha.
— Podias acender alguma luz?
As velas flamejaram instantaneamente.
— Obrigada. — Olhou-o fixamente enquanto ele se mexia para ocultar o que tinha estado a desenhar—. Vou-te levar comigo — disse.
Levantou a cabeça, e pela primeira vez, também os olhos. Deus, a forma como brilhavam era incrível.
— Perdão?
— Quando Fletcher me vier buscar, vou fazer com que saias daqui. — O mais provável era que o conseguisse batendo no mordomo com o mesmo candelabro que nesse momento tinha na mão—. Vou encarregar-me dele.
— Não! — Michael pôs-se em pé de um salto—. Não deve interferir. Deve sair da mesma forma como chegou, sem violência.
— Uma merda se te deixo aqui. Isto não se faz. Está tudo errado. É mau para as mulheres e é mau para ti e é tudo culpa da tua mãe. E do Fletcher também.
E era assim que poderia corrigir as coisas. Essa mulher e o brutamontes do mordomo deviam ser postos atrás das grades: Claire não queria saber que idade tinham. Infelizmente, entregá-los à polícia por manter um vampiro acorrentado na cave não era exatamente com o que gostaria de lidar quando estivesse a tentar fazer com que prendessem uma das cidadãs mais proeminentes de Caldwell.
Seria o inferno conseguir que a compreendessem. Assim, libertá-lo era a melhor forma.
— Não posso permitir que resista —Disse ele.
— Não queres sair daqui?
— Vão magoá-la. — Os olhos sérios—. Prefiro ficar encerrado aqui o resto da minha vida a que lhe façam mal.
Pensou na força sobrenatural de Fletcher, dada a idade. E no facto de que ele e a menina Leeds terem raptado mulheres durante cinquenta anos e nunca terem sido descobertos. Se Claire desaparecesse porque eles a mataram, seria difícil justificarem-se, mas podia-se fazer desaparecer corpos. Claro que a sua assistente sabia para onde tinha ido, mas a menina Leeds e o Fletcher eram, sem dúvida, suficientemente hipócritas para fazer toda a gente de lorpa. Além disso tinham as chaves do carro de Claire e o testamento assinado. Podiam desfazer-se do carro e afirmar, caso lhe acontecesse alguma coisa, que eles não tinha nada a ver com o assunto.
Caramba… Ficou surpreendida por terem-na escolhido pelo simples facto de ser assertiva. Na verdade, ela comportou-se sempre de forma tão delicada quando estava com a menina Leeds… E ela supôs que era um alvo aceitável, uma mulher solteira a viajar sozinha no último fim de semana ocupado do verão.
Era evidente que tinham um Modus Operandi que tinha funcionado durante cinco décadas. E iam tentar defender-se. Pela força, a ver pelo medo de Michael.
Ia precisar de ajuda para o tirar dali. Talvez pudesse fazer com que ele… não, provavelmente ele não seria o tipo de ajuda de que necessitava, dada a lavagem cerebral que lhe fizeram. Merda… ia ter que o vir buscar e sabia quem trazer. Tinha amigos na polícia, do tipo que estaria disposto a deixar o crachá na gaveta e a conservar a arma no coldre. Do tipo que se encarregaria de uma cena de crime complicada.
Do tipo que se encarregaria de Fletcher enquanto ela se encarregava de Michael.
Ia regressar para o vir buscar.
— Não — disse Michael—. Não se recordará. Não poderá voltar.
Uma onda de fúria inundou-a. Que obviamente pudesse ler os pensamentos não a enfurecia tanto quanto a ideia de que ele pudesse impedir que ela o ajudasse… embora o fizesse por querer protegê-la.
— Eu hei de me lembrar.
— Retirarei as suas lembranças…
— Não, não o vais fazer. — levou as mãos às ancas—. Porque vais jurar pela tua honra, aqui mesmo e agora, que não o vais fazer.
Soube que tinha triunfado porque pressentia que ele não lhe podia negar nada. E confiava plenamente no facto de que, se prometesse que não interferia com as suas lembranças, ele cumpriria a promessa.
— Jura. — Permaneceu calado, afastou os cabelos molhados do rosto. - Isto tem de acabar. Não está correto em muitos aspectos e desta vez a tua mãe escolheu mal a gaja para fechar aqui contigo. Vais sair daqui e sou eu que te vou tirar.
 O sorriso que lhe dedicou era melancólico, apenas uma pequena elevação da boca.
— Uma guerreira.
— Sim. Sempre. E às vezes pareço um exército inteiro. Agora dá-me a tua palavra.
Passeou a vista pelo quarto com a vontade estampada na expressão, fixava os olhos como se estivesse a tentar ver, através das paredes de pedra, a terra e o céu que estavam tão longe.
