Olá pessoal!!!
Como dá para ver pelo título, temos mais um salto, e ficou, outra vez, só um cap. de fora, mas vamos ver o que nos conta hoje...
Vamos aos avisos habituais que a NightShade deixou!
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Aviso
O blog informa que a tradução deste livro é feita por fãs para fãs, não vamos publicar o livro na íntegra, só alguns capítulos com o objectivo de oferecer aos leitores algum acesso ao enredo desta obra para motivar à compra do livro físico ou e-book.
A tradução é feita somente em livros sem previsão de lançamento em Portugal, para preservar os direitos de autor e contratuais, no momento em que uma data seja estabelecida por qualquer editora portuguesa na publicação deste livro, os capítulos traduzidos serão imediatamente retirados do blog.
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Capítulo 10
Balas de borracha doem como o caralho.
Quando o primeiro dos incontáveis disparos atingiu o peito de Craeg, ele virou-se de costas, pois a parte da frente era mais vulnerável. Abaixo da sua cintura, a única e verdadeira ferida era como uma marca de ferro em brasa na sua pele. No entanto, tal como tinha previsto, o habilidoso tiro não tinha feito mais nada a não ser provocar uma esfoladela mínima na sua pele, daí não haver necessidade de um torniquete. Mas não tinha tempo de tirá-lo. Ele segurou na mão de Novo e fez com que ela se deitasse de barriga para baixo no chão da piscina. A manterem as cabeças baixas, afastaram-se, a rastejarem para a parte com três metros de profundidade.
Olhando para trás, ele descobriu que os Irmãos estavam posicionados a bloquearem o acesso às escadas da parte mais baixa da piscina e avançavam como se estivessem a orientar o gado para o matadouro. Foda-se, as escadas de metal fixas na parte mais funda, onde estava a prancha, estavam electrificadas, e aqueles guerreiros pareciam ter um número ilimitado de balas de borracha. Mesmo que o impacto se comparasse a picadas de abelha extremas, por cima da sua roupa, o limite da dor provocado era quase incapacitante.
Virando-se novamente, calculou a velocidade do avanço dos Irmãos.
Eles eram rápidos, o que lhe disse que talvez tivessem uns sessenta segundos para encontrar uma saída.
- Desmaterializar - disse tanto para si como para quem estivesse a ouvir. - É a única hipótese.
Ele pára de avançar, fecha os olhos e começa a respirar fundo. A primeira coisa que viu foi a forma absurda como a loira atacou aquele Irmão gigante e armado.
A defendê-lo depois de ter sido atingido.
- Pára com isso - sibilou.
Controlar. Tinha de controlar a sua mente e as suas emoções, concentrar-se e desmaterializar-se para fora e para cima. Concentração… concentração…
Tinha dores no corpo todo - na coxa e noutros pontos onde fora atingido, ombros, coluna, ancas. A cabeça doía. As costelas estavam sensíveis. O cotovelo ainda latejava no sítio onde tinha levado um choque eléctrico no andaime.
À sua volta, as pessoas estavam em pânico, choravam e praguejavam. Tropeçavam. Caíam.
E mais daquelas balas. Em todos eles.
Quanto mais ele tentava ignorar o medo e o pânico, mais alto ficava o coro do desconforto e da distracção.
Precisava de encontrar um ponto de concentração, uma imagem, um lugar para ver na sua mente.
Do nada, visualizou a recepcionista, onde a tinha visto pela primeira vez, sentada atrás da secretária numa sala de estar majestosa. Tudo o tinha intimidado - a seda das paredes, os tapetes elegantes, o cheiro da limpeza… ela.
Mas ela não o tratara como o ser desprezível que era. Ela olhara para ele e o seu coração parara de bater… e ela dissera o seu nome.
Paradise.
A voz dela tinha sido tão bela que não tinha ouvido muito bem. E estragou tudo quando não cumprimentou a mão que ela lhe tinha oferecido. O problema era que o seu cérebro tinha congelado porque ela era tão…
Desmaterializou-se sem se ter apercebido disso. Num momento estava a sofrer na sua forma corpórea, no outro, estava a voar para longe da piscina. Sem nenhum destino em mente, vacilou em pleno ar, como das primeiras vezes que tentara aquele truque após a transição, mas logo controlou-se e projectou a sua forma para o lado oposto, contra a parede.
