Beijo de Sangue Cap. 37

Olá pessoal!!!

Vamos aos avisos habituais que a NightShade deixou!


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Aviso 

O blog informa que a tradução deste livro é feita por fãs para fãs, não vamos publicar o livro na íntegra, só alguns capítulos com o objectivo de oferecer aos leitores algum acesso ao enredo desta obra para motivar à compra do livro físico ou e-book.

A tradução é feita somente em livros sem previsão de lançamento em Portugal, para preservar os direitos de autor e contratuais, no momento em que uma data seja estabelecida por qualquer editora portuguesa na publicação deste livro, os capítulos traduzidos serão imediatamente retirados do blog.

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Capítulo 37

Duas noites mais tarde, Butch ficou finalmente livre para levar a sua shellan a um clube de sexo.

Sim, como se ele alguma vez tivesse pensado num encontro nocturno como este?

Enquanto esperava por ela no vestíbulo da mansão, andava de um lado para o outro e sentia-se como se estivesse no Dia das Bruxas com o fato idiota que tinha vestido. As peles pretas estavam bem; a T-shirt de magas cava preta também estava bem. O resto da merda era...

Que raio tinha ele vestido?

Vestindo o casaco preto comprido num arco, viu-se com um monte de couro preto, pêlo e seda. A coisa era enorme, e no entanto mal roçava o chão porque ele estava a usar um par de botas com plataformas que o tornavam mais alto que o Wrath.

New Rocks?

Ele tinha-as pedido emprestadas ao Axe, e elas atavam-se desde os dedos dos pés até um pouco abaixo dos joelhos. Também pesavam cinquenta quilos, mas eram surpreendentemente estáveis e confortáveis.

E depois havia a máscara. A coisa era uma placa frontal feita de metal fino e plástico, e quando ele a prendeu e aplicou o adesivo adequado, cobriu todo o seu rosto com um horror esquelético cinzento-branco-e-preto que se movia quando ele falava.

Sim, era noite de máscaras no Poke 'n' Play, e longe dele não querer integrar-se na multidão.

Pegou no telemóvel e viu as horas. Marissa tinha vindo do Fosso para se preparar com as raparigas - e os dois iam juntos para o clube, enquanto Axe era levado separadamente a partir do centro de treinos.

Andando à volta da macieira no mosaico, ficou espantado com o facto de não se importar de levar Marissa com ele nesta viagem à escuridão e à corrupção. Depois da conversa que ele e a sua shellan tiveram, foi como se algo se tivesse desbloqueado dentro dele, um espasmo muscular torcido e doloroso da sua estrutura interna se tivesse soltado e desenrolado, permitindo-lhe respirar mais facilmente.

Ele odiava a situação difícil em que se tinham encontrado. Mas adorava a nova vista.

Como se fosse a deixa, sentiu a sua companheira no cimo da grande escadaria. Virando-se, Butch olhou para cima e...

Queixo caído; olhos arregalados.

Ou algo do género.

A sua bela princesa com roupas de marca tinha desaparecido. No seu lugar estava... uma tarada erótica e esquisita que usava látex preto justo ao corpo desde os seus sapatos de salto alto até à cabeça. A única coisa que marcava a sua identidade? O longo rabo-de-cavalo loiro que saía de um buraco no topo do fato de corpo inteiro/facial, com aquelas ondas douradas a balançar livremente.

E depois havia a máscara.

Era como uma máscara de gás industrial, com discos pretos redondos para os olhos e um nariz e uma boquilha que não mostravam nenhuma parte da sua pele porque havia um selo à volta do látex que cobria o seu rosto. Feita de vidro preto e metal cinzento polido, era uma  peça de arte absolutamente feia.

Quando ela se aproximou dele, o seu pénis teve uma erecção tão rápida que ele teve mesmo de olhar para se certificar de que a braguilha das suas peles ainda estava intacta.

- Ele disse que estás fastáaaasticaaa. - Disse uma voz.

A cabeça de Butch virou para o lado e ele olhou para Lassiter, que tinha saído da sala de bilhar e estava encostado ao arco. Apontando para o cabrão com o dedo indicador como se fosse uma arma, ele disse:

- Volta para a porra da sala antes que enfie os teus dentes por essa boca adentro até cagares uma placa.

O anjo caído levantou as palmas das mãos e afastou-se.

- Certo, vou-me embora. Aqui estou eu, a voltar para trás e a não dizer absolutamente nada sobre ela.

A fugida teria sido mais convincente se o sacana não tivesse soltado um enorme assobio de lobo assim que ficou fora de alcance.

- Eu vou matá-lo, juro.

- Por favor, não.

