THE SHADOWS – Excerto – SPOILERS




Boa noite!

O morceguito (je) está de regresso. Ontem andei atrapalhadita e hoje com a dona nas visitas de família, mais as visitas pascais, mais os bolos que andou a fazer, mais as malas, mais a viagem… acabei engaiolada… Foi muito mau… Mim não gosta de gaiolas. Mim gosta de ar fresco e de frutinha boa.

A Alex deve estar quase aí a pôr coisas boas. Ah, e se alguém volta a dizer que faço dela secretária, vai levar um chuto no rabinho jeitoso… Ai, ai! Para entreter o estômago, deixo aqui uma cena gira que tem Trez e Selena na mira. E estou aberta a sugestões de cenas para traduzir... É favor deixar mensagem, sim?


Espero que gostem.

Até amanhã.

Beijos bons









MEUS AMORES




SE NÃO QUEREM SPOILARADAS




PAREM DE LER






PORQUE VEM AÍ




SPOILERS




SPOILERS




SPOILERS




SPOILERS








[São sete horas e Selena acabou de tomar banho.]


Muito bem, era capaz de estar com problemas. Iam sair os dois às sete e meia e o cabelo dela, sem ajuda, levava cerca de oitocentas horas a secar…
Bateram à porta e ela levanta a cabeça.
- Sim?
- Isso é para entrar? – Perguntou uma voz feminina do hall.
- Sim? Por favor. – A apertar mais o robe do Trez, foi para o quarto arranjar-se… e parou quando as portas se abriram.
- Oh, olá… ah…
Beth, a rainha, entra pelo quarto de Trez. E com ela vinha a Marissa… Autumn, Mary… Ehlena e Cormia. Bella. Payne. E Xhex, que com aquele cabelo curto e a roupa parecia um bocadinho fora do grupo.
Ou se calhar era por causa daquela posição corporal estranha, como se não tivesse bem a certeza do que fazia no meio daquele bando.
- Precisam de alguma coisa? – Perguntou à Rainha. E às outras.
Sabia que Cormia e Layla viriam vê-la, e quase de certeza que toda a gente já sabia dos seus problemas, mas esperava sinceramente que as fêmeas não tivessem vindo ali oferecer-lhe condolências antes de ela estar mesmo morta.
Felizmente, Beth sorriu, em vez de chorar.
- Nós queremos que nos deixes arranjar-te.
Selena abriu os olhos e olhou para os pés.
- Desculpem. Estou assim tão mal e não sei?
- Bem, nós ouvimos umas coisas…
Marissa fala:
- Na verdade, foi o meu hellren que me disse. E ele soube pelo Vishous.
- Que vais sair, - concluiu Beth. – E nós pensamos que talvez gostasses de um embelezamento.
Cormia ergue as mãos:
- Não que tu não sejas já bonita.
Aí, houve muitos ó, não, muito bonita, e só se quiseres… e Selena só conseguiu pôr as mãos nas faces.
- Eu só ia pôr as minhas vestes e pentear o cabelo de modo tradicional.
- Seca, - Disse Xhex. Todas lhe lançaram olhares e ela levantou os braços. – Eu disse-vos que não era boa nestas coisas. Meu Deus, porque é que me obrigaram a vir para aqui?
Beth voltou a virar-se.
- Selena, tu estás sempre bonita, mas nós temos algumas roupas mais modernas para tu veres, umas que te façam parecer menos…
- Como se usasses umas cortinas. – Xhex revira os olhos. – Já sei, já sei, eu calo-me. Mas é a verdade.