Ao reassumir a sua forma, Novo já lá estava, alerta e pronta, mas estava a massajar um dos ombros como se estivesse a esfregar um ponto de dor ou a avaliar se ele estava deslocado.
Um a um, mais quatro candidatos encharcados tinham saído da piscina: o macho do cavalo com arções; aquele que parecia um assassino com piercings e tatuagens de um lado do pescoço e rosto; o tipo que estivera com o braço à volta da cintura de Paradise; e outro macho alto e forte.
Não fazia ideia do que tinha acontecido com…
A recepcionista foi a última a materializar-se, e Craeg teve de desviar o rosto para não denunciar uma emoção inaceitável. Para se distrair, tentou ver o que se passava na piscina com os cinco que ainda tinham ficado para trás…
Uma porta abriu-se ao lado deles e uma rajada de ar frio entrou a trazer o cheiro a ar limpo.
O que quer que estivesse do outro lado estava escuro.
- Quem vai à frente? - Perguntou Paradise.
- Eu vou - respondeu o macho com a aparência gótica. - Não tenho nada a perder.
Craeg franziu o sobrolho quando o silêncio à volta pareceu ser um mau presságio. Os tiros tinham cessado. O que podia significar que aquela parte do teste já tinha acabado ou… os Irmãos estavam a preparar-se para mais tiros.
Não, eles já não estavam ali. Só os restantes candidatos na piscina completamente descontrolados, figuras chorosas e encharcadas, sentados no cimento húmido com as cabeças entre as mãos ou com os corpos na posição fetal.
Merda. Onde estavam os Irmãos?
- Eu vou contigo - disse Craeg para o gótico.
Os dois eram os maiores do grupo, os avançados, digamos assim. E, por mais que ele tivesse entrado com espírito de sobrevivência individual, estava a começar a reconsiderar essa atitude radical. Pelo menos a curto prazo.
Se houvesse um ataque, dois era melhor do que um.
Novo disse:
- Eu fico na retaguarda.
O atleta pôs-se ao lado dela.
- Também posso cobrir.
- Vocês os três - Craeg ordenou à loira, ao… companheiro dela? Melhor amigo? E ao outro macho, um tipo bem parecido, com carinha laroca. - No meio.
Assim, não tinha que se preocupar com ela.
Não que estivesse.
- Vamos sair daqui - disse Craeg.
Ele e o macho mauzão foram para a entrada ao mesmo tempo, os seus ombros juntos, quase a preencherem o que se mostrou ser um túnel, e depois entraram, uma luz que oscilava ao longe a passar a ser a localização para a qual começaram a seguir lentamente.
- Como te chamas? - Sussurrou o gótico.
- Craeg.
- Axe. Foda-se meu, prazer em conhecer-te.
***
Paradise esperou que acontecesse qualquer coisa quando seguiram em grupo pelo túnel. Bem rodeada por vampiros, ansiosa, lenta e exausta, esperou que a desgraça seguinte acontecesse, um ataque a cair sobre eles, a derrubá-los.
Quando simplesmente saíram para o ar livre com uma fogueira à frente deles, os seus nervos abalados não souberam como processar a ausência de ataques.
Mas o que o seu cérebro não conseguia mesmo perceber era o facto de haver uma mesa preparada com garrafas de água mineral, barritas de cereais e fruta.
Já acabou?, pensou ela a olhar em volta para os pinheiros, para a vegetação, as estrelas no céu.
- Estou cheio de sede - disse Peyton, a esticar uma mão para uma garrafa de Poland Springs.
O macho do qual Paradise não conseguia desviar o olhar, deteve-o.
- Pode ser uma armadilha - disse Craeg a aproximar-se.
- Estás com a paranóia.
- Comeste a comida antes? Gostaste de vomitar?
Peyton abriu a boca. Fechou-a. Disse uma imprecação.
Craeg avaliou o cenário. Bateu ao de leve no chão com a ponta da sua sapatilha molhada. Avançou com cautela, deslocando-se de lado e meio agachado. Quando se aproximou, inclinou-se e nivelou o olhar com as garrafas bem ordenadas. Levantou a ponta da toalha da mesa e espreitou por baixo.
Depois, pegou numa das garrafas devagar.
O coração de Paradise batia com força. Ela também estava desidratada, mesmo depois de ter engolido o que lhe pareceu ser metade da água da piscina. Mas tinha medo de ser envenenada.
