Beijo de Sangue cap. 8

 Olá pessoal!!!


Como dá para ver pelo título, temos mais um salto, desta vez ficou só um cap. de fora, mas vamos ver o que nos conta hoje...

Vamos aos avisos habituais que a NightShade deixou!


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Aviso 

O blog informa que a tradução deste livro é feita por fãs para fãs, não vamos publicar o livro na íntegra, só alguns capítulos com o objectivo de oferecer aos leitores algum acesso ao enredo desta obra para motivar à compra do livro físico ou e-book.

A tradução é feita somente em livros sem previsão de lançamento em Portugal, para preservar os direitos de autor e contratuais, no momento em que uma data seja estabelecida por qualquer editora portuguesa na publicação deste livro, os capítulos traduzidos serão imediatamente retirados do blog.

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Capítulo 8

- … um par está na «boca». Tempo previsto de chegada, quatro minutos. Entrada desobstruída na extremidade direita da piscina…

Apertando o botão do fio do seu auricular que começava no seu ouvido e descia de lado pelo seu pescoço, Butch disse com tranquilidade:

- Entendido.

Ao caminhar ao longo da beira da piscina, ele acompanhou os movimentos dos candidatos na água com a ajuda dos seus óculos de visão nocturna. Tinham caído mais dois e já estavam à superfície e a boiar, por isso estavam bem e relativamente sossegados. Não era sempre assim. Ele e Tohr tiveram que resgatar quatro candidatos, o que queria dizer que só restavam três machos com o novo casal recentemente chegado.

Todos estavam longe da entrada B à direita. Muito bom.

Butch consultou o relógio. Para quem ainda estivesse no ginásio, o tempo deles acabaria dentro de seis minutos.

E tudo era apenas o preâmbulo para o que ele e os seus Irmãos chamavam de Destino Final. Essa última fase a terminar com o nascer do sol, portanto, era crítico para a missão que o grupo passasse pelos testes iniciais para que tivessem bastante tempo antes do amanhecer.

A clínica da Dra. Jane e de Manny estava a ficar cheia. As ervas eméticas suaves tinham feito o seu trabalho, também houve pequenos cortes, esfoladelas, distensões musculares e queimaduras ligeiras. Duas vagas de desistentes já estavam a sair da propriedade, e mais se seguiriam.

A meritocracia era assim: as coisas tinham que acontecer de forma rápida, pois nem ele nem V iriam desperdiçar tempo com alguém que não conseguisse aguentar.

- Já chegou a minha vez? - Lassiter falou do aparelho auricular - Nasci pronto para isto.

- Com tanto pessoal para ser imortal - resmungou V -, porque é que tinhas que ser um deles?

- Porque sou maravilhooooso - cantarolou o anjo. - E faço parte da equipa…

- Não, não fazes, não…

- … a viver o sonho!

A cabeça de Butch começou a latejar ainda mais.

- Cala-te, Lass. Não aguento cantorias agora.

- Mas é do Gru: O Maldisposto - comentou o anjo. Como se isso explicasse alguma coisa.

- Fecha a matraca - V interrompe.

- Cala-te. - Butch controlou-se para manter a voz baixa. - Temos mais quatro miúdos no ginásio. Eu aviso-te quando…

- Estou a ficar sem ar, pá - Lassiter reclamou. - A minha bóia está a despejar.

V praguejou.

- É porque não quer estar ao pé ti, tal como nós.

- Continua assim e vou começar a pensar que a nossa inimizade é mútua.

- Finalmente!

É certo que Butch não se divertia quando tinha de tirar idiotas encharcados daquela piscina para fora, mas… era na boa: estava contente por não estar nas traseiras da casa a discutir com aqueles dois.

- Fica onde estás, Lass - disse Butch. - Vou manter o contacto. E, V… pelo amor de Deus, vê se desligas o auricular dele…

- Ai! Ei! Mas que merda, V…

E… foi assim que tudo ficou abençoadamente silencioso.

Quando a sua dor de cabeça ameaçou transformar-se numa enxaqueca, Butch desejou poder tirar os óculos e esfregar os olhos, mas não ia parar de vigiar os candidatos, nem por um instante. A última coisa que o programa precisava era que alguém acabasse ferido, ou pior, morto.