- Parecem cortinas? – Perguntou Selena a ver as janelas a abrir. – Isso é mau?
Beth aproxima-se e pega-lhe nas mãos, apertando-as.
- Confias em nós?
- Claro, minha Rainha, é que… não sei… eu não encontro um secador e…
Marissa avança com uma mala cheia de… todo o tido possível e imaginário de maquilhagem e coisas para o cabelo.
- Não te preocupes, estamos prevenidas.
E foi assim que a Selena acabou sentada num banco no meio da casa de banho de Trez com um bando de fêmeas à volta dela com secadores, escovas, uma coisa chamada mousse e ferros de encaracolar.
A meio da maquilhagem, os olhos lacrimejaram.
- Oh, estou mal, -Disse Autumn por cima dos secadores.
Selena levanta uma mão, na esperança de esconder as lágrimas. Não estava à espera de tanto afeto; sentiu-se como se a casa toda a estivesse a apoiar a ela e ao seu macho.
Xhex, a durona, foi a que trouxe a caixa dos lenços de papel. E quando a mão de Selena tremeu tanto que deixou cair o lenço, foi Xhex que fez o serviço de pegar noutro quadrado branco e enxugar por baixo dos olhos que vertiam.
Selena espreitou para os olhos cinzentos e agradeceu.
Xhex limitou-se a assentir e continuou discretamente a limpá-la, o toque suave em contradição com a dureza do rosto e dos trajes masculinos – e a arma que tinha na cintura apesar de estarem num edifício seguro.
Selena não pensava em nada, só tinha emoções demasiado grandes para caberem no coração.
Assim que os secadores pararam, soube que tinha de se recompor. Todo aquele ruído e fúria de secagem ofereceram-lhe um disfarce, apesar de todas a terem visto chorar.
- O teu cabelo é tão lindo, - disse Cormia a passar os dedos pelas ondas. – Acho que devemos deixá-lo solto.
- Obrigada a todas, - disse Selena. – Obrigada por tudo.
Beth ajoelhou-se à frente dela.
- O prazer foi nosso.
Uma mão pousou no ombro de Selena, outra no braço. Mais ainda nas costas. E Xhex estava mesmo ao lado dela com a caixa dos lenços.
Ao ver-se ao espelho, viu-se rodeada pelas fêmeas da casa e nenhuma estava com pena dela, pelo que estava muito grata. Em vez disso, estavam à sua beira a fazer o que podiam para lhe mostrar que ela era importante.
Provavelmente, porque se apercebeu pela primeira vez, que ela seria recordada por todos depois de morrer e, ser chorada por boas pessoas, era o melhor legado que se podia deixar.
- Solto? – Ouviu-se dizer. – A sério? Acham que devo deixá-lo solto?
- Deixa-me apresentar-te o meu amiguinho. – Marissa mostra uma vara prateada presa à parede através de um cabo preto. – E agora vai começar a guerra.
Selena teve de rir. A olhar para Xhex, perguntou:
- Já alguma vez…
- Usei isso? – A fêmea puxa pelo cabelo curto. – Está certo. Mas eu acho que devias fazer o que elas dizem. Estás a ver a joia da coroa da espécie no que diz respeito a ser brasa.
- Então eu deixo. – Selena apanhou-se a gostar da ideia de se transformar. – Façam comigo o que quiserem.
Beth ria.
- Achas que isto vai ser bom? Espera até veres o vestido.