Voltando a concentrar-se, Butch apenas abanou a cabeça.

- Oh, meu Deus, pareces...

Aproximando-a, encostou o seu corpo ao dela e apalpou-lhe o fato liso e ligeiramente pegajoso. Com um gemido, inclinou-se para o lado e moveu as mãos para baixo, para aquelas ancas de látex e para aquele rabo, agarrando-lhe as nádegas, apertando, indo mais longe entre elas por trás.

- Não vou aguentar esta noite - gemeu ele. - Foda-se, mal consigo andar.

O riso sexy dela, distorcido pelo altifalante, fê-lo oscilar nos seus New Rocks.

C'um. Caralho.

***

- Fizeste amigos na tua turma?

Quando o pai fez a pergunta, Paradise recostou-se na cadeira do seu escritório. Enfiando as meias debaixo dos pés, pensou exactamente como lhe responder - e rezou para que ele não olhasse para cima e a visse corar, enquanto remexia nos papéis da secretária.

Como responder a isso, pensou ela.

Ela e Craeg tinham passado as duas últimas manhãs a falar ao telefone, falando durante horas e... fazendo outras coisas. Portanto, sim, eles eram amigos - e ela tinha planos para o ver pessoalmente outra vez, esta noite e amanhã durante o dia.

Era disso que se tratava o seu pequeno encontro improvisado com o pai.

Se ela não voltasse a ter contacto pele com pele em breve, ia perder a cabeça. O sexo por telefone era óptimo, a não ser que se tivesse tido o verdadeiro. Ou quase.

- Paradise? Estás bem?

Ela abanou a cabeça e fez questão de se levantar da cadeira e ir até à lareira alegre e crepitante. A frente fria que chegara no dia anterior tinha entrado nas paredes da mansão Tudor, e havia correntes de ar à espreita por toda a casa - algo que seria uma constante até à chegada do tempo quente na Primavera, mais concretamente em Maio. Assim, ela tinha a desculpa perfeita para se afastar dele enquanto pegava no atiçador e reorganizava os troncos.

- Oh, sim, conheci pessoas adoráveis e estou a gostar muito das aulas. - Assim como as escapadelas com o Craeg. - É incrível as coisas que eu não sabia.

- Por exemplo?

Bem, se ela ronronasse para o telefone e dissesse a Craeg tudo o que não estava a usar, era garantido que ele...

Quando faíscas cor de laranja caíram nas cinzas fumegantes, ela parou rapidamente com essa linha de pensamento.

- O combate corpo a corpo é uma ciência, pai. Nunca tinha assistido a combates de wrestling, nem aprendido nada sobre os diferentes estilos de combate. Estão a ensinar-nos várias disciplinas, e cada uma tem os seus pontos fortes e fracos. Eu treino muito com o Peyton e com um outro macho, o Craeg. - Colocando o atiçador de volta no suporte de estanho, ela deu meia volta e regressou à cadeira. - Eu sou muito, muito boa nisso...

Ela parou de falar quando se apercebeu que o pai tinha parado no processo de mover uma folha de papel para uma pilha, a conta ou extracto de conta ou o que quer que fosse, pendurado no ar juntamente com o seu braço.

A expressão no seu rosto era semelhante à de alguém que lhe tivesse dito que a sua casa estava prestes a ser demolida por humanos.

- Pai... - disse ela. - Estou muito feliz. Estou mesmo... estou a aprender sobre mim própria, quem sou, o que quero, o que posso fazer.

Ele olhou de relance para o documento, como se se perguntasse o que estaria a fazer à sua frente, pairando no ar. Depois pareceu voltar a concentrar-se.

Pigarreando, ele perguntou:

- E a que conclusões é que estás a chegar?

Bem, a mais importante era que ela estava provavelmente a apaixonar-se por Craeg. Mas tendo em conta que isso ia fazer com que o pai dela ficasse pior do que «pai-estátua», ela precisava de manter isso em segredo - além disso, ainda não tinha contado a Craeg, e parecia apropriado que ele fosse o primeiro a saber.

Apaixonar-se. Uma coisa tão importante, e ainda assim tão simples. E rápido, também. Mas ela tinha ouvido dizer que quando a união acontecia, podia ser assim.

- Bem, eu quero fazer algo de bom para a espécie - disse ela.

- Exactamente como?

- Pai, isso não significa lutar na guerra.

- Tendo em conta que estavas a falar de como eras boa a... - Ele esfregou a têmpora. - Acho que já devia estar à espera disto.

- Esperar o quê?

- A tua mudança de direcção. O que eu não sabia era como é que me ia fazer sentir.

- Eu não estou a mudar nada.