— Não sinto o ar fresco há… muito tempo.
— Deixa-me ajudar-te. Dá-me a tua palavra.
Olhou para ela. Tinha olhos bondosos, inteligentes e quentes. O tipo de olhos que se queria num amante.
Claire parou porque ser Boa Samaritana não incluía dormir com ele. Embora… que noite havia de ser. Sem dúvida, aquele corpo enorme era capaz de…
Chega.
— Michael? A palavra. Agora.
Ele deixou pender a cabeça.
— Prometo.
— O quê? O que é que prometes? — A advogada que existia nela tinha de ouvir algo específico.
— Que a deixarei intacta.
— Não é suficientemente claro. Intacta pode significar fisicamente ou mentalmente. Diz: «Claire, não te tirarei as lembranças que tens de mim nem desta experiência.»
— Claire… que lindo nome.
— Não fujas ao assunto. E olha para mim enquanto falas.
Pouco depois, os olhos dele ergueram-se até aos dela e não pestanejou nem os afastou.
— Claire, não te tirarei as lembranças que tens de mim nem do que acontecer.
— Muito bem. — foi para a cama e estendeu-se sobre a colcha de veludo. Enquanto arranjava as lapelas do robe, ele afundou-se na cadeira.
— Pareces exausto — disse às costas—. Porque é que não vens encostar-te aqui? Esta cama é mais do que suficientemente grande para os dois.
Apoiou os braços nas coxas.
— Isso não seria apropriado.
— Porquê?
Baixou a intensidade da luz de todas as velas.
— Dorme. Mais tarde irei ter contigo.
— Michael? Michael?
Repentinamente inundou-a uma onda de exaustão. Enquanto tudo escurecia, teve o fugaz pensamento de que ele tinha imposto a sua vontade sobre ela.
Claire despertou no meio de uma escuridão total, com a sensação de que ele se erguia sobre ela. Estava na cama, como se a tivessem colocado entre os lençóis.
— Michael? — Como não respondeu, perguntou—: É hora de te…?
— Ainda não.
Não disse mais nada mas também não se mexeu, pelo que ela sussurrou:
— O que foi?
— Disseste a sério?
— O de te tirar daqui?
— Não. Quando me pediste para… me deitar contigo?
— Sim.
Ouviu-o respirar profundamente.
— Então posso… fazer-te companhia?
— Sim.
Afastou os lençóis, a arranjar espaço, enquanto o colchão se afundava profundamente debaixo do seu grande peso. Mas em vez de se deitar por baixo deles, permaneceu sobre a colcha.
— Não tens frio? —perguntou ela—. Cobre-te.
A dúvida não a surpreendeu. O facto de que erguesse os lençóis sim.
— Eu deixo o robe.
A cama oscilou quando se mexeu e o som das correntes provocou-lhe um calafrio, recordando-a de que estavam ambos presos. Mas rapidamente sentiu o cheiro das especiarias no escuro e só pôde pensar em abraçá-lo. Aproximou-se, tocou-lhe no braço. Quando ele se mexeu bruscamente e depois se acalmou, deu-se conta de que tinha decidido estar com ele.
— Tiveste muitos amantes? — Perguntou ele.
Ele sabia o que ela queria. E tinha a sensação de que ele se aproximou porque também queria o mesmo. De qualquer forma, não tinha a certeza de como havia de responder à pergunta sem fazê-lo sentir inseguro.
— Tiveste? — Pressionou.
— Alguns. Não muitos. — Tinha estado sempre mais interessada em ganhar numa mesa de negociações do que em sexo.
— E a primeira vez? Como foi? Estavas assustada?
— Não.
— Oh.
— Queria acabar com aquilo. Tinha vinte e três anos… comecei tarde.
— E isso é tarde? — Murmurou—. Que idade tens agora?
— Trinta e dois.
— Quantos? — Agora a voz era uma exigência masculina, uma imposição. E gostava do contraste com a sua disposição sempre bondosa.
— Só três.
— Eles … agradaram-te?
— Às vezes.
— Quando foi a última vez? — As palavras foram pronunciadas rapidamente e em voz baixa.
Estava com ciúmes, o que não deveria tê-la feito feliz, mas fez. Queria que se sentisse possessivo, porque o desejava.
— Há um ano.
Ele exalou como se se sentisse aliviado, e no silêncio que se seguiu, ela ficou curiosa.
— E quando foi a última vez que te… aliviaste a ti próprio?
Fez-se um nó na garganta e tinha a certeza absoluta de que corou.
— No duche.
— Agora mesmo? — Perguntou surpreendida.
— Foi há horas. Ou ao menos parece. — Tossiu um pouco—. Depois de ter ido ter contigo. Bem, enquanto estava contigo, senti-me… necessitado. Para resistir, tive de te deixar e é por isso que não te selei adequadamente. Tinha medo de… de te tocar.
— E se eu quisesse que o fizesses?
— Não vou ter sexo contigo.
Apoiou-se num cotovelo.
— Acende uma vela. Preciso de te ver a cara enquanto falamos.
