The Thief - Cap.1 (excerto)

Olá pessoal!!!!

Tudo bem? Para celebrar o começo das Assinaturas Virtuais do 16º livro da Saga da Irmandade da Adaga Negra a Ward enviou para quem tem subscrito as newsletters dela um excerto do primeiro capítulo do livro!!!! \o/



Em primeiro lugar gostaria de pedir desculpa pela demora na tradução, estive doente e as dores de cabeça pioraram, por isso como podem deduzir a ideia de ler em inglês, passar para português e escrever não era muito agradável... Porém (e acho que foi graças às 4 injeções da dose cavalar de penicilina - muito obrigada Sr. Fleming - em conjunto com os antibióticos em comprimido, eu sei, muitas drogas, que consegui melhorar) agora já estou em condições para voltar a traduzir, mas devagarinho...

Assim sendo, aqui está o excerto do capítulo partilhado da Ward para os/as fãs da Irmandade!

---V.P.---

A LADRA: Excerto do cap.1
7 de Março de 2018
Por J.R. Ward

Capítulo 1
MIAMI, FLÓRIDA

Sola Morte, a.k.a. Marisol Maria Rafaela Carvalho, abriu a porta de correr, puxando o painel de vidro para fora do caminho. Apesar de ser meia-noite e em Janeiro, o ar oceânico que a recebeu estava húmido e a vinte e um graus, um beijo doce em oposição a uma chapada frígida. Após um ano a viver em Miami, contudo, ela já não estava agradavelmente surpresa. O clima mais meigo tinha-se tornado, tal como o ritmo lento, as palmeiras, as praias e as marés, simplesmente parte da vida.

O exótico era em função da raridade, e por isso, tal como a beleza, estava presente nos olhos de quem vê.

Agora, os pinheiros cobertos de neve de Caldwell, Nova Iorque, seriam cativantes e invulgares.

Abanando a cabeça, ela tentou manter-se no presente. O “terraço” para este apartamento no quinto andar que ela partilhava com a avó era nada mais que uma prateleira com gradeamento, o tipo de espaço exterior adicionado não para utilidade funcional ou para o prazer dos proprietários, mas para que “terraço para o oceano” possa estar incluído na descrição de venda dos trinta apartamentos do edifício. E pensando nisso, a parte do “oceano” também era uma falsidade, uma vez que era a Biscayne Bay, e não o Atlântico, sobre o qual ela tinha vista. Mesmo assim, água era água, e quando não conseguias dormir, era mais interessante que olhar para o teto.

Ela tinha equipado os dois quartos, duas casas de banho cerca de três anos atrás, comprando os conjuntos no Rooms To Go* porque os preços eram colocados corretamente e outra pessoa teve que pensar nas almofadas decorativas e na combinação de cores. E depois, para o seu “luxuoso” terraço com vista para o “oceano” ela foi até à Target* e arranjou duas cadeiras de jardim amarelas e brancas e uma mesa de café. As primeiras funcionavam bem. A última tinha um tampo de plástico translucido com o que acabou por ter ondas irritantes na sua superfície. Nada ficava em pé lá em cima.

Pensando nisso, ela sentou-se na cadeira à esquerda. – Esta noite está lua cheia.

À medida que a sua voz se dispersava, ela olhava através da vista noturna. Diretamente à sua frente, havia um número de casas pequenas, antigas construídas nos anos quarenta, e depois uma série de lojas de T-shirts foleiras, adegas, e cantinas entre ela e a praia. Dizer que ela e a sua vovó viviam em Miami era semelhante à coisa da falsa-publicidade-do-terraço. Elas estavam, na realidade na parte mais a norte dos limites da cidade, muito distante das mansões e da vida noturna, apesar de ela estar disposta a apostar que daqui a cerca de 10 anos, que este bairro de baixa renda iria receber uma renovação glamourosa.

Por ela tudo bem. Ela teria um grande retorno do dinheiro investido e…

Oh, mas quem é que ela estava a tentar enganar. Elas não iriam ficar aí por mais que um ano.

Ela tinha outro esconderijo na Califórnia e um em Toronto. Depois de elas passaram por eles, iria ser noutro lado qualquer.

Para ela havia poucos requerimentos para estabelecer uma casa: compra a dinheiro, igreja Católica a poucos quarteirões, e um bom mercado latino por perto.

