E hoje acaba a dita cuja história. Buuu-huuu-huuu! Acabou!
Mas, para que as amantes fieis deste blogue não esmoreçam, ficam desde já a saber que vão ter Qhuinn / Blay a rodos. Estou a preparar, para já, do capítulo 25 ao 28 de Lover at Last.
E prometo que não vou fazer grandes cortes... he he he... isto vai tudo sem censura... Mas, claro, terá que ser a prestações.
Já comecei com o telefonema do Blay (que espero que tenham gostado tanto como eu) e... se se portarem bem... logo à tarde já publico o que Qhuinn fazia enquanto Blay se confessava à mahmen.
EPÍLOGO
Nove anos depois…
— Papá! Vou-te procurar! - Claire olhou através
dos jardins da propriedade Leeds iluminados pela lua e observou como a filha mais
velha, Gabriella, se punha em modo de caça. O cabelo vermelho e negro comprido
até a cintura parecia uma capa na noite, as pernas eram grandes para uma menina
de oito anos. Avançou depressa e silenciosamente para o grupo de árvores de
fruto do jardim das traseiras, a andar pela relva como o pai com fluidez e
graça… como era normal nos vampiros.
Michael materializou-se
por trás da filha e gritou:
— Buu!
Gabriella
deu um salto de quase quatro metros, mas recuperou rapidamente, e aterrou de pé
e saiu disparada atrás do pai, a rir. Apanhou-o, e ambos caíram sobre a relva,
os pirilampos flutuaram sobre a festa de cócegas como se também estivessem a
rir.
— Mamã, acabei — disse uma voz baixa à esquerda.
Claire estendeu a mão e sentiu como a mãozinha do
filho deslizava na dela.
— Obrigada por limpares o quarto.
— Desculpa tê-lo desarrumado tanto.
Pegou no Luke ao colo. Aos seis anos, já era notória
a parecença com o pai e não só no aspeto. Luke ia crescer para se transformar
no que Michael e Gabriella eram. Tinha aversão ao sol; era uma coruja noturna;
e a audição e a visão eram anormalmente agudas. Entretanto, o verdadeiro
indício eram os caninos grandes como os de um adulto que já tinham rompido.
Bom, isso e o facto de que Luke e Michael tinham exatamente o mesmo cheiro, a
especiarias.
Claire beijou a testa do filho.
— Eu já te disse hoje que te amo?
Luke escondeu a cara no pescoço dela, fiel à sua
natureza.
— Sim, Mamã. Quando estávamos a jantar e também disseste
o mesmo ao Papá e à Gabby.
— E mais?
— Ao almoço. — O riso do filho transparecia na
voz, mas estava a tentar dissimulá-lo
— E mais? — Deu-lhe um apertãozinho nas costelas
para o desinibir.
Luke contorceu-se no colo e deixou de fingir que
não ria.
— Ao pequeno-almoço!
Ambos se puseram a rir e ela abraçou o seu
tímido e doce filho enquanto Michael e Gabriella se aproximavam a correr pela relva.
Claire olhou para o marido e sentiu-se invadida
uma onda de respeito e amor. Era absolutamente incrível, tão firme e forte na
sua maneira sossegada de ser, a cuidar dela e dos filhos com gentileza terna.
Também era um amante insaciável e um feroz protetor… como tinha comprovado um
frustrado ladrão uns meses atrás.
Amava-o ainda mais do que o amara nessa manhã,
mas menos do que o amaria amanhã.
— Olá — disse ele, enquanto Gabriella pegava na
mão de Luke e o levava para lhe mostrar os novos botões das rosas chá perto da rotunda.
— Meu amor — murmurou Michael, ao sentar-se na relva
perto dela e atraindo-a para os seus braços—. És linda nesta luz.
— Obrigada.
Não pôde deixar de sorrir, ao pensar que se era
bonita devia-se a ele. Como também a ele se devia o facto de estar mais jovem do
que quando o conheceu, não era só porque tinha deixado de trabalhar dia e noite.
Tinham descoberto, ao partilhar um ou outro momento mais malandro, que ele
gostava que ela o usasse para beber e que o sangue dele tinha um efeito curioso
nela. Parecia ter parado o processo de envelhecimento… ou pelo menos retardou-o
a tal ponto que nos últimos nove anos não tinha envelhecido nem um dia. E até
tinha rejuvenescido um bocadinho.
Havia muitas perguntas sem resposta. Michael
ainda não sabia quem era o pai ou se havia outros vampiros no mundo. Ambos
estavam preocupados com o futuro dos filhos, e com o isolamento da propriedade
e com o facto de os meninos precisarem de amigos da mesma idade. E o cuidado
com a saúde também era um problema, porque como é que iriam levar os filhos a
um médico humano?
Entretanto, as coisas no geral eram melhor do
que as imaginadas. Claire administrava a enorme fortuna dos Leeds. Michael dava
aulas às crianças em casa. Luke e Gabriella cresciam e eram saudáveis.
Era uma boa vida. Uma vida estranha, mas boa.
E havia novidades para partilhar.
— És um pai muito bom, sabias? — Perguntou
Claire, a acariciar-lhe o cabelo comprido até aos quadris.
Michael beijou-lhe o pescoço.
— Tu és uma mãe muito boa. E uma esposa
perfeita. E uma mulher de negócios brilhante. Não sei como consegues fazer tudo.
— A boa organização do tempo é uma coisa
maravilhosa. — Claire pôs a mão do marido sobre a barriga—. E vou ter de
organizá-lo um bocadinho melhor.
Michael estacou.
— Claire?
Ela riu-se.
— No mês passado ocupaste-te muito comigo e
parece que...
Abraçou-a com força a tremer um pouco. Sabia que
havia momentos em que as sequelas do abuso e o encarceramento regressavam, e
infelizmente estava habituado a que ocorressem quando recebia boas notícias.
Depois de todos estes anos, ainda lutava com o que considerava ser sorte ou
milagroso. Dizia que o fazia sentir, como se estivesse em perigo de acordar e
descobrir que esta nova vida era apenas um sonho.
— Estás bem? Sentes-te bem? — Perguntou-lhe,
afastando-se para a percorrer com os olhos.
— Bem. Como sempre, estou bem. — Os partos em
casa não eram fáceis, mas através do Mick, que parecia conhecer sempre alguém
que conhecia alguém que fazia qualquer coisa, tinham encontrado uma parteira em
quem podiam confiar.
Michael acariciou-lhe a barriga.
— Fazes-me tão feliz. Sinto-me tão orgulhoso.
— Eu digo o mesmo.
Beijou-a como sempre, a demorar-se na boca dela
antes de se afastar. Era engraçado, mas mesmo depois deste tempo todo juntos
ainda odiava separar os lábios.
— Se for um menino, eu gostava que se chamasse
Matthew ou Mark —disse ela.
— E se for menina?
— Michael também pode ser nome de menina. — Riu-se
Claire—. E por acaso já te disse como gosto desse nome? Michael é um nome fantástico.
O marido baixou a cabeça. Com os lábios unidos,
disse-lhe suavemente:
— Acho que já me tinhas dito qualquer coisa.
Sim, se não me engano, é o teu nome preferido.
— Muito preferido.
Claire sorriu, enquanto o vampiro que amava a
beijava até a inconsciência. Enquanto abraçava o marido, pensou que sim, que definitivamente
deviam ter outro Michael na família.
Fim