As velas cintilaram dos dois lados da cama.
Estava de costas, com as pálpebras cerradas, o cabelo vermelho e negro formava um grande mar de ondas sobre a almofada branca.
— Porque não olhas para mim? — Perguntou-lhe —. Caramba, Michael. Olha para mim.
— Olho para ti a todo o momento. Quando as luzes estão apagadas, fico a observar-te. Olho-te fixamente.
— Então abre os olhos agora.
— Não posso.
— Porquê?
— Porque dói.
Claire percorreu-lhe o braço com a mão. Os músculos debaixo da pele esticaram-se, os bíceps grossos e bem definidos, os tríceps bem delineados.
— Não devia doer quando olhas para uma pessoa — disse.
— Para mim é muito perto.
Permaneceu em silêncio durante um instante.
— Michael, vou-te beijar. Agora. — Quando se deu conta da exigência que estava contida na voz, acalmou-se um pouco. Não queria forçá-lo—. Isto é, se estiveres de acordo. Podes dizer que não.
Pôde sentir como lhe tremia o corpo, o estremecimento subtil transmitia-se através do colchão.
— Eu quero. Acho até que me vou afogar de tanto querer. Mas tu já sabes, não sabes? Sabes que foi por isso que me aproximei de ti.
— Sim, eu sei.
Riu-se um pouco.
— E é por isso que te quero tanto. Sabes como sou e não tens medo de mim. E foste a única que pensou em me libertar.
Ela aproximou-se e os ardentes olhos azuis voltaram-se para ela.
— Levanta a cabeça — pediu. Quando o fez, estendeu a mão e libertou o cabelo da tira de couro. Estendendo-o completamente, maravilhou-se com a sua beleza, o peso e as incríveis cores. Olhou-o nos olhos e começou a baixar a boca para a dele.
As pálpebras abriram-se, tinha o olhar espavorido.
Parou.
— Porque estás assustado? — Perguntou, acariciando-lhe o cabelo.
Abanou a cabeça, impaciente.
— Beija-me só.
— Diz-me porquê.
— E se não gostares?
— Vou gostar. Já gosto. — Para o acalmar, baixou a cabeça e pressionou levemente os lábios contra os seus: depois acariciou-lhe a boca. Meu Deus, ele era veludo. Era quente. Era desejo.
Especialmente quando gemeu. O som foi totalmente masculino e de uma sensualidade absoluta e o corpo respondeu derretendo-se no meio das pernas.
Para fazer com que abrisse os lábios, lambeu-o, perdendo-se na sensação da suavidade na suavidade, da respiração na respiração. Quando ele abriu, insinuou-se, encontrou a rigidez do esmalte dos dentes da frente, e afundou-se mais. Acariciou-lhe a língua e sentiu que o peito dele se elevava bruscamente.
Preocupada por ter ido depressa demais, longe demais, ela separou-se.
— Queres parar…?
O rosnado pareceu sair do nada e ele deslocou-se tão depressa que não conseguiu seguir a direção do movimento.
 O quarto girou quando a virou, colocou-a de costas contra a cama e depois sentou-se em cima dela, um animal macho enorme que não a assustava minimamente. Ele inclinou-se e o peso do peito comprimiu o dela e as pernas dele prenderam-lhe as ancas. Quando aproximou o rosto do dela, respirava com dificuldade, os olhos brilhavam mesmo.
— Preciso de mais —exigiu—. Outra vez. Com mais força. Agora.
Claire recuperou rapidamente e levantou a cabeça da almofada, fundindo as bocas. Ele correspondeu, forçando-a para baixo, aprofundando o contato. E aprendia depressa. Numa penetração suave, a língua dele entrou na sua e ela elevou-se por baixo ele.
Com as pernas a prendê-la, não conseguia sentir a ereção. E queria senti-la, precisava de.
 Separou a boca da dele.
— Coloca-te entre as minhas pernas. Deita-te no meio.
Ele ergueu-se e olhou para os corpos, depois usou o joelho para a abrir e fundir-se nela.
— Ó, Deus — gemeu Claire enquanto ele exalava. A ereção era quente, e sólida e sentia-a através da seda que ambos usavam. E era enorme.
— Diz-me o que devo fazer — pediu —. Diz-me…
Levantou os joelhos e inclinou a pelvis, embalando-o para o seu centro.
— Roça-te em mim. Os quadris. Mexe-os.
Ele fê-lo até que ambos estavam a arfar e a gemer e a cabeça dele enterrou-se no pescoço dela. A seda era um condutor, não um obstáculo, aumentava as sensações. E possivelmente também devido às circunstâncias, porque aquilo era como uma fantasia, Claire deixou-se ir, permitindo-se por uma única vez sentir e nada mais. Não pensou em nada exceto nos contornos do corpo dele contra o seu e na forma como os movimentos eram absorvidos pelo seu núcleo e no incrível aroma que emanava dele e no calor do sexo.