Enquanto a brisa passou por ela e brincou com o seu cabelo recentemente loiro, ela inclinou-se para a frente porque era difícil ficar quieta. O reposicionamento não durou, e não só porque agora a parte de cima do gradeamento lhe tapava a vista da baia. Voltando a endireitar-se, ela batia com o calcanhar do chinelo de dedo, o metrónomo de energia inquieta apenas tolerável por ser o próprio pé dela a subir e a descer, e, teoricamente, ela poria por fim a isso.

Dizer que a memória era uma rua que poderias caminhar, um caminho a percorrer, uma progressão linear que podias embarcar do início ao fim, era demasiado fora do contexto. Depois deste último ano, ele tinha decidido que era mais como um teclado de um piano, e as notas musicais que a mente dela tocava em forma de filmes eram um pega e escolhe determinado mais pela partitura do seu luto do que da bem fundada lógica que levou à sua decisão de sair de Caldwell.

Por exemplo, se ela fosse racional acerca das coisas, ela estaria a focar-se no que tinha sido voltar para casa uma noite e ter aqueles atacantes a raptarem-na enquanto a avó dela se levantava e começava a vir para o andar de baixo. Depois ela recordaria a viagem em direção a norte na mala dum carro. Yup… se ela fosse inteligente, o cérebro dela iria projetar uma secção de slides dela a acender um foguete de sinalização e esfaquear com ele o olho de um homem que a abalroava para fora da parte de trás do veículo. Ela iria imaginar-se a ser baleada na perna enquanto ela tinha tentado fugir pela floresta, e depois ter-se-ia lembrado da cela com as grades que se encontrava na cave daquele campo de tortura.

Ela iria visualizar com detalhes precisos do brutamontes com a face bicolorida que a tinha despido e tentado violar… até ela ter torcido os tomates dele e batido na cabeça dele com a corrente grossa.

E finalmente, ele ver-se-ia a arrastar o homem morto através do chão para tentar usar as impressões digitais dele para abrir a porta. E quando isso não funcionar, ela ira refazer o percurso anterior enquanto voltava para a cave e arrastado o braço do quase violador com a face bicolorida através das grades da cela para que ela lhe pudesse pegar numa faca de cozinha e cortar a mão pelo pulso.

E que tal lembrar-se do uso com sucesso do ainda quente polegar na consola para abrir a porta de aço? Ou sair a correr daquele buraco usando nada mais que um casaco e o sangue dos dois seres humanos que ela tinha morto?

Mas não, essas não eram as notas que o seu Steinway cerebral tocava.

Enquanto as melodias continuavam, a única que o seu cérebro mantinha em repetição era completamente diferente e bem mais destrutivo.

Mesmo que fosse certamente mais sexy

- Pára. – Ela esfregou os olhos. – Apenas pára.

Acima da baía cercada de terra, acima da beira do quebra-mar da North Beach, a lua era um grande prato prateado, a sua iluminação nublada e sarapintada com fios de nuvens.

Os olhos de Assail eram assim, prateados com um aro roxo escuro.

E ela achava que continuassem assim, se ele ainda vivesse… porém com o tipo de vida que ele estava a ter? Senhor da droga estavam nas estatísticas de risco acima dos genéricos como cancro e doenças do coração.

Não que ela o tenha julgado pela sua escolha de negócio… mas que raios, a profissão dela como assaltante foi o que a fez acabar naquela mala.

Que estranhos, e hipnotizantes olhos ele tinha. Como nada que ela tivesse visto, e não, não era romantizado da parte dela. Tal como o seu nome estranho, e o sotaque que ela não conseguia localizar- seria alemão? Francês? Romeno?- e o mistério que o envolvia, ele tinha sido o que outros homens nunca tinha alcançado: irresistível. Com cabelo tão negro, que ela tinha assumido que era pintado, com o cabelo em forma de V* naquela testa alta e aristocrática, o seu corpo poderoso e apetite sexual, ela muitas vezes pensou que ele era um produto de um outro mundo.

Uma presença mortífera.

Um predador belo.

Um animal em pele humana.

Entre um piscar de olhos e o seguinte, ela viu-o na noite em que ele tinha ido salvá-la daquele campo- mas não enquanto ele se tinha aproximado de braços abertos e uma voz calma na altura em que ela tinha saído a correr daquela porta de ferro, toda ferida e desorientada. Não, ela lembra-se dele um pouco depois, quando ele tinha, de alguma maneira, se encontrado com ela na estação de serviço na autoestrada a cerca de trinta e dois quilómetros do local original.