Além disso, já estava distraído o suficiente, mesmo com todo aquele aparato na sua cabeça.

Alguma coisa estava errada com Marissa.

Ele próprio tinha passado muito tempo armado em zombie durante os seus dias como humano para não reconhecer a dormência que a preocupação podia causar. Ela estava a passar por alguma coisa.

O problema era que ela não lhe dizia nada de concreto. Sempre que ele lhe perguntava no que estava a pensar ou se estava bem, ela sorria e dizia uma desculpa esfarrapada, a dizer que só estava ocupada no Sítio Seguro.

Sem dúvida que isso era verdade, mas isso era também o normal. E ela não costuma ficar como estava na noite anterior, e durante o dia.

Talvez só precisassem, simplesmente de uma boa noite de descanso, e não ser só trabalho. A mansão era um lugar maravilhoso para se viver: a comida é deliciosa, a companhia é ainda melhor. O problema é que não se tinha muita privacidade. A não ser que se fosse para o próprio quarto, que no caso dele era um espaço do tamanho de uma caixa de sapatos, no Fosso, com uma porta e paredes finas. Nunca se estava verdadeiramente sozinho. Intromissões aconteciam sem aviso, fossem os empregados, os Irmãos, as companheiras deles.

O irlandês católico dentro dele adorava uma família grande.

Mas a sua parte de hellren preocupado não estava assim tão entusiasmada.

Precisamos de uma escapadela romântica, pensou.

- Para onde é que vamos? - Perguntou V no seu ouvido.

- Não é contigo.

- Meu… Essa doeu. A sério. - Foi a resposta.

- Marissa e eu estamos a precisar….

- Se for educação sexual, eu podia jurar que vocês já tinham aprendido tudo. A não ser que aqueles sons sejam uma luta de polegares.

- A sério?

- Estás a dizer que é origami? Explica tudo, os cortes provocados pelo papel devem doer… quem havia de dizer, hein?

- Pára.

- É o que Marissa nunca diz.

- Não tem sido o caso ultimamente - Butch respondeu.

- Anda com problemas?

- Não sei.

Houve uma longa pausa.

- Tenho uma ideia.

- Estou aberto para…

- Foi isso mesmo que ela disse! - Lassiter meteu-se na conversa.

- V, pensei que tinhas tirado o… - Os sons dos machos a debaterem-se no auricular fez com que ele o tirasse do ouvido com uma careta.

Lassiter obviamente a levar uma tareia, que já andava a pedi-la há muito tempo e, noutras circunstâncias, Butch teria se juntado aos dois, e não para ser o juiz. Mas tinha mais coisas importantes com que se preocupar.

Ainda mais quando dois novos candidatos se juntaram à parte líquida da festa.

Quando V voltasse a falar, podia ser que Butch recebesse algum conselho que prestasse. Desde que o seu melhor amigo pensasse para além do mundo das coleiras com bicos, da cera de velas pretas e das molas para mamilos.

Merda.

***

Paradise debatia-se contra quem a prendia pelos tornozelos, agitando o tronco no chão como se fosse um peixe fora d’água, a ser arrastada de costas, as mãos em forma de garras, a tentar segurar-se. Dentro do saco que rodeava a sua cabeça, a respiração quente sufocava-a, ou então ela já tinha inspirado o oxigénio todo.

Como resposta, o pânico espalhou-se pelo corpo todo, fazendo com que os seus músculos ficassem tensos, e a transformar o seu cérebro numa pista de corrida de alta velocidade, uma sucessão de pensamentos vertiginosa que nem de perto a acalmava ou tranquilizava. Por um lado, ela queria chamar Peyton, mas ele não podia ajudá-la. Também o tinham apanhado. Por outro lado, ela só previa coisas más.

O que vem a seguir? O que vem a seguir? Oquevemaseguiroquevem…

O «a seguir» chegou sem aviso, como tudo o resto: pararam de arrastá-la, uma segunda pessoa aproximou-se, segurou-a pelos ombros e ergueu-a do chão.

Paradise gritou mais uma vez dentro do saco e tentou soltar-se. Impossível. Seguravam-na com tanta força que ela bem podia estar com tornos a prender-lhe a pele e os ossos…

Balanço.

Ela estava a ser balançada para a direita e para a esquerda, o movimento a aumentar, como se a fossem lançar.