Deus, nunca estivera numa posição como aquela: cheia de sede, ao pé da bebida, e ainda assim, ser incapaz de alcançar o que queria.
- Esta não está selada - anunciou Craeg.
Agarrou noutra. E depois noutra. À terceira, o selo rompeu-se e ele abriu a tampa. Cheirou o conteúdo, deu um pequeno gole.
- Esta está boa. - Passou a garrafa sem olhar e, assim que Peyton a agarrou, Craeg voltou a inspeccionar as outras, uma a uma, a ignorar as que já estavam abertas. Era Peyton quem distribuía para o grupo até que todos tinham água.
Craeg guardou uma garrafa para si, mas não bebeu tudo, e enfiou-a no cinto das calças. E, sem dizer nada, foi inspeccionar as barritas de cereais, a atirar para fora aquelas que tinham a embalagem aberta, separando as que estavam fechadas.
Paradise comeu sem ter fome, pois não sabia quando é que tudo ia acabar e que esforço é que a fase seguinte ia exigir e… comida era energia. A barrita era uma mistura estranha de cartão, açúcar falso e pegajosa, mas ela não se importou com isso. Ia precisar das calorias.
Nem que fosse só para ficar aquecida, pensou, quando sentiu um arrepio. Novembro à noite e com as roupas molhadas? Nada bom para a temperatura corporal quando se está parado. Ou estar exposta aos elementos durante muito tempo.
- O que fazemos agora? - Perguntou para ninguém em particular e para todos ao mesmo tempo.
Atrás deles, a porta foi fechada e trancada.
O assassino em série, Axe, disse com voz arrastada:
- Está certo. Também não estava com intenções de voltar para aquela piscina.
- Há uma cerca ali à frente - disse a outra fêmea, a apontar para a esquerda.
- E ali - acrescentou o atleta.
- Aposto que está electrificada - murmurou Peyton. - Tudo o que é metálico é de evitar.
Para tirar as dúvidas, alguém atirou com um galho contra o arame e a coisa ficou esturricada, a provocar uma chuva de faíscas.
A explorar um pouco mais, descobriram que estavam numa espécie de ladeira que tinha apenas uma única saída: directamente em frente, para o interior da floresta escura.
- Vamos todos juntos - disse Paradise a olhar para a luz alaranjada da fogueira. - Novamente.
- Odeio trabalhar em equipa - resmungou Craeg.
- E eu estou tão animado em fazer isto contigo - respondeu Peyton.
Sem mais discuções, o grupo assumiu a mesma formação que tinham feito no túnel, deslocando-se como uma unidade, atentos para não se aproximarem demais da cerca que ficava cada vez mais estreita dos lados.
Vários galhos estalavam debaixo das sapatilhas molhadas. Alguém espirrou. Um vento soprou de um dos lados e arrefeceu o braço de Paradise.
Mas ela nem se apercebeu disso, conforme avançava, o corpo dela parecia um fio condutor, a energia a fluir nas suas veias, os instintos alerta e prontos para qualquer estímulo que viesse de qualquer parte. Agora, estar alerta para qualquer coisa era normal, um som que fosse alto demais, uma mudança no andar de Peyton ao seu lado, o barulho de um galho à esquerda… tudo o que não conseguia de imediato colocar dentro da categoria não ameaçadora, faziam os seus músculos ficarem tensos com nervos, e o seu cérebro rigoroso a querer fazê-la parar e avaliar. Ou sair disparada.
Mas mesmo assim, seguiu em frente com o grupo. Em frente… Sempre em frente.
O tempo está a passar, ela pensou a olhar para a posição das estrelas.
Continuaram, o grupo a arrastar-se, a tropeçar, a vacilar, cada um deles magoado de alguma maneira, mas ainda assim, determinados a permanecerem de pé.
Muitos quilómetros depois… teriam sido cem? Nada os atacara.
Mas ela não se deixava enganar.
Os Irmãos regressariam. Tinham que ter um plano.
Ela só precisava de aguentar, ficar com o grupo e…
À sua frente, Craeg e Axe pararam.
- O que foi? - Perguntou a segurar o braço de Peyton.
Cheirava a… fumo?
- Voltámos ao início - Craeg respondeu baixinho. - Foi aqui que começámos.