Deus, aquilo era uma mentira até para os seus próprios ouvidos: Ela não tinha a certeza de como seria o seu futuro, ou de quem seria exactamente no final do programa de formação - durasse ele o tempo que durasse - mas não ia voltar a ser o que era.

Aquelas noites em que era uma fêmea decente, sentada nesta casa, ou em qualquer outra, à espera da oportunidade de ir a uma reunião social, já não era assim. E sim, aquela decisão de não se acasalar - excepto com Craeg - tinha permanecido.

- Gostava que a tua mahmen ainda estivesse connosco.

- Eu também. - Mas por outra razão que não aquela em que ele estava a pensar, sem dúvida. Paradise poderia ter usado alguns conselhos sobre o amor. - Tenho saudades dela.

- Sabes que estávamos bem e verdadeiramente apaixonados? As nossas famílias tinham-nos combinado adequadamente, mas... apaixonámo-nos mesmo. Ela era tudo para mim.

Meu Deus... raios partam, pensou ela. O facto de ele subtilmente estar a indicar Peyton, não só não acertou como lhe espetou uma estaca no coração - porque ela não se deixava enganar. Aquela afirmação, embora verdadeira e importante, foi sem dúvida proferida na esperança de que ela visse com bons olhos um noivado tradicional com o amigo.

Ela já suspeitava há algum tempo que isso era algo que o pai queria para ela. Ele gostava de Peyton, aprovava a linhagem do macho e sabia que já existia uma amizade. Aos olhos de um chefe de família aristocrático, o que poderia ser melhor para uma filha do que um arranjo como aquele?

O que é que ele pensaria se alguma vez conhecesse Craeg?

Craeg, o filho daquilo a que os humanos chamariam uma família de operários. Será que o pai dela veria a força de carácter, a alma por detrás da falta de ornamentos?

- Consigo adaptar-me a quase tudo - disse o pai dela com ar sombrio. - Posso adaptar-me ao que tu quiseres que a tua vida seja... até certo ponto. A única coisa em que não vou ceder contigo é o tipo de amor que eu e a tua mãe tivemos. Para mim, isso não é negociável.

Leia-se: acasalar com um macho que fosse da mesma classe que ela, que lhe pudesse proporcionar a mesma vida em que ela tinha crescido.

- Oh, pai - disse ela com tristeza. - Desculpa, mas eu sou assim.

- Eu sei.

Quando o relógio de pêndulo, no vestíbulo, começou a dar oito badaladas, ela deixou de lado a tristeza que se instalara no escritório e levantou-se de novo.

- Tenho de me ir embora. - Endireitou a roupa que tinha escolhido para a noite. - Vou sair com os meus colegas, e depois há um projecto em que estamos a trabalhar durante o dia, por isso estarei em casa amanhã à noite, depois das aulas? E sim, vai haver acompanhantes.

Enquanto olhava para ele através do escritório perfeitamente decorado, o ambiente de riqueza antiga e de distinção que não tinha sido comprada, mas que tinha sido adquirida ao longo das centenas de anos em que a sua família tinha dinheiro, apoderou-se verdadeiramente dela.

Será que Craeg se sentiria confortável aqui?

Provavelmente, não.

- Pai?

- Perdoa-me. - Ele olhou para os papéis na sua secretária. - Mas, claro, compreendo que tens de te ausentar. Fica a saber que sentirei a tua falta e que os Irmãos não me contam muita coisa, mas o que eles me contaram... deixa-me muito, muito orgulhoso de ti.

Aquela dor no peito que já lhe era familiar, aquela que vinha da mentira, acendeu-se de novo quando ela pensou que, na verdade, ele não estaria nada orgulhoso dela.

Ela pretendia perder a virgindade esta noite com um macho que ele jamais aprovaria.

O problema era que os Irmãos não tinham dado nenhuma indicação de quanto tempo duraria o programa de treino ou quais eram as perspectivas a longo prazo para a turma ficar junta. E a sua necessidade do corpo de Craeg estava a deixá-la desesperada - e muito consciente de que o tempo estava a passar com rapidez.

Ela não ia perder a sua oportunidade. E ela tinha a sensação de que quanto mais eles estavam juntos, mais as prioridades de Craeg estavam a mudar também. Ele estava a afeiçoar-se a ela.

Paradise podia sentir isso.

Se não fossem as omissões com o seu pai, ela estaria nas nuvens.

- Vemo-nos amanhã à noite depois das aulas - disse ela com uma voz áspera.

- Eu estarei aqui. Toma conta de ti.

- Tomarei. - Ela acenou-lhe com a cabeça. - Eu prometo, pai.


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Fiquem bem,

Sunshine ;)


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