- Não!

Bem, quando o arco descreveu para o lado esquerdo, o saco foi-lhe arrancado da cabeça. Duas incríveis inspirações e ela sentiu-se a cair, a cair, a cair no meio da escuridão pontuada com sons estranhos.

Splaaash!

Água por todo o lado. Entrou-lhe no nariz, na boca, envolvendo-lhe o corpo. O instinto assumiu o comando, os seus sentidos a dizerem que «para cima» era o oposto da direcção em que se podia afundar. Abrindo as pernas e os braços, descobriu que o que lhe prendia os tornozelos também tinha sido tirado.

Irrompeu à superfície com tanta força que o seu corpo ressaltou como uma rolha, e ela tossiu com tanta violência que quase perdeu a consciência. No meio de tudo aquilo, porém, conseguia respirar… e logo viu-se a inspirar grandes quantidades de oxigénio, o simples luxo de conseguir respirar a enchê-la com gratidão que lhe levou lágrimas aos olhos. Mas isso não durou muito. À sua volta, ela ouvia pessoas a debaterem-se na água, ouvia sons de tosse, de respiração laboriosa, de mãos e pernas a movimentar-se para se manterem à tona.

Quantos seriam?

Aquela era a segunda parte?

Na água, ela desejou encontrar Peyton, mas não tinha a certeza de que chamar atenção a ela própria seria uma boa ideia. Pelo que sabia…

- Paradise!

O som da voz de Peyton estava próximo, à direita.

- Aqui! - Disse com voz estrangulada. - Estou aqui. Estou bem…

- Estás bem?

- Estou bem, aqui - disse um pouco mais alto. - Estou bem…

De seguida, sentiu uma mão forte a segurá-la pelo braço e puxando-a pela água.

- Tenho pé nesta parte - disse Peyton. - Deixa-me segurar-te.

- Não preciso…

- Tens de conservar as tuas forças. Isto é só o início.

Ele pareceu tão sensato, como se o choque com a água o tivesse feito ficar lúcido. De seguida, as mãos deslizaram pela sua cintura de modo a virá-la de costas para ele.

- Já te tenho - ele sussurrou.

Os braços dele seguravam-na e a sensação daquele corpo forte atrás dela, deixou-a tensa. Quando percebeu que tudo o que ele fazia era também respirar para se recuperar, ela relaxou um pouco, mesmo não conseguindo ver nada e sentir as suas pernas a roçarem nas dele.

Nunca estivera tão perto de um macho.

Embora, tendo em conta a situação em que se encontravam, dificilmente aquele seria o momento para pensar em tais disparates, Peyton não tinha mais nada na cabeça a não ser sobrevivência.

Com um ligeiro alívio, encostou-se contra ele, permitindo-se ser amparada. Os seus instintos estavam em alerta máxima, mas o seu corpo podia ter algum descanso, os batimentos cardíacos acalmaram e aquele ardor horrível nos seus pulmões começou a desaparecer…

Splash! Splash!

Mais dois candidatos… ou vítimas, bateram na água, porém foi bem longe dela, dando-lhe exactamente uma ideia de como aquela piscina, ou lago, ou lagoa, devia ser grande. Não, não era um lago. A água tinha cloro.

Uma piscina. Estavam numa piscina subterrânea. Provavelmente não muito longe do ginásio, porque ela não tinha sido arrastada durante muito tempo.

- O que vem a seguir? - Ela perguntou.

- Não sei. Mas sei que vamos ficar juntos.

- Sim. - Ficou surpreendida como a presença dele a acalmava, apesar de ainda não conseguir ver nada, e de não fazer a mínima ideia do que os atingiria de seguida…

Splash! Splash! Splash!

- Vamos em quantos? - Perguntou.

- Cinco acabaram de chegar. Então, devemos ser pelo menos sete.

- De sessenta? Tem de haver mais. - Como podia ela fazer parte de um número tão pequeno que chegara até ali? - Têm de ser mais…

Chegaram mais quatro, um a cair ao pé deles, os outros três no lado oposto.

- Estou a ficar pesada para ti? - Perguntou.

- Pára com isso.

