Eu estou a avisar que vai haver
sarilhos neste blogue!
Ai vai, vai.
O mamífero não se impõe e depois
os visitantes das bloguices acham-se no direito de fazer exigências…
Como é? (eu já de asas nas ancas,
pronta para a peixeirada)
Ai não dizem nada? É com o medo,
não é?
Pois, meus amigos… Se depois de
hoje me voltarem a chamar de preguiçosa, calaceira e desocupada… para além de
terem razão, dizem a verdade, mas não publiquem isso que fica mal…
A chefa Nasan anda a ver se me
corre por justa causa (nem sei de que
está à espera! Cada vez que aqui publico é causa justa de despedimento!) e
eu sou morcego com crias, renda de gruta para pagar… é verdade que não pago
luz, mas água, gás e tv cabo tem de ser.
Se podia viver sem isso? Podia,
mas prefiro que sejam os outros a passar por esse tipo de necessidades.
Também é verdade que não gasto em
roupa nem em calçado e que roubo fruta nas árvores… Com o salário que tenho só
podia ser assim! Aliás, com os salários que se pagam neste país, não sei como
não anda tudo nu e a recorrer à via do surripiar para sobreviver!...
E então, que trago eu hoje?
O epílogo do livro do Phury que
nunca chegou a entrar no dito.
Por razões alheias à minha pessoa,
resolveram cortar este bocadinho que aqui trago. Na minha opinião, foi a maior
asneira que podiam ter feito, porque é uma passagem muito querida. Sei que a
maior parte dos leitores ficou com uma péssima ideia do Phury, eu também. No
entanto, a partir do livro do Tohr, a
imagem dele vai em rota ascendente. Ao reler o Insider’s Guide a figura dele foi ganhando força e nesta altura é
dos meus vampiros de top.
Não, não chega para destronar a
minha troika (QVZ)… mas é um vampiro fantástico. É, pois.
Escusado será dizer que tomei
algumas liberdades para a coisa fazer sentido em português, que é uma tradução
livre feita à pressão e blá, blá, blá…
Beijos bons.
CENA
CORTADA
Epílogo
do livro de Phury
Cinco anos depois…
- Apanhei-a! – Gritou Phury a
Bella, enquanto erguia a sobrinha nos braços.
Nalla riu-se e enterrou a carinha
no cabelo dele, algo que adorava fazer, agarrando-se com força.
Bella virou a esquina da Biblioteca
da Irmandade a correr e parou rapidamente. O vestido prateado a assentar num
belo andejar à volta das pernas. Os diamantes no pescoço brilhavam como fogo,
tal como os que tinha nos pulsos e nas orelhas.
- Graças a Deus! – Disse. – Juro
que é tão rápida como o pai dela.
- Estás tão espetacular, -
comentou Cormia por trás dele.
- Obrigada. – Bella brincou com o
vestido. – Não é o meu estilo habitual, mas…
- Mal te faz justiça. – Zsadist
entrou na Biblioteca, parecia uma versão malvada do Cary Grant. O smoking
caia-lhe perfeitamente em todas as linhas firmes do corpo e quase conseguia
esconder a SIG por baixo do braço.
Quando apontou o dedo à filha, fez
o seu papel de mau.
- Vais-te portar bem com o tio e a
aumahne?
Nalla disse que sim gravemente,
como se tivesse concordado em assumir a liderança dos Estados Unidos.
- Sim, papá.
O sorriso de Z iluminou praticamente
a galáxia inteira.
- É assim mesmo.
Nalla sorriu e esticou os braços.
- Beijos, papá.
Z pegou nela para um abraço,
depois ela esticou os braços para a mãe.
- Ok, - diz Z sério, enquanto
passava a filha à shellan. – Vamos
estar no MET até às onze. Depois vamos jantar à casa de Wrath. Tenho o pager, o telemóvel, o BlackBerry…
Phury deu uma palmada no ombro do
gémeo.
- Respira fundo, meu irmão. Deixa
entrar o ar.
Zsadist fez o melhor que pôde.
- Certo. Quer dizer, eu sei que
ficam bem com ela. Isto é, vão ficar bem… vocês vão ficar todos bem…
Phury confirmou as horas.
- E vocês vão chegar atrasados.