(…)

[E temos um Trez de fatinho preto a conversar com Rhage com a roupa do ofício (preta) à espera da Selena e junta-se o amigo Lassiter à conversa.]


- Então, onde vamos? Para o teu clube, Sombra?
- Não.
- Então, a um baile de embalsamadores? Com tanto preto vestido, parece que te vais dedicar às artes fúnebres.
Rhage moveu-se tão rápido que nem se viu. No instante em que cerrava os dentes ao lado de Trez,  já estava nariz-com-nariz com o anjo, as mãos presas à volta do pescoço de Lassiter.
Falou tão baixo que Trez não conseguiu ouvir o que disse, mas pouco depois a parvoíce desapareceu da cara e da atitude do anjo.

(…)

- Puta… que pariu…
Ao praguejar, Trez e Rhage olharam para o anjo. O anormal nem os viu, os seus estranhos olhos estavam fitos lá para cima, como se o segundo messias tivesse aparecido no topo das escadas.
Só aí, um aroma denunciador chegou ao nariz de Trez, entrou pelo sangue dentro, o impacto a explodir na cabeça e no corpo todo…
E deixou de pensar. Só tinha respiração. E alma.
Selena estava no cimo dos degraus atapetados de vermelho, a mão bonita na folha de ouro da balaustrada, o corpo rígido, como que insegura acerca dos sapatos, ou do vestido, ou se calhar do cabelo.
Não havia absolutamente nada com que se preocupar.
A menos que a preocupasse ser uma bomba.
O cabelo escuro comprido caía-lhe nos ombros e pelas costas. Encaracolado de cima abaixo, era a glória feminina, espantoso no brilho e volume, tanto que ele fechou as mãos porque queria tocá-lo, acariciá-lo, cheirá-lo. Mas isso não era nada. O rosto era a única coisa que podia apagar o cabelo, a pele radiante, os olhos brilhantes, os lábios volumosos e vermelhos como o sangue.
E depois havia o filho da puta do vestido.
Preto. Simples, decotado, a acabar a norte do meio da coxa.
Muito a norte. Da coxa.
Selena esticou um pé, um calçado delicado, um pé de tacão alto agarrado a um tornozelo finíssimo e a uma perna perfeitamente curva que o fez cerrar os dentes.
Teve de engolir em seco assim que ela começou a descer devagar, cada passo a levá-la mais próximo de si para ele lhe poder tocar, beijar, tê-la.
Deus, aquele vestido era um arraso, um véu que lhe seguia os contornos das ancas, da cintura, dos seios, cruzado de um dos lados e no ombro. Não trazia nenhuma joia, mas para quê trazer? Não havia diamante, nem esmeralda, nem rubi, nem safira que se aproximasse àquela devastadora perfeição.
Ao chegar ao fundo das escadas, ela hesitou, a olhar para os dois lados, provavelmente para Lassiter e Rhage – estava ali mais alguém? Quem havia de saber? Quem diabo se importava com isso?
Selena compôs a… que era aquilo? Seda? Lã? Tafetá?
Papel de alumínio? Saco de papel?
Compôs o cabelo. Depois fez uma careta.
- Não gostas, pois não? Eu ia vestir…
Qualquer coisa bateu-lhe de lado.
- … as vestes tradicionais. Mas as raparigas acharam… - Ela olha por cima do ombro para as fêmeas que estavam no topo das escadas. – Posso trocar…
Lassiter berrou.
- Foda-se, não. Nem te atrevas. Tu estás…
O lábio superior de Trez subiu e as presas desceram. Abriu as mandíbulas para os lados do anjo caído como um pastor alemão. Ou, se calhar, um tubarão touro a fazer o teste da trinca antes de desfazer a presa.
Lassiter levantou as mãos.
- Tu é que sabes, meu. Eu ia dizer que ela parece uma obra de caridade. Um árbitro de futebol. Uma imitação da Martha Stewart. Queres que eu continue? Posso avançar pelos palermas dos personagens da Disney. E são muitos.
Aquele bater nas costelas voltou. Rhage inclina-se.
- Trez, - sussurrou o Irmão. – Tens de dizer qualquer merda.
Trez aclarou a garganta.
- Eu… eu… eu… eu…
Nem se apercebia das fêmeas no andar de cima a dar mais cinco e a fazer a festa “Em cheio”.
Mas a sua rainha continuava preocupada.
Muito bem, tinha que se recompor, antes do cotovelo do Rhage lhe acertar outra vez no fígado e da Selena sair disparada de volta ao quarto.
- Tu estás… eu estou…
Abriu o colarinho da camisa, apesar de já estar bem aberto.
- Gostas? – Perguntou ela.
Só conseguia acenar com a cabeça. Ele era, literalmente, hormonas num fato negro. Para ele, ela era assim de bonita.
- A sério?
Mais acenos de cabeça.
- Ah-ãh. A sério.
Selena começou a sorrir. Olhou para as fêmeas, que estavam aos saltos e fez-lhes sinal com o polegar.
A sua rainha voltou-se para ele. Aproximou-se. Pegou-lhe nas mãos e esticou-se até ao ouvido:
- A única coisa que não me deram foi roupa interior.
Nua.
Ela estava n-n-n-n-n-nuinha debaixo daquilo.


 (The Shadows, Capítulo 30)


Escusado será dizer que no carro, à ida para o restaurante, andaram a experimentar a… o… como direi?... o embelezamento da coisa. Foi, foi… :D

2 comentários:

Viv disse...

Muito bom, adorei os spoilers de ontem. Ri bastante! :D

MissyLi disse...

Gostei imenso deste trecho. Fartei me de rir. E o anjo no seu melhor!!!

 

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