Quando ele mudou as mãos de posição, o corpo dela moveu-se na água, as costas a pressionarem a pélvis dele. Ela não sentiu nada… Mas também não saberia com o que se preocupar se ele estivesse excitado.

Outra pessoa mergulhou na piscina.

E depois…

… um longo período em que nada aconteceu. Na verdade, deviam ter sido só uns dois minutos, mas aquele compasso de espera mais parecia durar horas… dias.

O medo continuou presente, mas como mais nada o estava a alimentar, a ansiedade começou a canibalizar o seu lado racional, todos os tipos de loucura a percorrerem na sua mente. E se aquilo não fosse um programa de treino? E se fosse algum tipo de… experiência social? Um rapto para tirar órgãos? Ou uma tentativa de… bolas, ela não tinha como saber.

Uma onda de terror assaltou-a. Não via nada, o barulho na sua cabeça rugia e abafava os sons na piscina, o seu corpo estava cansado demais para processar o tremor que a afligia.

- O que vem a seguir? - Ela gemeu.

- Eu…

Antes que Peyton conseguisse responder, ela ficou ciente de que algo estava a mudar à sua volta. Os outros também notaram, os corpos mergulhados na água a ficarem quietos, a tentarem avaliar o que estava diferente.

O nível da água estava a descer.

A superfície agitada da água que estivera a altura dos seus ombros, batia-lhe agora nos braços, depois nos cotovelos.

Os seus batimentos cardíacos voltaram a aumentar, e ela teve uma tontura, a sentir a sua cabeça a andar à roda.

- O que nos vão fazer agora? - Ela arquejou.

A altura da água descia… descia… Até que os pés dela bateram no fundo da piscina, os de Peyton também. Contudo, ela permaneceu aninhada nos braços dele; pelo menos, com o corpanzil dele atrás dela, ela tinha as costas guardadas.

 Só queria poder ver, pensou ela na escuridão total. Pelo amor de Deus… por favor, deixem-me ver alguma coisa…

Num dos cantos, uma luz brilhante, quase ofuscante, apareceu.

Era tão forte que ela teve de levantar o braço contra aquele clarão e, assim, conseguiu ver que sim, estavam numa piscina, uma piscina muito limpa e com um belo beirado de azulejo azul e verde-claro. E ali estava Peyton, tão cansado como ela, atrás dela. E ali estavam os outros candidatos na água.

A afastar o cabelo do rosto molhado, ela fez uma careta ao tentar focar…

- Mas que…

- … raios é aquilo? - Peyton terminou por ela.

Do lado oposto da piscina, que ainda estava a esvaziar, um macho enorme, com cabelos loiros e negros entrou no espaço e, no início, ela pensou que ele tivesse levado algum tipo de iluminação, mas depois ela percebeu que o corpo dele era a luz. Ele reluzia como se fosse um candeeiro incandescente vivo, que respirava.

Mas o mais impressionante é que não foi isso que a chocou.

Ele estava a usar uma máscara de mergulho com um respiradouro que estava afastado do seu belo rosto… um par de barbatanas nos pés que estalavam sobre o piso molhado e escorregadio à medida que ele se aproximava da piscina… um fato de banho em forma de uma fisga rosa-choque… e uma bóia infantil amarela e azul à volta da cintura.

Cada um dos quase-mortos encharcados na piscina, olhavam para ele como se ele fosse o Messias de um universo paralelo onde o Sponge Bob se misturava com o Magic Mike.

Avançando até à prancha, parou, demorou-se a ajustar a máscara e o respiradouro e pigarreou.

Depois de vários «mi-mi-mi-mi» como se estivesse a aquecer a voz para um solo, ele inspirou fundo e…

- Cowwwww-a-bungaaaaa! - Gritou ele como as Tartarugas Ninja.

Correndo até à prancha, ele lançou-se no ar, e a manter a bóia no sítio ele executou uma cambalhota perfeita, acertando na água que esvaziava, como se fosse uma bola de canhão que espalhou água até ao tecto.

Enquanto Paradise protegia o rosto para não ser atingida por aquele tsunami, ela pensou: um ponto a favor para a Irmandade.

Do que estava ela à espera?

Tudo, menos aquilo.

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Digam-me de vossa justiça! Já agora aviso que esta publicação foi agendada, e que verei as respostas assim que possível!


Fiquem bem,

Sunshine ;)


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