Vão ter sorte se chegarem a tempo do início do intermezzo.
- Estou tão entusiasmada, - disse
Bella a entregar Nalla a Phury. – A Cavalleria Rusticana de Mascagni. Vai ser
fantástico.
- Partindo do princípio que
consegues tirar o papá da menina de casa. – Phury deu um pequeno abanão ao
gémeo. – Vai. Sai com a tua shellan.
É o vosso aniversário, pelo amor de Deus.
Saíram da Biblioteca cerca de
vinte minutos depois. Talvez vinte e cinco. Phury abanou a cabeça.
- Aquele está com sérios problemas
relativamente a separações.
- Ah, e tu és melhor?
Phury virou-se. Cormia estava no
sofá, o filho adormecido - Ahgony, ou Aggie, como o chamavam – nos braços. A
mão gordinha segurava o polegar da mãe como de costume, mesmo quando estava
profundamente adormecido.
- Essa boca é foleira.
- História, tio? – Pergunta Nalla.
– Por favor?
- Claro, qual é que queres? –
Apesar de saber qual.
Quando se sentou ao lado de
Cormia, Nalla apontou para o livro de fábulas que ele lhe tinha feito.
- Aquela do guerreiro.
- Que surpresa. – Pisca o olho a
Cormia. – Aquela do guerreiro e da donzela?
- Não, tio. A outra.
- O guerreiro e o barco?
Nalla riu-se.
- Não, tio!
Phury acenou com a cabeça com
grande seriedade.
- Está bem. O Guerreiro e o jogo
da sueca.
Nalla parecia confusa.
- Que cueca?
Cormia riu-se, o seu olhar verde tão
mágico que Phury não conseguua deixar de o fitar. Por um instante, tomou mais
uma vez consciência de que o seu filho tinha os olhos da mãe, aquele tom
incrível de folhas primaveris.
Quando Nalla reclamou, Cormia
disse:
- Phury, não a tortures.
Phury acomodou a sobrinha no colo,
beijou a sua shellan e acariciou a
bochecha macia do filho. De seguida, abriu o livro e começou a ler na Língua
Antiga.
- Era uma vez um guerreiro forte
de braços e corajoso de coração que se demorou na floresta num dia ventoso…
Os olhos de Aggie abriram-se e
emitiu um som que os bebés produzem quando tudo está bem com eles, uma espécie
de suspiro de contentamento. Phury reconheceu-o bem, porque já o tinha ouvido
muitas vezes vindo de Nalla e agora de Aggie. O som era algo que faziam quando
as barriguinhas estavam cheias e os pais estavam com eles e havia uma voz que
achavam agradável ao ouvido a embarcar numa história.
Quando Phury perdeu o ritmo das
palavras, Cormia esticou-se e apertou-lhe a mão. Ela sabia sempre, pensou. Ela
sabia sempre… Ela sabia que ele estava a pensar nos pais e no irmão, no passado
e no futuro, nas esperanças, nos sonhos e nos medos. Ela sabia tudo o que se
passava na sua cabeça e de tudo o que lhe ia no coração, e nada a assustava.
Sabia que ele estava contente pelo filho se parecer com ela, porque ele
considerava isso um sinal de que, caso o vício fosse hereditário, ele não teria
passado para ele. E ela sabia que ele continuava a debater-se com o sentimento
de achar que não estava a fazer o suficiente pelos outros que o rodeavam.
Ela sabia isso tudo e amava-o de
qualquer forma.
Ele beijou-lhe o interior do pulso
e olhou para a geração seguinte. Esperava que a vida só tivesse coisas boas reservadas
para eles, que a noite fosse sempre iluminada pela lua e que o vento fosse
sempre uma brisa e que o amor mais profundo dos seus corações fosse
correspondido por um par digno.
Mas ele sabia que não ia ser fácil
e que iriam enfrentar desafios que ele nem conseguia imaginar.
Na realidade, ele tinha fé no que
via naqueles olhos deles. Porque ambos vieram de pais e mães sobreviventes e
isso, mais do que lhes garantir uma vida fácil, garantia que haviam de superar
tudo.
Phury clareou a garganta.
E continuou a ler para eles.
Ohhhhh… é tão lindo…
Eu gosto do Phury.
Não babo… mas quase! :D