Quando ele apontou para o chão, ela viu pegadas, pegadas que eram as deles, na terra macia. Só que a mesa de comes e bebes já tinha sido tirada… e a fogueira estava apagada, o que explicava o cheiro. E a cerca estava posicionada de forma diferente.
- Estão a fazer-nos a andar em círculos? - Peyton reclamou. - Mas que merda…?
- Porquê? - Paradise perguntou, a olhar para Craeg como o líder que era para eles. - Porque fariam isso?
Graças aos seus olhos já estarem habituados à escuridão, ela conseguia distinguir as feições fortes quando ele franziu a testa e olhou à volta. Quando ele abanou a cabeça, ela sentiu o estômago a cair.
- O que foi? - Perguntou.
A outra fêmea respondeu:
- Eles vão-nos esgotar completamente. É por isso que…
O som de tiros surgiu do lado esquerdo, outra saraiva de disparos a iluminar tudo com clarões que saíam dos canos, e enquanto eles chocavam uns com os outros, os corpos a colidir, as balas provocaram um ponto de dor no ombro e na perna de Paradise.
- Andem! - Craeg exclamou. - Temos de andar. Assim os tiros cessam!
Ele acertou. Imediatamente após eles resumirem novamente naquela direcção, os tiros calaram-se e reinou o silêncio.
Não era preciso ser-se um génio para saberem que, caso parassem, seriam atingidos por balas de borracha.
Paradise respirou fundo. Não era assim tão mau, disse a si mesma. O ritmo era lento e constante, e ela gostava de caminhar.
Claro que era melhor do que levar um tiro.
Tudo iria acabar bem.
Era melhor do que a piscina. Melhor do que ser arrastada pelo chão com a cabeça tapada. Melhor do que as explosões no ginásio.
Tudo o que ela tinha de fazer era pôr um pé à frente do outro.
Para passar o tempo, concentrou-se no corpo de Craeg à sua frente, a acompanhar os movimentos do corpo grande, dos ombros largos, a forma como as ancas se mexiam com cada passo dado. De vez enquanto, quando o vento mudava de direcção, ela captava o odor dele e era o perfume mais delicioso que ela alguma vez sentira.
Quem era a família dele?, ficou a imaginar. De onde vinham?
Teria uma companheira?
Interessante como essa última pergunta lhe provocou uma dor no peito. Pensando bem, depois de tudo o que passara nesta noite, não era de admirar que a sua mente e as suas emoções estivessem confusas…
Eles deram voltas e voltas, até ela começar a reconhecer as árvores, certas braçadas, até os pés formarem um caminho na terra, até a monotonia começar a afectá-la. Ninguém os atacava, ninguém atirava contra eles, ou saltava das árvores para aterrorizá-los.
Não significava que isso não pudesse acontecer, mas quanto mais nada acontecia, mais o seu cérebro começava a consumir-se, a passar de pensamentos aleatórios sobre Craeg para um pânico infundado, imagens do pai e… preocupação em relação ao que se seguiria.
Olhando para o céu, desejou saber o significado das posições das estrelas. Não fazia ideia de quanto tempo passara desde que chegaram ao ginásio, ou até mesmo depois de terem saído para ali. Parecia que uma vida se tinha passado desde que se registara com a sua foto a ser tirada. Mais tempo ainda desde que ela e Peyton discutiram no autocarro. Mas isso, claro, não era a verdade.
Três horas? Não, isso também era pouco. Cinco ou seis, estimou.
A boa notícia era que isto tinha de parar com a alvorada. O sol não era negociável até para os Irmãos e, evidentemente, ninguém ia ser morto. Sim, aquela situação com as armas tinha sido horrível, mas as pessoas que tinham levado com balas ainda estavam de pé, só com feridas superficiais, e o mesmo acontecera com aqueles que tinham comido e bebido as substâncias alteradas.
Tantos que foram eliminados. Começaram com sessenta. Estavam reduzidos a sete.
E ela estava surpresa por estar ali. Na verdade, se soubesse que tudo aquilo ia acabar com uma caminhada pela floresta, se calhar não teria achado tudo tão difícil.
Considerando que podia ter sido muito pior, aquilo era canja.
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Digam-me de vossa justiça! Já agora aviso que esta publicação foi agendada, e que verei as respostas assim que possível!
Fiquem bem,
Sunshine ;)