Ela nunca tinha percebido como aquilo tinha sido possível, que ele tenha ficado para trás enquanto os primos dele a tinham levado de carro… e mesmo assim o Assail foi ao encontro deles como se ele tivesse a capacidade de voar.

E depois tinha a maneira como ele se apresentava. A boca dele estava coberta de sangue como se ele tivesse mordido alguém. E aqueles olhos prateados e roxos tinham brilhado mais que esta lua no céu do sul com a luz neles tão profana que parecia coisas de exorcismo.

Contudo ela não tinha tido medo dele… e ela soube naquele momento que o Benloise, o seu captor, não tinha sobrevivido. O Assail tinha de alguma maneira matado o raptor dela, e muito provavelmente, o irmão dele, Eduardo.

Era como era o negócio em que eles se tinham metido. E o tipo de vida que ela estava determinada a sair assim que estivesse curada.

Afinal, quanto estavas cativa de homens loucos e rezavas a Deus para ver a tua avó outra vez, e isso realmente acontecia? Apenas um louco não cumpria a sua parte do acordo.

Olá, Miami.

A Sola empurrou os dedos contra a sua testa e tentou desviar o cérebro dela do caminho, já bem gasto, que parecia determinado a processar e reprocessar… mesmo que já se tivesse passado um ano, por amor de Deus. Ela não podia acreditar que estava tão fixada numa decisão acertada que tinha feito com a sua sobrevivência em primeiro lugar.

As noites continuavam a ser as piores. Durante o dia, quando ela estava ocupada com tarefas de alto nível como compra de supermercado, ir à missa com a vovó, e constantemente olhar por baixo da pala do boné para ver se elas estavam a ser seguidas, ela conseguia gerir melhor. Mas com a escuridão vinha as assombrações, o fantasma do homem com o qual nunca deveria ter dormido ainda a atormentavam.

Ela já há muito tempo tinha noção que tinha um desejo de morte. A sua atração por Assail era apenas uma confirmação disso, e muito mais.

Raios, ela nem sequer sabia o apelido dele. Mesmo com toda a vigilância que ela tinha sido contratada para fazer, mais a que ela fez por conta própria, ela não sabia quase nada a respeito dele. Ele tinha uma casa de vidro perto do Hudson que era propriedade de um fundo imobiliário. Os seus dois associados mais próximos eram os seus primos gémeos, e ambos eram tão mudos como paredes de tijolos quando se falava em detalhes pessoais. Ele não tinha mulher ou filhos.

Pelo menos, não perto dele, mas quem sabia. Um homem como aquele certamente teria várias opções para companhia.

Mudando para o lado, ela tirou o seu velho iPhone do bolso e olhou para o ecrã negro. Quanto ela acordou a coisa, estava a foto da praia da altura em que ela tinha chegado aqui.

Sem mensagens, sem chamadas perdidas, sem voicemails.

Durante muito tempo, ela tinha tido ligações que eram desligadas frequentes feitas por um número restrito.


A chamada intermitente eram a única razão pelo qual ela mantinha o telefone. Quem mais tentaria contactá-la para além do Assail? Quem mais tinha o número? Não era o telefone que ela tinha usado com o Benloise ou com qualquer outro dos seus negócios duvidosos, e a conta estava num nome falso. Ele era o único que tinha o número.

Ela deveria ter deixado a coisa no norte e cancelado o serviço. Arestas limpas eram o melhor. O mais seguro.

O problema parecia ter-se resolvido a si próprio, ao que parecia. Assumindo que era o Assail que lhe ligava, ele tinha parado… e talvez não fosse porque ele tinha encontrado a sua sepultura. Se calhar ele tinha seguido em frente… que era o que as pessoas faziam quando tinham sido deixadas para trás. Aquela coisa de esperar-pela-vida-inteira apenas acontecia nas novelas vitorianas, e normalmente da parte da mulher.

Pois, nenhum Sr. Havisham a ir nessa direção. Nem pensar…

Outra memória levou-a de volta no tempo, e era uma que ela odiava. Mesmo depois do Benloise a ter ordenado a parar com o trabalho, ela tinha seguido o Assail para fora do estado, ao que tinha parecido ser a casa do cuidador do local. Ele não tinha ido lá para uma transação de negócios. Não, ele tinha lá ido por causa de uma mulher de cabelos escuros com um corpão, e ele tinha-a levado para o sofá como se ele já o tivesse feito outras vezes. Na altura em que ele começou a fazer sexo com ela, ele tinha olhado na diretamente para a janela em que a Sola estava a olhar… como se ele estivesse a exibir-se para ela.