 Quando se afastou, estava pronta para o receber em si. Especialmente quando disse:
— Quero ver-te.
— Então despe-me.
 À medida que ele se levantava, roubou-lhe o fôlego. O cabelo derramava-se à sua volta em gloriosas ondas que captavam e amplificavam o brilho das velas. O rosto era demasiado bonito para ser real. E entre os quadris, uma faminta e orgulhosa ereção dilatava-se por trás da seda vermelha.
— Tu és um sonho —disse ela.
 As mãos tremiam-lhe quando abriu o nó da camisa e lentamente separou as duas partes. Agarrou nas lapelas e deslizou-as para trás, revelando.lhe os seios.
Enquanto a apreciava, ela notou que ele estava a emitir um som estranho como o ronronar de um gato.
— És… resplandecente — disse, com os olhos cheios de admiração e assombro—. Posso tocar-te?
 Quando assentiu, estendeu uma das suas mãos de dedos compridos. Acariciou o lado inferior de um seio e dirigiu-se para a coroa tensa e rosada. No instante em que tocou no mamilo, ela arqueou-se e fechou os olhos. O toque dele era como uma chama, leve e fazia-a arder.
— Beija-me — pediu ela, puxando-o pelos ombros para o poder puxar para os seios. Quando el se dirigiu à boca, deteve-o—. Desta vez no meu peito. Beija-me aí. Por toda parte. Leva-os à boca e envolve os mamilos com a língua.
Michael baixou-se lentamente sobre o corpo dela até ficar com os olhos à altura de um dos mamilos. A expressão era, por um lado, luxúria animal, como se quisesse devorá-la e, por outro, sedução e gratidão sentida.
Acariciou-a com o nariz e cobriu-lhe os lábios. Quando ela estremeceu e uniu as pernas à volta das costas dele, sugou suavemente, a conhecer o corpo dela, com calma. Impaciente, a precisar de mais, ela enredou as mãos no cabelo e levou-o a usar mais força.
Ele não precisava de muito estímulo.
 Sexualmente falando, a sua inclinação natural era a de dominar. Ela podia ter começado como professora, mas a partir daí ele comandou as coisas, conduziu o encontro, levou os dois ao auge. Ele observava-a enquanto a mordia, com olhos famintos e ávidos de satisfação de macho quando ela se contorcia por baixo dele. E então voltava a beijá-la e segurava-lhe as ancas com as mãos para poder sentir a ereção contra ela.
Na opinião dela, tinham chegado a um ponto de onde já não podiam voltar atrás e estava prestes a dizê-lo quando ele se afastou.
Tinha a boca aberta, as presas visíveis. Foi quando teve um orgasmo.
Convulsionou-se debaixo do seu corpo, apertou as coxas em volta dos quadris dele, o interior a pressionar, a procurar mais mesmo enquanto se libertava.
 Estava vagamente consciente quando a expressão dele se transformou numa de surpresa. O que fazia bastante sentido porque ela estava a gritar incoerências e cravava-lhe as unhas.
Quando se acalmou, focou a vista.
— Estás bem? — Perguntou ele.
— Deus… sim. — Tinha a voz rouca.
— De certeza? O que aconteceu?
— Tive um orgasmo. — Ele franziu o sobrolho como se estivesse a pensar se isso era bom—. Foi fabuloso.
— Podes repetir?
Deus, mal podia esperar.
— Contigo? Claro.
 O sorriso foi sincero, nada mais do que um generoso e afetuoso gesto daquela incrível boca.
— Quero que o tenhas outra vez. És linda quando isso acontece.
— Então toca-me entre as pernas —sussurrou contra seus lábios—. E eu tenho-o.
Michael rolou de cima dela enquanto depositava beijos sobre os seios como se odiasse deixá-los. Estendeu a mão e deslizou-a pelo estômago abaixo, abrindo a camisa completamente.
Ela teve um momento de preocupação. Não tinha nem ideia de como reagiria perante o seu corpo nu.
Ele inclinou a cabeça enquanto a seda lhe escorregava pelo corpo.
— Tens pêlo ali.
— Tu não?
Negou com a cabeça.
— Eu gosto do teu — murmurou, passando os dedos muito levemente —. É tão suave.
— Há algo que é ainda mais suave.
— Há?
Ela abriu mais as pernas e levou-o para onde queria que fosse. Ao primeiro contacto, mordeu o lábio e rodou as ancas…
Michael gemeu.
— Estás… molhada.
— Estou pronta para ti.
Levantou a mão e olhou fixamente para os dedos, depois esfregou-os um contra outro.
— É como a seda. — antes de ela conseguir dizer fosse o que fosse, colocou-os na boca. Fechou os olhos e lambeu o que tinha estado a tocar.
O que a levou ao clímax outra vez.
— Michael…
E nesse instante chegou o pequeno-almoço.


8 comentários:

Viv disse...

Gostei da tradução XD
O pequeno almoço é que teve um mau timing XD

Marg2 disse...

Olá

És mesmo uma querida por estares a traduzir e a partilhar esta história, eu estou a adorar
Obrigada
M.V.

Alex Nason disse...

«E nesse instante chegou o pequeno-almoço.» ??

Isso não se faz xDD
Ai amei :o
Mal posso esperar pelo próximo capitulo!
Beijinhos

Alex Nason disse...

Se quiseres podes mandar-me o capitulo 5 para eu traduzir...
Infelizmente estou sem trabalho, por isso tempo não me falta e posso sempre adiantar :)
Depois diz qualquer coisa, caso queiras :)
Beijinhos

Alex Nason disse...

Ah! E quanto ao que está lá em cima!
«Relativamente à dúvida dos Spoiler Gourmet, Qhuinn declara-se a Blay. É tudo dito em voz alta e Blay não precisou que ele repetisse. (Gostaste, não foi, Alex Nason?)»

Epa não gostei... AMEI!!! *o*

Margarida disse...

A historia é linda e vocês são umas queridas por terem tanto trabalho a traduzir "coisinhas" boas para nós! Obridada e...por favor não nos deixem em "banho-maria" muito tempo. :)

Margarida disse...

Estou a adorar a história e vocês são umas queridas por terem tanto trabalho a traduzir "coisinhas" tão boas para nós. Obrigada e...não nos façam sofrer muito :)

Margarida disse...

Estou a adorar a história e vocês são umas queridas por terem tanto trabalho a traduzir "coisinhas" tão boas para nós. Obrigada e...não nos façam sofrer muito :)

 

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