Naquele ponto, ela decidiu retirar a vigilância e resolveu nunca mais voltar a vê-lo.

Contudo o destino teve uma ideia diferente. E transformou o traficante de drogas de olhos prateados o seu salvador.

A coisa mais triste era que, em circunstâncias diferentes, ela teria ficado naquela casa de vidro dele. Mas no final, o seu pequeno negócio com Deus precedeu a esse tipo de fantasia.

Pondo-se em pé, ela mantém-se perto do gradeamento mais um bocado, perguntando-se o que, exatamente, ela estava à espera de encontrar na vista que tinha. Depois ela deu a volta, voltou a fechar-se dentro do apartamento, e chutou os chinelos de dedo. Em silenciosos, pés descalços, ela sussurrou pela sala e foi para a cozinha. Os padrões de limpeza da avó dela eram tantos que não só poderias comer diretamente do chão, colocar salada em qualquer gaveta, rolar a massa do pão dentro dos armários de cozinha e usar as prateleiras para cortares os bifes.

A caixa de ferramentas encontrava-se de baixo do lavatório, e ela tirou de lá um martelo dos grandes.
O iPhone foi para dentro de dois sacos herméticos… no seu caminho para a porta ela desativou o alarme antes de sair para o corredor. As escadas de segurança ficavam do lado direito, e enquanto ela caminhava na sua direção, ela escutou por força de hábito, mas não necessidade. As pessoas no edifício eram pessoas de idade, e o pouco que ela tinha visto deles confirmava que ela tinha feito escolhido um bom apartamento. Esta era a terra dos pássaros de inverno que não tinham dinheiro para voar para trás e para a frente na primavera e verão, por isso o edifício estava sempre cheiro.

Sempre iria haver testemunhas barulhentas, mesmo que aqueles olhos e ouvidos não fossem tão apurados como uma vez tinham sido. E os seus colegas de residência representavam uma complicação que as pessoas que andam atrás dela pensariam duas vezes antes de atuar.

E ainda, como sempre, ela tinha uma nove milímetros compacta, com mira laser com ela. Sóparaocasode.

As escadas eram mais frias, mas não mais secas que o grande exterior, e ela não foi muito longe. Ela colocou o telefone dentro o seu pequeno saco de plástico/caixão no chão de concreto por baixo da mangueira dos bombeiros enrolada e verificou uma última vez que não havia chamadas.

Seguidamente ela martelou o telemóvel, uma. Duas. Três vezes.

Que foi tudo o que serviu para o destruir.

Enquanto ela voltava para o apartamento, ela virava as peças partidas na sua mão, os dois saquinhos mantinham as coisas juntas. Amanhã de manhã, ela iria à net a partir de um computador seguro e cancelaria o serviço, o seu último vínculo, por mais frágil que fosse, cortado para sempre.

A ideia de que ela nunca saberia o que aconteceu ao Assail era quase tão má como a realidade de que nunca mais o iria ver.

Permitindo-se a voltar a entrar, ela resolveu voltar para a cama, mas voltou a ser atraída pela vista da água e da lua.

Ela sentia falta do homem que ela nunca iria ter como se ele fosse uma parte da alma dela, deixado para trás.

Mas isto era o que deveria ser.

O destino era cá um ladrão.


* Rooms To Go – Loja americana do género do Ikea
Target – superfície comercial tipo Continente, Jumbo e afins
Quanto falo em cabelo em forma de V refiro-me a isto (vêm como faz um pequeno v a cima do nariz?):

---FiM---

Ok pessoal! O que é que acharam do excerto? Eu fiquei com água na boca!!!

E com este bocadinho comecei a duvidar se o The Thief do título será "A Ladra" (referência à Sola) ou "O Ladrão" (referência ao Destino mencionado no final do excerto). O que acham? Acham que se vai descobrir mais sobre se o títulos será "macho" ou "fêmea" no livro? xD

A versão original, para quem quiser ver, pode ser encontrada NESTE LINK!

E para já é tudo... Mais tarde terei que tentar ver o que é aquilo da nova saga da Ward e tentar colocar aqui.

Até lá vou ver se há mais alguma atualização em relação aos nossos vampirões.

Assim sendo...

Fiquem bem e...

Até à próxima atualização!
Sunshine ;)

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